Hepatice C em portadores de insuficiência renal crônica em tratamento hemodialítico: estudo clínico, epidemiológico e laboratorial

=== There has been, lately, an increasing interest in studying the behavior of the hepatitis C infection in patients with terminal renal failure. In the present study, the following aspects of the disease were evaluated: 1) the prevalence of hepatitis C in patients with renal failure; 2) clinical a...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Katia de Paula Farah
Other Authors: Jose Roberto Lambertucci
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2004
Online Access:http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9QLFGH
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description === There has been, lately, an increasing interest in studying the behavior of the hepatitis C infection in patients with terminal renal failure. In the present study, the following aspects of the disease were evaluated: 1) the prevalence of hepatitis C in patients with renal failure; 2) clinical and epidemiological aspects of the infection; 3) the detection of HCV-RNA in plasma and liver tissue and the identification of the genotypes; 4) ultrasonographic alterations of the liver; and, 5) histological alterations in fragments of liver obtained by needle biopsy. This is a study of coorte comparing patients with chronic renal failure (Group I) with blood donor candidates (Group II). All tested positive for hepatitis C infection by an ELISA technique. 76 patients in Group I and 77 volunteers in Group II have been selected for the study. The RNA for HCV was sought in liver and plasma using the nested polymerase chain reaction-reverse transcriptase (RT-PCR) and genomic sequencing. Genotyping was performed using the restriction fragment length polymorphism (RFLP) technique and genomic sequencing. All patients underwent liver biopsy. The middle ages for Groups I and II were 43 and 40, respectively. Elevated serum levels of ALT were described in 44.7% of Group I patients and 63.6% of Group II individuals (p=0.019). Serum markers of cured hepatitis B infection and the use of hepatotoxic drugs were more prevalent in Group I and alcohol abuse in Group II. On ultrasound a normal liver texture was noticed in 86.8% and 80.5% in Groups I and II, respectively (p=0.290). Hepatits C viral RNA was identified in the sera of 72 patients (94.7%) in Group I and in 65 volunteers in Group II (p=0.022). The genotype 1 was the most common genotype found in both groups. Genotype 3 was more prevalent in Group II (p=0.001), and genotype 2 was described in 8 patients in Group I (10.5%) and in one individual of Group II (1.3%)(p=0.016). In six out of 96 129 patients (6.3%) the RT-PCR was found to be negative in sera and positive In the liver. Liver histology, classified according to METAVIR, showed no statistical difference in inflammation and fibrosis, when groups I and II were compared; liver steatosis and siderosis, though, were more frequently reported in Group I. Summing up, in the present study, genotype 1 of hepatitis C predominated, followed by genotype 2 in patients with chronic renal failure. There was no ignificant difference in viral load for both groups. Siderosis (in Kuppfer cells and in hepatocytes) was more frequently observed in Group I and this may have increased the frequency of liver fibrosis in Group I. Severe complications of liver biopsy were observed only in patients with renal failure. === O interesse em conhecer o comportamento da infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) em portadores de insuficiência renal crônica (IRC) é recente e crescente. No presente estudo, avaliou-se: 1) a prevalência da infecção pelo VHC entre os portadores de IRC; 2) as características sócio-demográficas, epidemiológicas e clínicas da infecção pelo VHC; 3) a detecção do RNA do VHC no plasma e no tecido hepático e seu perfil genotípico; 4) as alterações ultra-sonográficas; e, 5) as alterações histopatológicas à biópsia hepática. Realizou-se estudo de corte transversal em portadores de insuficiência renal crônica (IRC) em hemodiálise (grupo I) e candidatos à doação de sangue (grupo II), todos com ELISA anti-VHC-3.0 reativos. Foram avaliados 76 portadores de IRC e 77 pacientes candidatos à doação de sangue. Identificou-se o RNA-VHC no plasma e no fragmento de tecido hepático através da técnica da reação em cadeia da poiimerase transcriptase reversa (RT-PCR-aninhado) e por seqüenciamento. Realizou-se a genotipagem para o VHC pela técnica de fragmento de restrição da extensão do polimorfismo (RFLP) e por seqüenciamento. Todos os pacientes submeteram-se á biópsia hepática. A idade média foi de 43 e 40 anos nos grupos I e II, respectivamente. A elevação de laninoaminotransferase (ALT) ocorreu em 44,7% dos pacientes portadores de IRC e em 63,6% dos candidatos à doação de sangue (p=0,019). Houve maior exposição prévia ao vírus da hepatite B (VHB) e ao uso de drogas hepatotóxicas no grupo I, e o alcoolismo mostrou-se mais prevalente no grupo II. Ao ultra-som, a textura ecográfica do parênquima hepático mostrou-se homogênea em 86,8% e 80,5% dos pacientes do grupo 1 e II, respectivamente (p=0,290). Obteve-se a detecção plasmática do RNA viral em 72 pacientes (94,7%) do grupo I e em 65 pacientes (84,4%) do grupo II (p=0,022). Houve predomínio do genótipo 1 nos dois grupos. O genótipo 3 foi o segundo mais prevalente no grupo II (p=0,001). Identificou-se o genótipo 2 em oito pacientes (10,5%) do grupo I e em apenas um paciente (1,3%) do grupo II (p=0,016). Dentre os 96 pacientes que realizaram a pesquisa do RNA-VHC no plasma e tecido hepático, seis (6,3%) apresentaram RT-PCR negativo no plasma e positivo no tecido hepático. A histologia hepática avaliada pelos critérios do METAVIR não evidenciou diferença estatística significativa com relação à atividade inflamatória e fibrose nos dois grupos avaliados, sendo a esteatose hepática e a siderose mais prevalentes no grupo I. Portanto, no presente estudo, observou-se o predomínio do genótipo 1, seguido pelo genótipo 2, nos portadores de IRC. Não houve diferença significativa com relação à carga viral nos dois grupos. A siderose kupfferiana e hepatocitária observada com maior freqüência no grupo I (IRC) pode ter agravado a fibrose hepática neste grupo. As complicações decorrentes da biópsia hepática foram graves e ocorreram apenas nos portadores de IRC.
