Protocolo de Manchester na atenção primária à saúde: visão de profissionais, usuários e gestores

=== The present study is aimed at understanding the point of view from professionals, users and managers of the Manchester Triage System in Primary Health Care in the city of Sarzedo, located in the metropolitan area of Belo Horizonte, Minas Gerais. The study consisted of seven nurses, eleven nursi...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Danielle de Araújo Moreira
Other Authors: Maria Jose Menezes Brito
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2014
Online Access:http://hdl.handle.net/1843/ANDO-9RMGZN
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description === The present study is aimed at understanding the point of view from professionals, users and managers of the Manchester Triage System in Primary Health Care in the city of Sarzedo, located in the metropolitan area of Belo Horizonte, Minas Gerais. The study consisted of seven nurses, eleven nursing technicians, four doctors and seventeen users; bringing the total of 39 participants. The participants were divided into two groups: the primary one - nurses; and the secondary one nursing technicians, doctors and users. This research was approved by the Ethics Committee of UFMG (protocol number: 535.523) and by the Health Secretariat of Sarzedo, made through concession letter. It is a qualitative approach research, in which data collection was carried out within the months of March and May in 2014. Observation and a semi-structured survey questionnaire were used in the interview only after its participants consent and their signature on the Informed Consent Form (ICF). In order to do the data analysis, it was used the content analysis technique proposed by Bardin (2009). The results were organized into three categories: Understanding the use and the implantation of the Manchester Triage System in Primary Health Care; Manchester Triage System in Primary Health Care and in Emergency Services- It works perfectly for the Emergency Care, but in Primary Care it doesnt work at all; Manchester Triage System in Primary Health Care the view from the one who is being assisted. The data analysis allowed us to identify the challenges and potentialities that permeate the use of the Manchester Triage System in Primary Health Care. The participants stressed the importance of establishing criteria when it comes to the users risk classification for the ones who look for assistance in a Primary Care level. However, they also criticized the system and regarded it as insufficient, once it was developed to meet the Urgency and Emergency needs. According to the professionals outlook, it is impracticable to adopt a classification conduct that cannot be effectuated, after all, unlike the services which the Manchester Triage System was created, the MTS professionals deal with a working schedule that does not match the waiting time standard established for the triage. Moreover, the nurses pointed out another important aspect- the implementation of the risk classification by the Manchester Triage System affects the recommended actions for a primary level of assistance. The nurses stated that the implantation of the MST affected not only the bonds between professionals and patients, but also the qualified listening, the resolution of demands that exceed the diagnosis questions and the discriminators listed by TRIUS. Despite understanding that the risk classification disrupts the queuing system and the first-come first-served basis, the professionals also emphasized that the core of Primary Health Care, presented in the patients embracement, is being neglected. The potentialities mentioned by the participants consisted in the support provided by the MTS, for it has electronic documents that prove the conducts which were held. Then, it may bring the possibility of classifying the users by their medical conditions so as to establish priorities, organize patients assistance and disrupt the first-come first-served attendance/lines. In the users point of view, the triage consists of a useful tool to prioritize the most serious cases that demand a more urgent care. On the other hand, they also criticized the delays on receiving assistance and the scheduling of medical appointments. The study enabled the understanding that the use of the Manchester Triage System in Primary Health Care leads to gaps that need to be broken in order to ensure the continuity of the principles that conduct professional practice in this level of assistance. The Primary Health Care nurses should be attentive to each individuals need and comprehend that the act of getting sick can be expressed and understood in many different ways by the users. The important thing is that the risk classification should be guided in the patients embracement, in being with each other and in a moment of encounters, bonds and care. === O presente estudo teve como objetivo compreender a visão de profissionais, usuários e gestores sobre o Protocolo de Manchester na Atenção Primária à Saúde, no município de Sarzedo, localizado na região metropolitana de Belo Horizonte-MG. Constituíram o estudo sete enfermeiros, onze técnicos de enfermagem, quatro médicos e dezessete usuários, perfazendo 39 participantes. Os participantes foram divididos em dois grupos: os primários enfermeiros; e os secundários técnicos de enfermagem, médicos e usuários. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG (Parecer: 535.523) e pela secretaria de saúde do município de Sarzedo por meio de carta de anuência. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, na qual a coleta de dados foi realizada no período de março a maio de 2014, sendo utilizada a entrevista com roteiro semiestruturado e observação, após a aquiescência dos sujeitos e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Para a análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (2009). Os resultados foram organizados em três categorias, a saber: Compreendendo a utilização e implantação do Protocolo de Manchester na Atenção Primária à Saúde; Protocolo de Manchester na Atenção Primária à Saúde e nos Serviços de urgência pra urgência, é perfeito, mas na Atenção Básica não rola; Protocolo de Manchester na Atenção Primária à Saúde na visão do ser cuidado. A análise dos dados permitiu identificar desafios e potencialidades que permeiam a utilização do Protocolo de Manchester na APS. Os participantes salientaram a importância de se instituir critérios para a classificação de risco de usuários que buscam atendimento no primeiro nível de assistência, no entanto, criticaram e consideraram insuficiente utilizar um sistema de triagem desenvolvido para os serviços de urgência e emergência. Na visão dos profissionais, é inviável adotar uma conduta de classificação que não pode ser efetivada, afinal, diferente dos serviços para os quais o Protocolo de Manchester foi criado, os profissionais da APS lidam com horário de trabalho limite, que não condiz com o tempo de espera instituído para a triagem. Além disso, um aspecto importante destacado pelos enfermeiros é que a implementação da classificação de risco pelo Protocolo de Manchester afeta ações preconizadas para o primeiro nível de atenção. Os enfermeiros afirmam que a implantação do Protocolo de Manchester afetou o vínculo com o paciente, a escuta qualificada e a resolução de demandas que ultrapassam as questões diagnósticas e os discriminadores elencados pelo TRIUS. Apesar de entenderem que a classificação de risco rompe com um sistema de filas e atendimento por ordem de chegada, os profissionais sinalizam também que o cerne da APS, pautado no acolhimento, está sendo negligenciado. As potencialidades citadas pelos participantes consistiram no respaldo propiciado pelo PM, por conter documentos eletrônicos que comprovam as condutas realizadas; na possibilidade de classificar os usuários de acordo com a condição clínica, para estabelecer prioridades e organizar o atendimento; e no rompimento com o atendimento por ordem de chegada/filas. No que tange a visão dos usuários, estes declararam que a triagem consiste em uma ferramenta útil para priorizar casos mais graves que demandam atendimento com mais urgência, no entanto, à demora em receber atendimento e o agendamento de consultas foram críticas que emergiram dos depoimentos. O estudo possibilitou a compreensão de que a utilização do Protocolo de Manchester na Atenção Primária à Saúde acarreta lacunas que precisam ser rompidas para garantir a continuidade dos princípios que regem a prática profissional neste nível de atenção. Os enfermeiros que atuam na APS devem estar atentos para as necessidades de cada individuo e compreenderem que o adoecer pode ser expresso e entendido de maneiras distintas entre os usuários. O importante é que a classificação de risco seja pautada no acolhimento, na escuta, no estar com o outro, sendo um momento de encontro, de vínculo e de cuidado.
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It is a qualitative approach research, in which data collection was carried out within the months of March and May in 2014. Observation and a semi-structured survey questionnaire were used in the interview only after its participants consent and their signature on the Informed Consent Form (ICF). In order to do the data analysis, it was used the content analysis technique proposed by Bardin (2009). The results were organized into three categories: Understanding the use and the implantation of the Manchester Triage System in Primary Health Care; Manchester Triage System in Primary Health Care and in Emergency Services- It works perfectly for the Emergency Care, but in Primary Care it doesnt work at all; Manchester Triage System in Primary Health Care the view from the one who is being assisted. The data analysis allowed us to identify the challenges and potentialities that permeate the use of the Manchester Triage System in Primary Health Care. The participants stressed the importance of establishing criteria when it comes to the users risk classification for the ones who look for assistance in a Primary Care level. However, they also criticized the system and regarded it as insufficient, once it was developed to meet the Urgency and Emergency needs. According to the professionals outlook, it is impracticable to adopt a classification conduct that cannot be effectuated, after all, unlike the services which the Manchester Triage System was created, the MTS professionals deal with a working schedule that does not match the waiting time standard established for the triage. Moreover, the nurses pointed out another important aspect- the implementation of the risk classification by the Manchester Triage System affects the recommended actions for a primary level of assistance. The nurses stated that the implantation of the MST affected not only the bonds between professionals and patients, but also the qualified listening, the resolution of demands that exceed the diagnosis questions and the discriminators listed by TRIUS. Despite understanding that the risk classification disrupts the queuing system and the first-come first-served basis, the professionals also emphasized that the core of Primary Health Care, presented