Uai sô, e agora?: as relações entre fatores sociodemográficos e incapacidades funcionais nas redes sociais de idosos em Belo Horizonte/MG

=== This thesis aims at analyzing the social networks of the elderly (60 years old and over) in view of demographic and epidemiological factors. To this end, we used data of PNAD's (1998, 2003 and 2008) about Minas Gerais, as well as a quality research with elderly people in Belo Horizonte. Th...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Rodrigo Caetano Arantes
Other Authors: Laura Lidia Rodriguez de Espinoza
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2012
Online Access:http://hdl.handle.net/1843/AMSA-8V8P2J
Description
Summary:=== This thesis aims at analyzing the social networks of the elderly (60 years old and over) in view of demographic and epidemiological factors. To this end, we used data of PNAD's (1998, 2003 and 2008) about Minas Gerais, as well as a quality research with elderly people in Belo Horizonte. The social networks of the elderly would usually comprise family members, in addition to neighbors, friends and acquaintances from religious activities. The elderly with functional disability and lower financial conditions reported greater need to request the instrumental and material support network, respectively. The socioeconomic factor was revealed as key determiner of the social interactions and the extension of the support network. From the reports that have been collected, the retirement factor surfaced as cause for the loss of contact with people who used to work together. The seniors that still worked mentioned workmates as components of their social networks.They also reported having lost contact with people from their youth due to migration. The quantitative analysis revealed that the most significant leap towards disability would encompass the age group ranging from 65 to 74 years old, and from this moment on more would require more from the support networks, mainly the instrumental one. The family is revealed as the main sponsor of the support networks. Some seniors, even before acquiring disability, would rearrange their support networks in an attempt to minimize the lack of attention from some family members. Care (instrumental support) would be assigned only to certain family members, usually daughters. Even with more than one daughter, only one would be assigned such function, and the elderly reported more intense relationships with family members who had the care attributed to; also, the geographical location would be an important facilitator. In general, the vast majority of the elderly showed high density and low centrality networks, which suggests less effective support networks. In cases of elderly patients of advanced age and functional disability, networks formed strictly by family members and in a small number, low density and high centrality is obtained, assuming more effective support networks. It was also observed that some elderly people would abdicate the contact with some family member not to lose contact with others. With regard to marital status, the single ones reported being unhappy with depressive symptoms generally attributed to the fact of not having constituted a family (children). The married elderly, besides having in their networks family members, neighbors and friends, would have people they worked with in voluntary programs. Besides, they would have a greater number of components in the networks of support due to the presence of grandchildren, and also children, siblings, cousins and friends. Other testimonies reveal that widowhood would have different connotations for the elderly, which could generate feelings of sadness or joy, as they would be able to do activities that did not use to do before. This study, in addition to directing public policies intended to support networks for older people, guides questions for future research given the findings on important nuances, as we consider the social networks of older people marked by personal experience throughout their lifetime. === Esta tese tem por objetivo analisar as redes sociais dos idosos (60 anos e mais) tendo em vista os fatores sociodemográficos e epidemiológicos. Para tal, utilizou-se de dados das PNADs (1998, 2003 e 2008) referidos a Minas Gerais e de uma pesquisa qualitativa com idosos de Belo Horizonte/MG. As redes sociais dos idosos seriam formadas, em geral, por membros familiares, além de vizinhos, amigos de atividades religiosas e conhecidos. Os idosos com incapacidade funcional e menores condições financeiras relataram maior necessidade de requisitar a rede de apoio instrumental e material, respectivamente. O fator socioeconômico se mostrou importante determinante das interações sociais e extensão da rede de apoio. Pelos relatos colhidos, a aposentadoria se mostrou fator para perda dos contatos com as pessoas que se trabalhava. Os idosos que ainda trabalhavam relataram as pessoas do trabalho como componentes de suas redes sociais. Relataram também terem perdido o contato com pessoas da juventude por terem migrado. A análise quantitativa revelou que o salto mais expressivo em direção à incapacidade funcional localizar-se-ia na faixa etária de 65 a 74 anos, sendo a partir deste momento que demandar-se-ia mais das redes de apoio, principalmente instrumental. A família revela-se como a principal mantenedora das redes de apoio. Alguns idosos, mesmo antes de adquirirem incapacidade funcional rearranjariam as suas redes de apoio na tentativa de minimizar a falta de atenção de alguns membros familiares. O cuidado (apoio instrumental) seria encarregado somente de alguns membros familiares, em geral, as filhas. Mesmo com mais de uma filha, somente a uma seria atribuída tal função, sendo que os idosos relataram relações de maior intensidade com os membros familiares que atribuíam os cuidados; a localização geográfica seria um importante fator facilitador. Em geral, a grande maioria dos idosos com dependência apresentaram redes de alta densidade e baixa centralidade, o que sugere menor efetividade nas redes de apoio. Em casos de idosos com idade avançada, incapacidade funcional, redes formadas estritamente por membros familiares e em número pequeno, obteve-se baixa densidade e alta centralidade, pressupondo maior efetividade nas redes de apoio. Observou-se, também, que, alguns idosos abdicariam de contato com algum membro familiar para não perder o contato com outros. Com relação ao estado civil, solteiros relataram serem infelizes, com sintomas depressivos, em geral, atribuídos ao fato de não terem constituído família (filhos). Idosos casados além de terem em suas redes sociais membros familiares, vizinhos e amigos teriam também pessoas de convivência em participações de programas de voluntariado. Além disso, teriam maior número de componentes nas redes de apoio pela presença dos netos, além dos filhos, irmãos, primos e amigos. Outros depoimentos revelam que a viuvez teria diferentes conotações para os idosos, podendo gerar sentimentos de tristeza ou alegria, por se fazer atividades que antes não se fazia. Este estudo além de direcionar políticas públicas direcionadas às redes de apoio aos idosos, norteia questões para pesquisas futuras, tendo em vista os achados sobre importantes nuances ao se considerar as redes sociais dos idosos, marcadas pelas vivências individuais ao longo do curso de vida.