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This is a study of coorte comparing patients with chronic renal failure (Group I) with blood donor candidates (Group II). All tested positive for hepatitis C infection by an ELISA technique. 76 patients in Group I and 77 volunteers in Group II have been selected for the study. The RNA for HCV was sought in liver and plasma using the nested polymerase chain reaction-reverse transcriptase (RT-PCR) and genomic sequencing. Genotyping was performed using the restriction fragment length polymorphism (RFLP) technique and genomic sequencing. All patients underwent liver biopsy. The middle ages for Groups I and II were 43 and 40, respectively. Elevated serum levels of ALT were described in 44.7% of Group I patients and 63.6% of Group II individuals (p=0.019). Serum markers of cured hepatitis B infection and the use of hepatotoxic drugs were more prevalent in Group I and alcohol abuse in Group II. On ultrasound a normal liver texture was noticed in 86.8% and 80.5% in Groups I and II, respectively (p=0.290). Hepatits C viral RNA was identified in the sera of 72 patients (94.7%) in Group I and in 65 volunteers in Group II (p=0.022). The genotype 1 was the most common genotype found in both groups. Genotype 3 was more prevalent in Group II (p=0.001), and genotype 2 was described in 8 patients in Group I (10.5%) and in one individual of Group II (1.3%)(p=0.016). In six out of 96 129 patients (6.3%) the RT-PCR was found to be negative in sera and positive In the liver. Liver histology, classified according to METAVIR, showed no statistical difference in inflammation and fibrosis, when groups I and II were compared; liver steatosis and siderosis, though, were more frequently reported in Group I. Summing up, in the present study, genotype 1 of hepatitis C predominated, followed by genotype 2 in patients with chronic renal failure. There was no ignificant difference in viral load for both groups. Siderosis (in Kuppfer cells and in hepatocytes) was more frequently observed in Group I and this may have increased the frequency of liver fibrosis in Group I. Severe complications of liver biopsy were observed only in patients with renal failure. O interesse em conhecer o comportamento da infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) em portadores de insuficiência renal crônica (IRC) é recente e crescente. No presente estudo, avaliou-se: 1) a prevalência da infecção pelo VHC entre os portadores de IRC; 2) as características sócio-demográficas, epidemiológicas e clínicas da infecção pelo VHC; 3) a detecção do RNA do VHC no plasma e no tecido hepático e seu perfil genotípico; 4) as alterações ultra-sonográficas; e, 5) as alterações histopatológicas à biópsia hepática. Realizou-se estudo de corte transversal em portadores de insuficiência renal crônica (IRC) em hemodiálise (grupo I) e candidatos à doação de sangue (grupo II), todos com ELISA anti-VHC-3.0 reativos. Foram avaliados 76 portadores de IRC e 77 pacientes candidatos à doação de sangue. Identificou-se o RNA-VHC no plasma e no fragmento de tecido hepático através da técnica da reação em cadeia da poiimerase transcriptase reversa (RT-PCR-aninhado) e por seqüenciamento. Realizou-se a genotipagem para o VHC pela técnica de fragmento de restrição da extensão do polimorfismo (RFLP) e por seqüenciamento. Todos os pacientes submeteram-se á biópsia hepática. A idade média foi de 43 e 40 anos nos grupos I e II, respectivamente. A elevação de laninoaminotransferase (ALT) ocorreu em 44,7% dos pacientes portadores de IRC e em 63,6% dos candidatos à doação de sangue (p=0,019). Houve maior exposição prévia ao vírus da hepatite B (VHB) e ao uso de drogas hepatotóxicas no grupo I, e o alcoolismo mostrou-se mais prevalente no grupo II. Ao ultra-som, a textura ecográfica do parênquima hepático mostrou-se homogênea em 86,8% e 80,5% dos pacientes do grupo 1 e II, respectivamente (p=0,290). Obteve-se a detecção plasmática do RNA viral em 72 pacientes (94,7%) do grupo I e em 65 pacientes (84,4%) do grupo II (p=0,022). Houve predomínio do genótipo 1 nos dois grupos. O genótipo 3 foi o segundo mais prevalente no grupo II (p=0,001). Identificou-se o genótipo 2 em oito pacientes (10,5%) do grupo I e em apenas um paciente (1,3%) do grupo II (p=0,016). Dentre os 96 pacientes que realizaram a pesquisa do RNA-VHC no plasma e tecido hepático, seis (6,3%) apresentaram RT-PCR negativo no plasma e positivo no tecido hepático. A histologia hepática avaliada pelos critérios do METAVIR não evidenciou diferença estatística significativa com relação à atividade inflamatória e fibrose nos dois grupos avaliados, sendo a esteatose hepática e a siderose mais prevalentes no grupo I. Portanto, no presente estudo, observou-se o predomínio do genótipo 1, seguido pelo genótipo 2, nos portadores de IRC. Não houve diferença significativa com relação à carga viral nos dois grupos. A siderose kupfferiana e hepatocitária observada com maior freqüência no grupo I (IRC) pode ter agravado a fibrose hepática neste grupo. 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