Zonas de sentido sobre a governança corporativa

=== The proposal of this work is to provide an ideological and/or philosophical dimension (POPPER) about the phenomenon of corporate governance. The teleological function of this research is the construction of processes of intelligibility (Zones of Sense) about corporate governance. We have chosed...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Alexandre Santos Pinheiro
Other Authors: Ivan Beck Ckagnazaroff
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2010
Online Access:http://hdl.handle.net/1843/BUBD-99BJLC
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description === The proposal of this work is to provide an ideological and/or philosophical dimension (POPPER) about the phenomenon of corporate governance. The teleological function of this research is the construction of processes of intelligibility (Zones of Sense) about corporate governance. We have chosed an epistemological process based on two pillars: (1) on the "Qualitative Epistemology" (REY, 2005) as search process and (2) above viewpoint of subject, its process according to the Historic-Cultural of Subjectivity. Our empirical data base consisted of non-structured interviews with 20 study subjects (divided into four categories: academics, boards, CEOs and consultants), which was analyzed by the Content Analysis (BARDIN, 2004). Theoretical aspects were explored during the whole research, coming out, from that, counterpoints and contradictions about the subjects relations and the conceptual development of the issue. The "Traditional Approach to Corporate Governance" was noticed as an immanent process of the rupture between the ownerships and managers according to Bobbio's taxonomy (1987), economic power and ideological power prevailing a Manichean meaning of the second group of actors. In the Traditional Approach on Corporate Governance, we have observed an institutionalization process of the directors behavior (directors of organizations where there is the division between property and control) that relies on some kind of functional-instrumental rationality, so it may determine how a corporation should be governed. Nevertheless, we believe that an attempt to explain corporate governance should exclude normative issues in the same way, they should not focus on institutional designs or on conflict resolutions mechanisms. Even though the governance´s phenomenon is a result from the dissociation of ownership and management, to debate only the relationship between actors do not address the aspects and nature that the meaning of corporate governance should consider. In other words, governance should be understood under a substantive rationality. Therefore, power, consensus and hegemony form the triad of elements that support the proposition of a zone of sense. These elements are complemented by the degree of intensity that the significant groups (agents with claims) organize and manifested themselves around the corporation. In this work, corporate governance is discussed as a social political process that seeks to build a consensus among the relevant publics of the company, thus the result of this process is the company legitimacy before each one of the significant stakeholder groups". Studying the government of a corporation should cover the power relations in the organization. The governance ponders, at this hermeneutic, that social agents build shared goals using the organizational strategies. Shared goals mean, as far as possible, to satisfy the particular purposes of each stakeholder (MOORE, 1999). Governing a corporation means the mediation of symbolic elements, not presented to the different organized groups of the society, but that become significant as soon as a discursive resource (or language) is used, expressing some kind of rationalization through them. === A função teleológica desta dissertação é, com base em uma assunção popperiana, a construção de espaços de inteligibilidade (Zonas de Sentido) que possibilitem reflexões teóricas e zonas de ação sobre a realidade em relação à governança corporativa. Optamos por um processo epistêmico que se fundamenta em dois pilares: (1) na Epistemologia Qualitativa (REY, 2005) como processo de pesquisa e (2) na evocação do singular como fonte de significação. O empírico desta dissertação constou de entrevistas não estruturadas realizadas com 20 Sujeitos de Pesquisa (distribuídos em quatro categorias: acadêmicos, diretores executivos, conselheiros e consultores), cujas falas foram analisadas por meio da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2004). Aspectos teóricos foram explorados ao longo de todo o trabalho de pesquisa, em paralelo com as perspectivas dos sujeitos de pesquisa a fim de evidenciar contrapontos e contradições em relação tanto a estes sujeitos quanto às próprias elaborações conceituais acerca da temática em questão. Transpareceu-nos a Abordagem- Tradicional da Governança Corporativa como um processo imanente, na taxonomia de Bobbio (1987), da separação entre proprietários (poder econômico) e gestores (poder ideológico), prevalecendo uma acepção maniqueísta sobre o segundo grupo de atores. Da Abordagem-Tradicional sobre a Governança Corporativa, conotamos um processo de institucionalização de comportamento sobre dirigentes (de organizações em que consta a separação entre Propriedade e Controle) que se ancoraria em uma espécie racionalidade funcional-instrumental para determinar como uma corporação deve ser governada. No entanto, acreditamos que uma abordagem sobre a governança corporativa deve excluir conteúdos normativos e concepções tangentes ao mérito e à métrica de regras, da mesma forma que não deviria, também, focar em desenhos institucionais ou em mecanismos de resolução de conflitos. O fenômeno da governança pode até ser emergente da separação entre propriedade e gestão, mas contemplar apenas essa relação entre atores, na amalgama das relações delineadas em torno desse fenômeno, não aborda os aspectos e a natureza que acepções sobre governança corporativa devem contemplar. A governança deve, por conseguinte, ser entendida no campo de poder, consenso e hegemonia, elementos que formam a tríade que ancora a proposição de uma zona de inteligibilidade. Como complemento, teríamos, ainda, o grau de intensidade com que os grupos significativos (agentes reivindicatórios) se organizam e se manifestam em torno da corporação. A governança corporativa é discutida aqui como um processo social político, que procura construir um consenso entre os públicos relevantes da empresa, de modo que a resultante desse processo seja a letigimação da empresa perante a cada um dos grupos de stakeholders significativos estudar o governo de uma corporação requer contemplar relações de poder na corporação. A governança tange, nessa hermenêutica, ao delineamento de estratégias organizacionais por agentes sociais para a construção subjetiva de objetivos compartilhados. Compartilhar objetivos significa atender, na medida do possível, aos objetivos particulares de cada público stakeholder (MOORE, 1999). Governar uma corporação, assume, pois, o sentido de mediar elementos simbólicos que não se apresentam aos diversos grupos organizados da sociedade, mas tornam-se significantes tão logo um recurso discursivo (ou de linguagem) seja empregado, discurso que imprime algum tipo de racionalização que lhes atravesse.
