Modelo EAESPIANO de capacitação em gerência estratégica de negócios (1954/1986)

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Bibliographic Details
Main Author: Silva, Luís Eduardo Potsch de Carvalho e
Other Authors: Escolas::EAESP
Language:Portuguese
Published: 2012
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10438/10099
Description
Summary:Submitted by Cristiane Oliveira (cristiane.oliveira@fgv.br) on 2012-10-04T16:17:41Z No. of bitstreams: 1 1199000910.pdf: 22064379 bytes, checksum: eaf118e7660e38c175e8965f080a1d18 (MD5) === Approved for entry into archive by Vera Lúcia Mourão (vera.mourao@fgv.br) on 2012-10-04T16:33:56Z (GMT) No. of bitstreams: 1 1199000910.pdf: 22064379 bytes, checksum: eaf118e7660e38c175e8965f080a1d18 (MD5) === Made available in DSpace on 2012-10-04T16:46:36Z (GMT). No. of bitstreams: 1 1199000910.pdf: 22064379 bytes, checksum: eaf118e7660e38c175e8965f080a1d18 (MD5) Previous issue date: 1989 === 1-Estrutura do modelo: Este estudo mostra como o Materialismo histórico Dialético foi utilizado crescentemente, no período de 1954/1986, pela EAESP/FGV, para alterar o clássico Modelo de ‘Higher Education for Business’, proposto por Robert Aaron Gordon da Ford Foundation, na década de 50, voltado para formar ‘General manager’ (Top management), em relação às suas 4 áreas básicas de competências (Gerencia Econômica de Recursos; Dinâmica Macro-Ambiental; Dinâmica dos Mercados; Dinâmica Organizacional), gestando um original e sui generis modelo de capacitação estratégica de negócios, de caráter generalista multidisciplinar (eclético/hibrido/heterodoxo), exatamente ajustado às condições latino americanas, através da incorporação das chamadas ‘Escolas de Ciências Sociais Criticas’ (ISEB; CEPAL; FFLCH; CEBRAP; IE/UNICAMPI) e baseado numa articulação especial dos 9 seguintes paradigmas epistemológicos: ‘Modo de produção capitalista’ (Marx); ‘Concepção Marxista de empresa capitalista’ (Kenneth Barr ); ‘ Lógica dialética de pensamento’ (Lefebvre/ Caio Prado); ‘Bloco histórico capitalista (Gramsci); ‘Modelos de capitalismo brasileiro’ (Bresser Pereira), ‘Dinâmica econômica capitalista’ (Kalecki); ‘Teoria dos oligopólios capitalistas’ (Steind); ‘Dinâmica estratégica organizacional’ (Chandler); ‘Dinâmica burocrático-ideológica’ (Tragtenberg). 2-Genese do modelo: O estudo realizou uma análise detalhada dos antecedentes históricos, dinâmica de crescimento e gênese do pensamento estratégico-administrativo da EAESP, baseado numa exaustiva investigação de atas de órgão colegiados (Conselho de Administração; Congregação; CTA; Grupo de Planejamento Acadêmico; Conselho Departamental; Comissões de Ensino/Pesquisa/Publicação/Assistência técnica/Biblioteca), da produção acadêmica (pesquisa/ publicações/currículos/perfil docente/destino profissional dos formados) e de cerca de 5000 programas de disciplinas (Marketing; Finanças; Produção; RH/Administração Geral; Ciências Sociais; Economia; Métodos Quantitativos/Informática), referente ao período de 1954,86, que mostrou como a correlação de forças (interesses econômico-políticos) existentes na sociedade brasileira, traduzida em constantes conflitos políticos, crises institucionais e lutas intestinas, envolvendo o corpo docente, alunos, direção geral de FGV e comunidade empresarial paulista, possibilitou à EAESP tornar-se a única Business School em todo o mundo a utilizar o materialismo histórico dialético para aperfeiçoar seus programas de capacitação em gerencia estratégica de negócios. 3-Reason Why do modelo: A principal conclusão do estudo foi a de que em países periféricos (dependentes/subdesenvolvidos), como o Brasil, devido ao caráter agudo e explicito dos conflitos sociais (pobreza; desigualdade; contrastes; potencial revolucionário), os programas de capacitação em gerencia estratégica de negócios devem enfatizar a formação de quadros gerenciais com visão muito mais ‘politica’ do que ‘tecnocrática’, em termos de serem capazes de articular/integrar sua práxis gerencial com as transformações/ mudanças a infra estrutura sócio-economica necessárias para superar o clássico ciclo de instabilidade Latino-Americano (Ditadura/Populismo), em direção a um processo de hegemonia democrática burguesa, capaz de absorver/assimilar os conflitos sociais e viabilizar uma estável acumulação de capital endógena (‘longo prazo’). 