Summary: | === Purpose: This study describes a based population investigation on severe acute maternal morbidity, near-miss, and maternal mortality in an obstetric intensive care unit (ICU) in Brazil. The analysis aims to identify the epidemiologic profile, the maternal survival and factors that may influence survival in obstetric ICU. Methods: Analysis of demographic, diagnostic and outcomes until ICU discharge or death, from January 2007 to March 2009 were conducted. Mortality was related with the reason of ICU admission: direct obstetric, indirect-obstetric or non-obstetric causes, according World Health Organization definitions. The group of reasons for admissions had their impact on maternal survival evaluated by Kaplan Meier curves and Log-rank test. Results: In a
total of 299 admissions in ICU, the mortality rate was 4.7%. The main cause of admission on ICU was hypertension (54.2%), followed by hemorrhage (19.1%), sepsis (13.4%), maternal cardiopathies (5.4%) and others (8%). The medium APACHE II score at admission was 9.8. Half of the patients who died were admitted in ICU for an obstetric reason. Twenty five percent of all patients required mechanical ventilation and
only 5% needed hemodialysis. The medium length of stay was five days. The maternal survival for the group of patients who were admitted in ICU due non-obstetric reason was lower (median 13 days) than those admitted for direct obstetric (median 27.8 days) or indirect-obstetric reasons (median 21.5 days, Log-rank, p=0.001). ICU survival rate
was statistically associated with the diagnostic group by the admission (p <0.001), with major of the surviving cases admitted by direct obstetric causes (75.4%). Conclusions: Obstetric direct causes accounts for three-fourth of all cases of ICU admission. The main cause of admission in the obstetric ICU was hypertensive disorders, but the lower time of survival was found in the group of admission causes not directly related to pregnancy. === Introdução: Este estudo descreve uma investigação de base populacional sobre morbidade materna aguda grave e mortalidade materna em uma unidade de terapia intensiva obstétrica (UTI) no Brasil. A análise tem como objetivo identificar o perfil epidemiológico, a sobrevida materna e fatores de prognóstico que possam influenciar a
sobrevida na UTI obstétrica. Métodos: Foi realizada uma análise dos dados demográficos, diagnósticos e resultados até a alta da UTI ou morte, desde janeiro de 2007 a fevereiro de 2009. A mortalidade esteve relacionada com o motivo de internação na UTI: causas obstétricas diretas, indiretas, ou não-obstétricas, segundo definições da
Organização Mundial de Saúde. A causa da internação teve seu impacto na sobrevida materna avaliada por curvas de Kaplan Meier e teste Log-rank. Resultados: Em um total de 299 internações em UTI, a mortalidade foi de 4,7%. A principal causa de internação na UTI foi a hipertensão (54,2%), seguida por hemorragia (19,1%), sepse
(13,4%), cardiopatias maternas (5,4%) e outros (8%). A média do índice APACHE II foi de 9,8. A metade das pacientes que morreram estava internada na UTI por motivos obstétricos. Vinte e cinco por cento das pacientes necessitaram de ventilação mecânica e 5% necessitaram de hemodiálise. O tempo médio de permanência na UTI foi de cinco
dias. A sobrevida materna para o grupo de pacientes que foram internados na UTI por motivo não-obstétrico foi menor (mediana de 13 dias) do que as admitidas por causas obstétricas diretas (mediana de 27,8 dias) ou por razões obstétricas indiretas (mediana de 21,5 dias, Log-rank, p = 0,001). A sobrevida na UTI esteve estatisticamente
associada ao grupo de causa à admissão (p<0,001), sendo a maioria dos casos sobreviventes admitidos por causa obstétrica direta (75,4%). Conclusões: O grupo de causas obstétricas diretas foi responsável por quase três quartos das admissões na UTI obstétrica. A principal causa de admissão na unidade foram as doenças hipertensivas. O menor tempo de sobrevida foi observado nas pacientes admitidas por causa não obstétrica.
|