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Tereza SRA on 2017-06-29T21:20:25Z (GMT) === Submitted by Marcelo Martins de Sa (professormarcelosa@gmail.com) on 2017-06-30T16:22:29Z
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Previous issue date: 2017-05-30 === A crise hídrica é apontada em levantamentos globais realizados na última década como um risco com alto potencial de severidade (WEF, 2007, 2016), considerado o desastre natural que mais causa mortes em todos os países (BELOW; GROVER-KOPEC; DILLEY, 2007) e provoca forte impacto no fornecimento de alimentos, acarretando em prejuízos para saúde, educação, força produtiva e economia das regiões afetadas. Esta tese encontrou na crise hídrica ocorrida na Região Sudeste brasileira nos anos de 2013 a 2015, em especial no Estado de São Paulo, uma oportunidade única de estudar a ocorrência de um fenômeno com características de início lento, explorar a maneira como foi percebida por gestores, bem como as decisões consideradas para Gerenciamento de Riscos e Resiliência em Cadeias de Suprimentos. O objetivo principal desta tese foi investigar o desenvolvimento de capacidades de resiliência em cadeias de suprimentos em um contexto de desastre natural. Para explorar este contexto traz a seguinte questão de pesquisa: como as empresas desenvolvem capacidades de resiliência em cadeia de suprimentos frente a um desastre natural? Esta tese possui natureza qualitativa, por meio da utilização de estudos de casos em duas cadeias de suprimentos relacionadas ao setor de alimentos e bebidas (oriundas das commodities cana-de-açúcar e laranja) como unidades de análise. Os resultados apontam a percepção ao risco como responsável pelo desenvolvimento das capacidades de flexibilidade, colaboração, visibilidade e velocidade. Após a percepção ao risco, os respondentes investiram fortemente em tecnologias para enfrentar os fenômenos climáticos a que estão expostos, evidenciando capacidade de visibilidade sobre o evento, principalmente por meio de compartilhamento de informações úteis entre os elos da cadeia para enfrentamento da crise. Outro resultado indica que a velocidade e a colaboração são necessárias nas fases de resposta e recuperação para alcançar resiliência. No entanto, a presente pesquisa mostrou que estas capacidades não estão presentes em todas as empresas de acordo com os casos estudados e que as cadeias buscam caminhos diferentes para tentarem alcançar a resiliência necessária para normalização ou aprimoramento de seus processos. Conclui-se que a cadeias estudadas não desenvolveram resiliência para enfrentar futuras crises hídricas em todos os elos. As contribuições teóricas desta tese residem em três pontos: o primeiro, a análise das capacidades de resiliência de forma conjunta (como um “conjunto de recursos”), considerando o contexto das fases de uma ruptura de início de lento. Segundo, são raros os estudos com evidências empíricas do ambiente de crise ou pré-ruptura em cadeias de suprimentos que analisem em profundidade as fases de resposta e recuperação, especialmente por desastres naturais com início lento. Terceiro, a análise deste fenômeno além das díades (fornecedores-compradores) pode ser considerada contribuição empírica-teórica para disciplina de cadeia de suprimentos. A partir deste conhecimento é possível adotar estratégias de preparação, tais como aumento de flexibilidade e redundância, investimentos em sistemas integrados de comunicação entre os elos da cadeia para aumentar a visibilidade e velocidade de resposta, entre outras ações que envolvam as capacidades de resiliência estudadas. São necessárias novas ações voltadas para o agronegócio que visem ampliação dos protocolos agroambientais existentes, além de novas pesquisas, compartilhamento de resultados, estudos de casos e ensino nas universidades e debates, para manter o nível adequado de percepção ao risco e foco voltado para recuperação de áreas de preservação e relevantes para melhor gerenciamento dos recursos hídricos. === The water crisis is pointed out in global surveys carried out in last decade as a risk with high severity potential (WEF, 2007, 2016), considered the natural disaster that causes most deaths in all countries (BELOW; GROVER-KOPEC; DILLEY, 2007), and has a strong impact on food supply, resulting in damages for health, education, labor and economy of the affected regions. This thesis has found a unique opportunity to study the occurrence of a phenomenon with slow on-set characteristics, to explore the way in which it was perceived by managers, as well as the decisions that were considered for Risk and Resilience in Supply Chain Management. The main objective of this thesis was to investigate the development of supply chain resilience capabilities in a natural disaster context. To explore this context has the following research question: how do firms develop resilience supply chain capabilities when face a natural disaster? This thesis had a qualitative approach, through multiple case studies and the unit of analysis was the food and beverage supply chains (sugar cane and orange commodities). The results point to risk perception as responsible for the development of flexibility, collaboration, visibility and velocity capabilities. After risk perception, the respondents invested heavily in technologies to face the climate change phenomena to which they are exposed, evidencing the visibility capability on the event, mainly through sharing of useful information between the links of the supply chain members who faced the crisis. Another result indicates that velocity and collaboration are necessary in the response and recovery phases to achieve resilience. However, the present research showed that these capabilities are not present in all firms according to the cases studied. Both supply chains seek different paths to try to achieve the resilience necessary for normalization or improvement of their processes. It is concluded that the supply chains studied did not develop resilience to face future water crises in all links. The theoretical contributions of this thesis reside in three points: the first, the analysis of resilience capacities in the same study (as a “bundle of resources”), considering the context of the phases of a disruption with slow on-set characteristics. Second, studies with empirical evidence of the crisis environment or pre-rupture in supply chains that analyze in depth the response and recovery phases, especially for natural disasters with slow on-set, are rare. Third, the analysis of this phenomenon beyond dyads (suppliers-buyers) can be considered empiricaltheoretical contribution to supply chain discipline. From this knowledge, it is possible to adopt preparation strategies, such as increased flexibility and redundancy, investments in integrated communication systems between supply chain links to increase visibility and velocity of response, among other actions that involve the resilience capabilities studied. New agribusiness actions are needed to expand the existing agrienvironmental protocols, as well as new research, information sharing and debates, to maintain the adequate level of risk perception and focus on the recovery and conservation of relevant areas to improve water resources management.
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