in the patients embracement, is being neglected. The potentialities mentioned by the participants consisted in the support provided by the MTS, for it has electronic documents that prove the conducts which were held. Then, it may bring the possibility of classifying the users by their medical conditions so as to establish priorities, organize patients assistance and disrupt the first-come first-served attendance/lines. In the users point of view, the triage consists of a useful tool to prioritize the most serious cases that demand a more urgent care. On the other hand, they also criticized the delays on receiving assistance and the scheduling of medical appointments. The study enabled the understanding that the use of the Manchester Triage System in Primary Health Care leads to gaps that need to be broken in order to ensure the continuity of the principles that conduct professional practice in this level of assistance. The Primary Health Care nurses should be attentive to each individuals need and comprehend that the act of getting sick can be expressed and understood in many different ways by the users. The important thing is that the risk classification should be guided in the patients embracement, in being with each other and in a moment of encounters, bonds and care. O presente estudo teve como objetivo compreender a visão de profissionais, usuários e gestores sobre o Protocolo de Manchester na Atenção Primária à Saúde, no município de Sarzedo, localizado na região metropolitana de Belo Horizonte-MG. Constituíram o estudo sete enfermeiros, onze técnicos de enfermagem, quatro médicos e dezessete usuários, perfazendo 39 participantes. Os participantes foram divididos em dois grupos: os primários enfermeiros; e os secundários técnicos de enfermagem, médicos e usuários. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG (Parecer: 535.523) e pela secretaria de saúde do município de Sarzedo por meio de carta de anuência. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, na qual a coleta de dados foi realizada no período de março a maio de 2014, sendo utilizada a entrevista com roteiro semiestruturado e observação, após a aquiescência dos sujeitos e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Para a análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (2009). Os resultados foram organizados em três categorias, a saber: Compreendendo a utilização e implantação do Protocolo de Manchester na Atenção Primária à Saúde; Protocolo de Manchester na Atenção Primária à Saúde e nos Serviços de urgência pra urgência, é perfeito, mas na Atenção Básica não rola; Protocolo de Manchester na Atenção Primária à Saúde na visão do ser cuidado. A análise dos dados permitiu identificar desafios e potencialidades que permeiam a utilização do Protocolo de Manchester na APS. Os participantes salientaram a importância de se instituir critérios para a classificação de risco de usuários que buscam atendimento no primeiro nível de assistência, no entanto, criticaram e consideraram insuficiente utilizar um sistema de triagem desenvolvido para os serviços de urgência e emergência. Na visão dos profissionais, é inviável adotar uma conduta de classificação que não pode ser efetivada, afinal, diferente dos serviços para os quais o Protocolo de Manchester foi criado, os profissionais da APS lidam com horário de trabalho limite, que não condiz com o tempo de espera instituído para a triagem. Além disso, um aspecto importante destacado pelos enfermeiros é que a implementação da classificação de risco pelo Protocolo de Manchester afeta ações preconizadas para o primeiro nível de atenção. Os enfermeiros afirmam que a implantação do Protocolo de Manchester afetou o vínculo com o paciente, a escuta qualificada e a resolução de demandas que ultrapassam as questões diagnósticas e os discriminadores elencados pelo TRIUS. Apesar de entenderem que a classificação de risco rompe com um sistema de filas e atendimento por ordem de chegada, os profissionais sinalizam também que o cerne da APS, pautado no acolhimento, está sendo negligenciado. As potencialidades citadas pelos participantes consistiram no respaldo propiciado pelo PM, por conter documentos eletrônicos que comprovam as condutas realizadas; na possibilidade de classificar os usuários de acordo com a condição clínica, para estabelecer prioridades e organizar o atendimento; e no rompimento com o atendimento por ordem de chegada/filas. No que tange a visão dos usuários, estes declararam que a triagem consiste em uma ferramenta útil para priorizar casos mais graves que demandam atendimento com mais urgência, no entanto, à demora em receber atendimento e o agendamento de consultas foram críticas que emergiram dos depoimentos. O estudo possibilitou a compreensão de que a utilização do Protocolo de Manchester na Atenção Primária à Saúde acarreta lacunas que precisam ser rompidas para garantir a continuidade dos princípios que regem a prática profissional neste nível de atenção. Os enfermeiros que atuam na APS devem estar atentos para as necessidades de cada individuo e compreenderem que o adoecer pode ser expresso e entendido de maneiras distintas entre os usuários. O importante é que a classificação de risco seja pautada no acolhimento, na escuta, no estar com o outro, sendo um momento de encontro, de vínculo e de cuidado. 2014-10-03 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://hdl.handle.net/1843/ANDO-9RMGZN por info:eu-repo/semantics/openAccess text/html Universidade Federal de Minas Gerais 32001010046P0 - ENFERMAGEM UFMG BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais instacron:UFMG