Summary: | === Representations by mental health care professionals about the sexuality of people with mental disabilities.
Among the obstacles confronting the promotion of sexual health in the mental health field is the difficulty of professionals to deal with the topic of sexuality. This creates barriers that prevent people with mental disabilities from expressing their needs and questions about the topic, resulting in not addressing important issues that could contribute to more complete health care for this population. In the various types of care, there are representations by health professionals regarding sexuality and mental disability, which could contribute to or impede advances in health care. The objective of this study was to understand the representations about sexuality and people with mental disabilities by the professionals who work in mental health services in the public system of Minas Gerais. It is a qualitative study founded on the understanding of representations, as proposed by Alain Giami. The study was carried out using six focus groups with 54 public mental health care professionals in Minas Gerais, Brazil, in 2011, after receiving approval from the Ethics Committee at UFMG. The following central issue guided the discussion of the groups: Share what you think about the sexuality of people with mental disabilities. Reframed questions were used to more deeply investigate the central issue of the study. The analysis of the discussion of the focus groups was conducted using the Structural Analysis of Narration method. The results allowed for the identification of empirical categories divided into two theoretical groups: Cultural scripts and Education; Sexual health promotion and Vulnerability. There were representations where people with mental disabilities denied their sexuality, with expressed condemnation of activities considered abnormal, such as masturbation, homosexuality and sexual relations between people with mental disabilities. Health professionals believe that these means of managing their sex life are the everyday result of their own craziness, and are generally repressed and to which silence and distancing are preferred. The findings of this study point to the almost non-existence of promotional activities for the sexual health of people with mental disabilities, as well as limitations among those that do exist, related to the lack of preparation of participants, starting from their professional training. It was also recognized that there is a need to consider the psycho-social aspects involved in their sexual life and self-care so that sexual health is possible and safe for these individuals who have higher vulnerability. It is vital that health professionals be trained on sexuality, using new approaches and considering human rights and more complete mental health, such as integrating care principles. === SOUZA, M. C. M. R. Representações de profissionais da saúde mental sobre sexualidade de pessoas com transtornos mentais. 2014. 167 f. Tese (Doutorado em Enfermagem) Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2014.
Entre os obstáculos para a promoção da saúde sexual no campo da saúde mental encontram-se dificuldades dos profissionais para lidar com a temática da sexualidade. Isto gera barreiras que impedem a expressão de necessidades e dúvidas das pessoas com transtornos mentais sobre o assunto, deixando em aberto aspectos importantes que contribuem para a integralidade da atenção à saúde dessa população. Nos modos de cuidar, encontram-se representações dos profissionais sobre a sexualidade e os transtornos mentais que podem favorecer ou impedir avanços das ações em saúde. O objetivo deste estudo foi compreender representações de profissionais que atuam nos serviços de saúde mental da rede pública de Minas Gerais sobre sexualidade de pessoas com transtornos mentais. Trata-se de um estudo qualitativo, fundamentado em noções das representações, no eixo proposto por Alain Giami. Foi realizado por meio de seis grupos focais com 54 profissionais de serviços públicos de saúde mental em Minas Gerais, Brasil, em 2011, após aprovação pelo Comitê de Ética da UFMG. A seguinte questão central guiou a discussão nos grupos: Falem sobre o que pensam da sexualidade das pessoas com transtornos mentais. Questões de relance foram utilizadas para aprofundar a questão central do estudo. A análise das discussões dos grupos focais foi realizada pelo método de Análise Estrutural de Narração. Os resultados permitiram a identificação de categorias empíricas que resultaram em duas categorias teóricas: Roteiros culturais e Formação acadêmica; Promoção da saúde sexual e Vulnerabilidade. Emergiram representações de negação da sexualidade das pessoas com transtorno mental, com censuras expressas de manifestações como a masturbação, homossexualismo e relação sexual entre pessoas com transtornos mentais, consideradas fora do normal. Os profissionais acreditam que esses modos de gestão da vida sexual são correntes e provenientes da própria loucura, devendo, de modo geral, serem reprimidos e sobre os quais se prefere o silêncio e o distanciamento. Os achados deste estudo apontam a quase inexistência de ações de promoção da saúde sexual para as pessoas com transtornos mentais, bem como as limitações naquelas existentes, relacionadas ao despreparo dos participantes, advindo desde suas formações profissionais. Houve reconhecimento da necessidade de se considerar os aspectos psicossociais envolvidos na vivência da sexualidade e do autocuidado para que a saúde sexual seja possível e esteja assegurada para essas pessoas que se encontram em condições de maior vulnerabilidade. É premente a necessidade de sensibilizações para os profissionais sobre sexualidade, com novas abordagens, considerando os direitos humanos e a integralidade como princípios do cuidado em saúde mental.
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