Exposição crônica maternal a sons de 22 kHz altera a resposta de esquiva inibitória sem afetar a fuga e altera parâmetros serotoninérgicos centrais das mães e da prole na idade adulta

=== In the present study we evaluated the effects of chronic exposure to sounds at 22 kHz during pregnancy on the central serotonergic and behavioral parameters in Wistar rat dams after the suckling period and on their male rat offspring. In addition, we also assessed the effects of an acute 22 kHz...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Patricia da Silva Oliveira
Other Authors: Angela Maria Ribeiro
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2015
Online Access:http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9WMUHY
Description
Summary:=== In the present study we evaluated the effects of chronic exposure to sounds at 22 kHz during pregnancy on the central serotonergic and behavioral parameters in Wistar rat dams after the suckling period and on their male rat offspring. In addition, we also assessed the effects of an acute 22 kHz sound, associated with the chronic intrauterine exposure, on the emotional responses of adult offspring. The primary hypothesis was that experiencing 22 kHz stimuli during an early stage of development would interfere with brain serotonergic parameters and, later, with the adult rats defensive responses. The corollary question was whether a 22 kHz sound exposure would differentially affect inhibitory avoidance and escape responses and central serotonergic parameters. In this 2x2 study the factors were: (i) for dams - a chronic sound exposure and pregnant state per se, (ii) for offspring - a chronic intrauterine sound exposure and an acute 22 kHz sound exposure in adulthood. Thirty-two female Wistar rats were divided into four groups of eight: non-pregnant control; non-pregnant chronic exposure; pregnant control; and pregnant chronic exposure. Forty-eight male offspring were divided into four groups of twelve: chronic intrauterine sound exposure; acute sound exposure in adulthood; chronic intrauterine exposure with acute exposure in adulthood; and no exposure treatment (control). Learning, memory, anxiety and fear states were assessed through inhibitory avoidance and escape tasks, using an Elevated T-Maze. Serotonergic parameters (5-HT and 5-HIAA levels) were determined in the hippocampus, amygdala, periaquedutal grey area and prefrontal cortex (PFC). Chronic sound exposure affected inhibitory avoidance and serotonergic parameters in female rats. For offspring, there was an interaction between the factors (chronic and acute sound exposures) on inhibitory avoidance response but not on escape response. Both treatments decreased 5-HIAA concentrations in the hippocampus. An interaction between the treatments was also found for 5-HIAA levels in the hippocampus and amygdala. There were significant effects of intrauterine and acute 22 kHz exposure on 5-HT turnover rate in PFC and amygdala of the offspring rats. These results illuminate the potencial of an early acoustic sound exposure for causing central serotonergic and emotional behavioral changes that can persist into later periods of life. Besides, the present data also show that the 22 kHz sound exposure represents a useful tool for understanding the mechanism of a specific defensive behavior. That is, as the 22 kHz sound exposure affects inhibitory avoidance but not escape behavior, it might be relevant for clarifying physiological and molecular aspects of emotion. === No presente estudo foram avaliados os efeitos da exposição crônica a sons de 22 kHz durante a gravidez sobre parâmetros serotoninérgicos em regiões do sistema nervoso central (SNC) e aspectos do comportamento de ratas Wistar, após o período de amamentação. Essas avaliações foram também realizadas nos ratos machos da prole. Além disso, avaliaram-se os efeitos de uma exposição aguda ao som de 22 kHz sobre aspectos emocionais e parâmetros serotoninérgicos, na prole adulta previamente submetida ao som de 22 kHz durante a fase intrauterina. A hipótese principal é de que a exposição crônica a estímulos de 22 kHz durante um estágio inicial do desenvolvimento iria interferir com parâmetros serotoninérgicos centrais e, mais tarde, com as respostas defensivas dos filhotes re-expostos a estímulos aversivos durante a fase adulta. Uma segunda questão abordada foi se os efeitos da exposição ao som de 22 kHz sobre a esquiva inibitória seriam diferentes dos efeitos sobre a resposta de fuga. Portanto, trata-se de um estudo fatorial 2x2, onde os fatores foram: (i) para as fêmeas a exposição crônica a sons de 22 kHz e gestação e, (ii) para a prole a exposição crônica durante a fase intrauterina e a exposição aguda durante a fase adulta a sons de 22 kHz. Trinta e duas fêmeas de ratos Wistar foram divididas em quatro grupos (n=8, cada): controle não-grávidas; exposição crônica não-grávidas; controle grávida; e exposição crônica grávida. Quarenta e oito filhotes machos - seleção aleatória de três ratos provenientes de cada rata grávida - foram divididos em quatro grupos (n=12, cada): exposição crônica intrauterina; exposição aguda na idade adulta; exposição crônica durante a fase intrauterina e exposição aguda na fase adulta; e nenhuma exposição (controle). Memória e os estados de ansiedade e medo foram avaliados medindo-se o desempenho dos animais nas tarefas de esquiva inibitória e fuga, respectivamente, usando o labirinto em T-elevado (LTE). Parâmetros serotoninérgicos (níveis de 5-HT e 5- HIAA) foram determinados no hipocampo, amidala, substância cinzenta periaquedutal e córtex pré-frontal. A exposição sonora crônica diminuiu a latência de esquiva inibitória sem afetar a resposta de fuga e afetou parâmetros serotoninérgicos em ratas de ambos os grupos, fêmeas grávidas e não grávidas. Na prole, houve uma interação entre os efeitos dos fatores exposição crônica intrauterina e exposição aguda na fase adulta - sobre o desempenho na tarefa de esquiva inibitória, sem efeito de nenhum dos dois tratamentos, isolados ou associados, sobre a resposta de fuga. Cada um dos tratamentos separados promoveu diminuição das concentrações de 5-HIAA no hipocampo da prole. Uma interação entre os tratamentos também foi encontrada para os níveis de 5-HIAA no hipocampo e amidala da prole. Houve efeito significativo da exposição no período intrauterino sobre a taxa de recuperação de 5-HT no CPF e amidala da prole. Estes resultados indicam que a exposição ao som de 22 kHz em fases iniciais do desenvolvimento promovem alterações no sistema serotoninérgico central e alterações no comportamento emocional que podem persistir em períodos posteriores da vida. Além disto, os efeitos distintos sobre a esquiva inibitória e resposta de fuga, tanto nas fêmeas como na prole, indicam a existência de substratos