Summary: | === Loxosceles spider bites cause numerous accidents in humans worldwide. In Brasil, loxoscelism brown spider envenomation constitutes the third cause of accidents by venomous animals. Injections of the whole Loxosceles intermedia venom or of recombinant toxin derivated of it (rLiD1) produce in animal models skin-tissue changes and systemic symptoms similar to those detected in humans. The aim of our work was to characterize de cardiac effects induced in mice by L. intermedia venom and rLiD1. L. intermedia antigens were detected in the kidney, heart, lung and liver of experimental envenomed mice by ELISA. Since serum creatine kinase and creatine kinase MB isoenzyme activities were elevated in treated mice, a cardiac action of the venom was further investigated. The binding of rLiD1 to cardiomyocytes was demonstrated by means of an immunofluorescence technique using confocal microscopy. Isolated Langendorff-perfused heart preparations from envenomed mice presented an impairment of the in vitro heart functions. Ventricular cardiomyocites isolated from envenomed mice showed a significant increase of L-type calcium current density and intracellular Ca2+ transients. Taken together, our findings establish the cardiotoxic effects of Loxosceles intermedia spider venom. A protein from sphingomyelinase family plays a key role in the heart mice dysfunction, as attested by cardiac activity of the recombinant toxin rLiD1. === Picadas de aranhas do gênero Loxosceles causam numerosos acidentes em humanos no mundo todo. No Brasil, constitui a terceira maior causa de acidentes envolvendo animais venenosos. Injeção, em modelos animais, do veneno de Loxosceles intermedia ou da toxina dermonecrótica recombinante (LiD1r) produzem alterações cutâneas e sintomas sistêmicos similares àqueles encontrados em humanos. O intuito deste trabalho foi caracterizar os efeitos cardíacos, em camundongos, induzidos pelo veneno de L. intermedia e LiD1r. Antígenos do veneno foram detectados, por ELISA, no rim, coração, pulmão e fígado de camundongos experimentalmente envenenados. A atividade da enzima creatina quinase e sua fração MB encontraram-se elevadas no soro de animais tratados, por isso foi investigada uma possível ação cardíaca deste veneno. A ligação de LiD1r à cardiomiócitos foi demonstrada pela técnica de imunofluorescência usando microscopia confocal. Preparações de coração isolado de animais envenenados, usando o sistema de perfusão Langendorff, mostraram um prejuízo in vitro das funções cardíacas nestes animais. Cardiomiócitos ventriculares isolados de camundongos envenenados apresentaram um aumento significativo da densidade de corrente nos canais de cálcio de tipo L e do transiente intracelular de cálcio. Em suma, os resultados deste trabalho, caracterizam os efeitos cardiotóxicos do veneno da aranha L. intermedia. Uma proteína da família das esfingomielinases, presente neste veneno, apresenta um papel chave na disfunção cardíaca dos camundongos, como constatado pela atividade cardíaca exercida pela toxina recombinante LiD1r.
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