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Alexandre Santos Pinheiro
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Theoretical aspects were explored during the whole research, coming out, from that, counterpoints and contradictions about the subjects relations and the conceptual development of the issue. The "Traditional Approach to Corporate Governance" was noticed as an immanent process of the rupture between the ownerships and managers according to Bobbio's taxonomy (1987), economic power and ideological power prevailing a Manichean meaning of the second group of actors. In the Traditional Approach on Corporate Governance, we have observed an institutionalization process of the directors behavior (directors of organizations where there is the division between property and control) that relies on some kind of functional-instrumental rationality, so it may determine how a corporation should be governed. Nevertheless, we believe that an attempt to explain corporate governance should exclude normative issues in the same way, they should not focus on institutional designs or on conflict resolutions mechanisms. Even though the governance´s phenomenon is a result from the dissociation of ownership and management, to debate only the relationship between actors do not address the aspects and nature that the meaning of corporate governance should consider. In other words, governance should be understood under a substantive rationality. Therefore, power, consensus and hegemony form the triad of elements that support the proposition of a zone of sense. These elements are complemented by the degree of intensity that the significant groups (agents with claims) organize and manifested themselves around the corporation. In this work, corporate governance is discussed as a social political process that seeks to build a consensus among the relevant publics of the company, thus the result of this process is the company legitimacy before each one of the significant stakeholder groups". Studying the government of a corporation should cover the power relations in the organization. The governance ponders, at this hermeneutic, that social agents build shared goals using the organizational strategies. Shared goals mean, as far as possible, to satisfy the particular purposes of each stakeholder (MOORE, 1999). Governing a corporation means the mediation of symbolic elements, not presented to the different organized groups of the society, but that become significant as soon as a discursive resource (or language) is used, expressing some kind of rationalization through them. A função teleológica desta dissertação é, com base em uma assunção popperiana, a construção de espaços de inteligibilidade (Zonas de Sentido) que possibilitem reflexões teóricas e zonas de ação sobre a realidade em relação à governança corporativa. Optamos por um processo epistêmico que se fundamenta em dois pilares: (1) na Epistemologia Qualitativa (REY, 2005) como processo de pesquisa e (2) na evocação do singular como fonte de significação. O empírico desta dissertação constou de entrevistas não estruturadas realizadas com 20 Sujeitos de Pesquisa (distribuídos em quatro categorias: acadêmicos, diretores executivos, conselheiros e consultores), cujas falas foram analisadas por meio da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2004). Aspectos teóricos foram explorados ao longo de todo o trabalho de pesquisa, em paralelo com as perspectivas dos sujeitos de pesquisa a fim de evidenciar contrapontos e contradições em relação tanto a estes sujeitos quanto às próprias elaborações conceituais acerca da temática em questão. Transpareceu-nos a Abordagem- Tradicional da Governança Corporativa como um processo imanente, na taxonomia de Bobbio (1987), da separação entre proprietários (poder econômico) e gestores (poder ideológico), prevalecendo uma acepção maniqueísta sobre o segundo grupo de atores. Da Abordagem-Tradicional sobre a Governança Corporativa, conotamos um processo de institucionalização de comportamento sobre dirigentes (de organizações em que consta a separação entre Propriedade e Controle) que se ancoraria em uma espécie racionalidade funcional-instrumental para determinar como uma corporação deve ser governada. No entanto, acreditamos que uma abordagem sobre a governança corporativa deve excluir conteúdos normativos e concepções tangentes ao mérito e à métrica de regras, da mesma forma que não deviria, também, focar em desenhos institucionais ou em mecanismos de resolução de conflitos. O fenômeno da governança pode até ser emergente da separação entre propriedade e gestão, mas contemplar apenas essa relação entre atores, na amalgama das relações delineadas em torno desse fenômeno, não aborda os aspectos e a natureza que acepções sobre governança corporativa devem contemplar. A governança deve, por conseguinte, ser entendida no campo de poder, consenso e hegemonia, elementos que formam a tríade que ancora a proposição de uma zona de inteligibilidade. Como complemento, teríamos, ainda, o grau de intensidade com que os grupos significativos (agentes reivindicatórios) se organizam e se manifestam em torno da corporação. A governança corporativa é discutida aqui como um processo social político, que procura construir um consenso entre os públicos relevantes da empresa, de modo que a resultante desse processo seja a letigimação da empresa perante a cada um dos grupos de stakeholders significativos estudar o governo de uma corporação requer contemplar relações de poder na corporação. A governança tange, nessa hermenêutica, ao delineamento de estratégias organizacionais por agentes sociais para a construção subjetiva de objetivos compartilhados. Compartilhar objetivos significa atender, na medida do possível, aos objetivos particulares de cada público stakeholder (MOORE, 1999). Governar uma corporação, assume, pois, o sentido de mediar elementos simbólicos que não se apresentam aos diversos grupos organizados da sociedade, mas tornam-se significantes tão logo um recurso discursivo (ou de linguagem) seja empregado, discurso que imprime algum tipo de racionalização que lhes atravesse. 2010-01-29 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://hdl.handle.net/1843/BUBD-99BJLC por info:eu-repo/semantics/openAccess text/html Universidade Federal de Minas Gerais 32001010026P0 - ADMINISTRAÇÃO UFMG BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais instacron:UFMG