Formação e trabalho no Movimento Sem Terra (MST): processos de resistência do campesinato

=== The subjects peasants constituted an essential category in the Brazilian social formation. Since colonial times to the present day, the field was marked by conflicts, manipulations, deaths, resistors, achievements, etc., at different times of the performances of these subjects, there always fig...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Antoniel Assis de Olivieira
Other Authors: Maria de Fatima Almeida Martins
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2014
Online Access:http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9NYL4R
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description === The subjects peasants constituted an essential category in the Brazilian social formation. Since colonial times to the present day, the field was marked by conflicts, manipulations, deaths, resistors, achievements, etc., at different times of the performances of these subjects, there always fight over land. In the twentieth century began peasant organizations in the struggle for rights, including land reform, and to organize themselves according to their needs, these guys have created unions, parties, social movements, etc., in order to maintain greater coordination to strengthen their struggles. MST, which was constituted in the following decades one of the most significant social movements struggling for land and agrarian reform in the world - And so, in the wake of protests that occurred from the 1970s, the Landless Movement emerged. With objectives, internal organization and strategies of very sophisticated struggles allowed the MST adapt to varied moments the policy for this segment has experienced during its 30 years of existence. Thus, this research investigates two MST settlements of Minas Gerais, the processes of formation and job resources that qualify as the resistance of the subject field, especially residents of agrarian reform settlements, and to what extent change the mode life and work of these individuals. This is a qualitative research nature, whose investigative techniques used were structured interviews, participant observation and document studies of these communities. We opted to select individuals into groups with different functions in the structure of the MST, inquiring about the importance of training and work in the daily life of these subjects, as well as their tactics to the formation of other No Lands, aiming to identify if indeed possible changes found are due to the process undertaken by the MST. The analysis results showed the importance of the processes of formation of the MST for the awareness of people collectivize the perspective of the social relations of work / production, aiming to change the material conditions of life, humanizing them, and see the need to implement a field project in the interests of peasants. And yet, that changes in the relations of living and working result: the collectivized practices adopted from the beginning; targeted to meet the different demands of training Without Lands studies; the involvement of these people in demonstrations, meetings, meetings, seminars, trips, etc .; of school and non-school educational practices in settlements; the value given to productive work, especially into collectivization and cooperation of these practices - added to the "philosophy" of effective participation of the MST, among others. Thus, under the guidance of the MST, the resistance struggle within the Settlements, the acquisition of infrastructure as well as improving the conditions of life and work of these individuals are conditioned to the level of collective organization that is established, hence the importance of training in various aspects of life. === Os sujeitos camponeses se constituíram uma categoria imprescindível na formação social brasileira. Desde a época colonial até os nossos dias, o campo foi marcado por conflitos, manipulações, mortes, resistências, conquistas, etc., em diferentes momentos das atuações desses sujeitos, havendo sempre luta pela posse da terra. Já no século XX iniciaram-se organizações camponesas para a luta por direitos, entre eles a Reforma Agrária, e ao se organizarem conforme suas necessidades, esses sujeitos criaram sindicatos, partidos, movimentos sociais, etc., visando manter uma articulação maior para o fortalecimento das suas lutas. E assim, no bojo das mobilizações ocorridas a partir da década de 1970, surgiu o Movimento Sem Terra - MST, que se constituiu nas décadas seguintes um dos movimentos sociais mais expressivos de luta pela terra e por Reforma Agrária em todo o mundo. Com objetivos, organização interna e estratégias de lutas muito sofisticadas, permitiu ao MST se adaptar aos variados momentos que a política voltada para esse segmento vivenciou no decorrer de seus 30 anos de existência. Assim, essa pesquisa buscou investigar em dois assentamentos do MST de Minas Gerais, os processos de formação e de trabalho como recursos que qualificam a resistência dos sujeitos do campo, em especial moradores dos assentamentos de reforma agrária, e em que medida alteram o modo de vida e de trabalho desses sujeitos. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, cujas técnicas de investigação utilizadas foram entrevistas semiestruturadas, observação participante e estudos de documentos dessas comunidades. Optou-se por selecionar os sujeitos em grupos com diferentes funções na estrutura do MST, indagando sobre a importância da formação e do trabalho no cotidiano desses sujeitos, bem como sobre suas táticas para a formação dos demais Sem Terras, com o objetivo de identificar se de fato possíveis mudanças encontradas se devem ao processo empreendido pelo MST. Os resultados da análise evidenciaram a importância dos processos de formação do MST para a conscientização das pessoas na perspectiva de coletivizar as relações sociais de trabalho/produção, objetivando alterar as condições materiais da vida, humanizando-as, bem visualizar a necessidade de implementação de um projeto de campo sob os interesses dos camponeses e camponesas. E ainda, que as mudanças nas relações da vida e de trabalho decorrem: das práticas coletivizadas adotadas desde o início; dos estudos direcionados para atender demandas diferenciadas da formação dos Sem Terras; do envolvimento dessas pessoas nas mobilizações, reuniões, encontros, seminários, viagens, etc.; das práticas educativas escolares e não escolares nos assentamentos; do valor dado ao trabalho produtivo, sobretudo, à coletivização e cooperação dessas práticas - somadas à filosofia da participação efetiva do MST, entre outras. Assim, sob a orientação do MST, a luta de resistência dentro dos Assentamentos, a aquisição de infraestrutura, bem como a melhoria das condições de vida e de trabalho desses sujeitos, estão condicionadas ao nível de organização coletiva que se estabelece, daí a importância da formação em diversos aspectos da vida.
