Summary: | === Living conditions during the early childhood and younger ages has become a very important issue due to the effects they have on health and socioeconomic events that take place during the adulthood and the elderly. Several indicators have been used to measure the well-being of populations, but there is a consensus that adult height is the indicator that describes the most important aspects of epidemiological and socioeconomic conditions experienced through childhood, because its final value it is affected by those conditions.
The main objective of this work is to assess the association between female adult height and the living conditions experienced during childhood and younger ages in eleven countries in Latin America. The analysis focus on average female adult height from cohorts born between 1960 and 1985 in those countries. In this work, living conditions were approximated by nutrition, health, socioeconomic and urbanization conditions observed when each cohort was zero (0), five (5), ten (10) and fifteen (15) years old.
From aggregate data in a country level, a regression model suggested by Akachi & Canning (2008) was used to establish the relationship between adult height and the indicators observed when the cohorts were zero, five (5), ten (10) and fifteen (15) years old. As that model presents a methodological limitation (colinearity) we consider the principal component analysis method to avoid that limitation. Results showed an improvement of living conditions during the childhood in all the countries. However, the increase in female adult height was not observed in all of them. Results also show the persistence of nutritional inequality in each country in the region, inequalities that can be translated in socioeconomic differences in adult height. === O estudo das condições de vida de uma população, principalmente, durante a infância e adolescência, se faz relevante pelas implicações que tais condições exercem sobre as condições de vida nas idades adultas e avançadas. Dentre os diferentes indicadores utilizados para avaliar o bem-estar de uma população, a estatura adulta é a medida que melhor reflete as condições socioeconômicas e as epidemiológicas a que os indivíduos estiveram expostos ao longo da infância e adolescência (Komlos & Baur, 2004) uma vez que a estatura adulta reflete o efeito acumulado das condições de vida a que os indivíduos estiveram sujeitos ao longo de sua vida. O objetivo deste trabalho é avaliar a relação das condições de vida durante a infância e adolescência aproximadas a partir de indicadores das condições de nutrição, saúde, socioeconômicas e de urbanização se associam com a estatura final das coortes de mulheres, nascidas entre 1960 1985, em onze países na América Latina. Para isso, foram relacionadas as informações agregadas, no nível de país, de nutrição, saúde, socioeconômicas e de urbanização observadas quando cada coorte completou as idades de zero, cinco (5), dez (10) e quinze (15) anos com a estatura final de cada coorte através de um modelo de regressão, replicando a metodologia proposta para Akachi & Canning (2008). Diante as limitações encontradas no ajuste desses modelos (colinearidade), trabalhou-se com um método da estatística multivariada, qual seja, análise de componentes principais. Este método foi utilizado com o objetivo de criar um indicador que, em conjunto, possa resumir as condições de nutrição, saúde, socioeconômicas e de urbanização, para posteriormente, avaliar-se a associação deste indicador com a estatura adulta. Os resultados obtidos mostram uma melhora nas condições de vida nos países da América Latina, traduzidas em uma maior estatura com o passar dos anos, na maioria dos casos. Esta mudança na antropometria humana se deu, principalmente, em conseqüência de melhoras nas condições de nutrição e de urbanização, observadas nesses países. Contudo, esse aumento na estatura média não tem sido acompanhado por uma redução da desigualdade nutricional existente dentro de cada um dos países analisados. Assim, as mulheres mais pobres, residentes em áreas rurais, com menor escolaridade apresentam uma menor estatura em relação às mulheres mais ricas e que residem nas áreas urbanas.
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