Summary: | === Introduction: Job satisfaction represents the judgement an individual does of his real work while comparing it to an ideal occupation. Different work characteristics and aspects related to other dimensions of life are involved. Evidence indicates an association between job satisfaction and the illness in the medical category. Also, negative effects of doctors dissatisfaction on the quality of health services have been registered. Purpose: To identify whether occupational factors, social circumstances and health are associated with the job satisfaction of doctors in the public health system of Belo Horizonte. Methods: A crosssectional study based on random and proportional sampling (n = 266) was conducted in the
municipal public health system. The participants answered a questionnaire about job satisfaction, sociodemographic characteristics and lifestyle, working conditions and employment, aspects of non-work satisfaction and health status. The associations between variables were investigated using Poisson Regression. An accuracy of 5% (p <0.05) and a confidence interval of 95% were considered in multivariate analysis. Results: 232 professionals responded to the survey (response rate 87.2%); 150 physicians (64.94%) declared themselves satisfied with the work, with no significant difference between male and female doctors (66.4% vs 64.2% p = 0.74). Most practitioners reported being satisfied with itself (74.6%), with their personal relationships (76.3%) and their ability to work (66.9%). However, dissatisfied professionals predominated at the emergency care units (54.5% vs 45.5%), although this result was not statistically significant. One in four (23.3%) of providers
stated that their daily work caused them suffering. Eighteen professionals (7.7%) would not seek re-election to their current jobs. In multivariate analysis, the frequency of physicians satisfied with the work was significantly higher among those who reported a high level of social support at work (p < 0.01) and significantly lower in the group of professionals working under high strain (p = 0.01) or who had a screening positive for TMC (p < 0.01). Conclusions: The results suggest that policies to promote social support and mental health in the workplace, as well as developing strategies to increase the control of doctors over their activities, can have positive effect on levels of job satisfaction of these professionals. === Introdução: A satisfação com o trabalho representa o julgamento que o indivíduo faz do seu trabalho real quando comparado a uma ocupação ideal, sendo este processo influenciado tanto por fatores ocupacionais, quanto por fatores individuais, sociais e de saúde. Evidências têm indicado associação entre baixos níveis de satisfação com o trabalho e o adoecimento na categoria dos médicos, bem como influências negativas sobre a qualidade dos serviços de saúde. Objetivos: Identificar se os fatores ocupacionais, do contexto social e de saúde associam-se à satisfação com o trabalho dos médicos na rede pública de saúde de Belo Horizonte. Métodos: Um estudo transversal de amostra aleatória e proporcional (n = 266) foi realizado na rede municipal de saúde. Os participantes responderam a um questionário sobre satisfação com o trabalho, características sociodemográficas e de estilo de vida, condições de trabalho e emprego, aspectos da satisfação não relacionados ao trabalho e o estado de saúde. As associações entre as variáveis foram investigadas utilizando-se a Regressão de Poisson.
Uma precisão de 5% (p<0,05) e um intervalo de 95% de confiança foram considerados na análise multivariada. Resultados: Responderam à pesquisa 232 médicos (taxa de resposta de 87,2%); 150 profissionais (64,9%) declararam-se satisfeitos com o trabalho, não havendo diferença significativa entre médicos e médicas (66,4% vs 64,2%; p = 0,74). A maioria dos trabalhadores relatou estar satisfeita consigo mesma (74,6%), com as suas relações pessoais (76,3%) e com sua capacidade para o trabalho (66,9%). Entretanto, os profissionais insatisfeitos predominaram nas unidades de atendimento às urgências e emergências (54,5% vs 45,5%), embora este resultado não tenha sido estatisticamente significativo. Um em cada quatro (23,3%) médicos declarou que seu trabalho diário lhe causava sofrimento verificandose
que dezoito profissionais (7,7%) não se recandidatariam aos atuais empregos. Na análise multivariada, a frequência de médicos satisfeitos com o trabalho foi significativamente maior entre aqueles que relataram elevado nível de suporte social no trabalho (p < 0,01) e significativamente menor no grupo dos profissionais trabalhando sob alta exigência (p = 0,01) ou que apresentaram triagem positiva para TMC (p < 0,01). Conclusões: Os resultados sugerem que políticas para promover o apoio social e a saúde mental no ambiente ocupacional, bem como o desenvolvimento de estratégias que aumentem as margens para o controle dos médicos sobre suas próprias atividades, possam ter efeito positivo sobre os níveis de satisfação desses profissionais com o trabalho.
|