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spelling ndltd-IBICT-oai-bibliotecadigital.ufmg.br-MTD2BR-BUBD-9NYL4R2019-01-21T18:06:32Z Formação e trabalho no Movimento Sem Terra (MST): processos de resistência do campesinato Antoniel Assis de Olivieira Maria de Fatima Almeida Martins Maria Isabel Antunes Rocha Maria Nalva Rodrigues de Araujo Antonio Julio de Menezes Neto Vândiner Ribeiro The subjects peasants constituted an essential category in the Brazilian social formation. Since colonial times to the present day, the field was marked by conflicts, manipulations, deaths, resistors, achievements, etc., at different times of the performances of these subjects, there always fight over land. In the twentieth century began peasant organizations in the struggle for rights, including land reform, and to organize themselves according to their needs, these guys have created unions, parties, social movements, etc., in order to maintain greater coordination to strengthen their struggles. MST, which was constituted in the following decades one of the most significant social movements struggling for land and agrarian reform in the world - And so, in the wake of protests that occurred from the 1970s, the Landless Movement emerged. With objectives, internal organization and strategies of very sophisticated struggles allowed the MST adapt to varied moments the policy for this segment has experienced during its 30 years of existence. Thus, this research investigates two MST settlements of Minas Gerais, the processes of formation and job resources that qualify as the resistance of the subject field, especially residents of agrarian reform settlements, and to what extent change the mode life and work of these individuals. This is a qualitative research nature, whose investigative techniques used were structured interviews, participant observation and document studies of these communities. We opted to select individuals into groups with different functions in the structure of the MST, inquiring about the importance of training and work in the daily life of these subjects, as well as their tactics to the formation of other No Lands, aiming to identify if indeed possible changes found are due to the process undertaken by the MST. The analysis results showed the importance of the processes of formation of the MST for the awareness of people collectivize the perspective of the social relations of work / production, aiming to change the material conditions of life, humanizing them, and see the need to implement a field project in the interests of peasants. And yet, that changes in the relations of living and working result: the collectivized practices adopted from the beginning; targeted to meet the different demands of training Without Lands studies; the involvement of these people in demonstrations, meetings, meetings, seminars, trips, etc .; of school and non-school educational practices in settlements; the value given to productive work, especially into collectivization and cooperation of these practices - added to the "philosophy" of effective participation of the MST, among others. Thus, under the guidance of the MST, the resistance struggle within the Settlements, the acquisition of infrastructure as well as improving the conditions of life and work of these individuals are conditioned to the level of collective organization that is established, hence the importance of training in various aspects of life. Os sujeitos camponeses se constituíram uma categoria imprescindível na formação social brasileira. Desde a época colonial até os nossos dias, o campo foi marcado por conflitos, manipulações, mortes, resistências, conquistas, etc., em diferentes momentos das atuações desses sujeitos, havendo sempre luta pela posse da terra. Já no século XX iniciaram-se organizações camponesas para a luta por direitos, entre eles a Reforma Agrária, e ao se organizarem conforme suas necessidades, esses sujeitos criaram sindicatos, partidos, movimentos sociais, etc., visando manter uma articulação maior para o fortalecimento das suas lutas. E assim, no bojo das mobilizações ocorridas a partir da década de 1970, surgiu o Movimento Sem Terra - MST, que se constituiu nas décadas seguintes um dos movimentos sociais mais expressivos de luta pela terra e por Reforma Agrária em todo o mundo. Com objetivos, organização interna e estratégias de lutas muito sofisticadas, permitiu ao MST se adaptar aos variados momentos que a política voltada para esse segmento vivenciou no decorrer de seus 30 anos de existência. Assim, essa pesquisa buscou investigar em dois assentamentos do MST de Minas Gerais, os processos de formação e de trabalho como recursos que qualificam a resistência dos sujeitos do campo, em especial moradores dos assentamentos de reforma agrária, e em que medida alteram o modo de vida e de trabalho desses sujeitos. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, cujas técnicas de investigação utilizadas foram entrevistas semiestruturadas, observação participante e estudos de documentos dessas comunidades. Optou-se por selecionar os sujeitos em grupos com diferentes funções na estrutura do MST, indagando sobre a importância da formação e do trabalho no cotidiano desses sujeitos, bem como sobre suas táticas para a formação dos demais Sem Terras, com o objetivo de identificar se de fato possíveis mudanças encontradas se devem ao processo empreendido pelo MST. Os resultados da análise evidenciaram a importância dos processos de formação do MST para a conscientização das pessoas na perspectiva de coletivizar as relações sociais de trabalho/produção, objetivando alterar as condições materiais da vida, humanizando-as, bem visualizar a necessidade de implementação de um projeto de campo sob os interesses dos camponeses e camponesas. E ainda, que as mudanças nas relações da vida e de trabalho decorrem: das práticas coletivizadas adotadas desde o início; dos estudos direcionados para atender demandas diferenciadas da formação dos Sem Terras; do envolvimento dessas pessoas nas mobilizações, reuniões, encontros, seminários, viagens, etc.; das práticas educativas escolares e não escolares nos assentamentos; do valor dado ao trabalho produtivo, sobretudo, à coletivização e cooperação dessas práticas - somadas à filosofia da participação efetiva do MST, entre outras. Assim, sob a orientação do MST, a luta de resistência dentro dos Assentamentos, a aquisição de infraestrutura, bem como a melhoria das condições de vida e de trabalho desses sujeitos, estão condicionadas ao nível de organização coletiva que se estabelece, daí a importância da formação em diversos aspectos da vida. 2014-07-25 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9NYL4R por info:eu-repo/semantics/openAccess text/html Universidade Federal de Minas Gerais 32001010001P7 - EDUCAÇÃO: CONHECIMENTO E INCLUSÃO SOCIAL UFMG BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais instacron:UFMG