4-Implicações do modelo: O estudo mostrou que, de maneira semelhante à reinterpretação original do pensamento econômico sob a ótica latino-americana realizada pela CEPAL, o modelo EAESPIANO, ao utilizar a obra ‘DAS KAPITAL’ (Karl Marx) como um verdadeiro ‘manual de business administration’, introduziu um novo paradigma para análise da questão da capacitação em gerencia estratégica de negócios, possibilitando realizar uma ‘revolução Coperniana’, nos moldes sugeridos por Thomas Kuhn (‘A estrutura das revoluções científicas’) em termos de repensar sob a perspectiva pró-ativa do ‘estruturalismo genético’ (Lucien Goldmann) as atividades de ‘Pesquisa De Negócios’, ‘Consultoria De Gestão’, ‘Engenharia De RH’, ‘Jornalismo de Negócios’, ‘Seminários de Capacitação’, ‘ Projetos de Novos Empreendimentos’ e ‘Centros de Estudos Avançados em Negócios’. De maneira especial, a originalidade do pensamento estratégico-administrativo da EAESP/FGV possibilitou superar as abordagens restritivas/pragmáticas (modelos de decisão; método do caso; análises competitivas) dos tradicionais cursos de planejamento estratégico, política de negócios e diretrizes administrativas, em termos de resgatar o papel da crítica dos Fundamentos Epistemológicos Educacionais (Anísio Teixeira), segundo 3 vetores (Dimensões) básicas do processo de capacitação estratégico-generalista: ‘Endogenia do Corpo Docente; ‘Concepção de Administração Estratégica”; Abordagem de Pesquisa”. 5-Paternidade do modelo: A pesquisa mostrou que o corpo docente da EAES, responsável pela gestação de um dos mais originais e efetivos modelos de capacitação em gerencia estratégica de negócios, em âmbito mundial, não tem ‘consciência’ plena de sua obra, chegando mesmo a depreciá-la, sustentando que materialismo histórico-dialético e business administration são entidades estanques, dicotômicas e disfuncionais uma para a outra, atribuindo a um ‘Irracionalismo histórico’ e motivo de ‘constrangimento institucional’, que deve ser dissimulado/camuflado, não explicitando/propalado, o caráter heterodoxo de seus cursos, como infere-se da polemica questão (Bresser Pereira) “O que é a EAESP/FGV’: ‘para alguns uma agencia ideológica da burguesia, para outros uma ponta de lança das empresas multinacionais no Brasil; para outros ainda uma escola com perigosas tendências esquerdistas’. Ao contrário, os ex-alunos do curso de graduação de administração de empresas, obrigados a cursar cerca de metade de seus créditos com cada uma das escolas integrantes da EAESP – ‘Área de ciências sociais’ (9ºandar) e ‘área de business administration’ (10/11ºandar)-, traduziram numa carreira executiva de sucesso, como atestam diversas pesquisas/reportagens jornalísticas, especialmente em grandes empresas do setor moderno da economia (sobretudo multinacionais), uma praxis estratégica efetiva e diferenciada, baseada num quadro de referência conceitual subjacente, que enfatiza integrar/articular a sua ação gerencial com a dinâmica emergente de transformação intrínseca do modo de produção capitalista, vigente no Brasil, nos termos sugeridos pelo artigo ‘Cada pais tema a Harvard Business School que merece’ (Ronald Z. Carvalho). 6-Futuro do modelo: As próximas eleições presenciais brasileiras, previstas para pouco depois do 35º aniversário da EAESP (13/09/1954), por traduzir uma tendência inexorável de fortalecimento dos partidos políticos comprometidos com a modernização (transformação orgânica) do capitalismo brasileiro, tanto na ótica da burguesia (PSDB), como dos trabalhadores (PT), representarão um coroamento do MODELO EAESPIANO, cuja principal característica sempre foi a de enfatizar a necessidade de capacitar as lideranças empresariais a articularem o processo de gerenciamento estratégico com a dinâmica d transformação social, econômica e política brasileira, permitindo substituir os tradicionais ciclos latino-americanos de ‘Ditadura/Populismo’, por uma estável ‘hegemonia do capital industrial’. A EASP que , depois de haver esgotado com grande sucesso sua missão histórica inicial de ‘Institution Building in Business Administration: The Brazilian Experience’ (Donald Taylor), não tem conseguido gerar conhecimentos originais de caráter estratégico-gerencial, capaz de antecipar e despertar grande interesse na lata cúpula das empresas mais modernas/sofisticadas gerencialmente, limitando-se a expandir atividades de baixo valor acadêmico-cientifico (Educação continuada; pós graduação Latu Sensu; Consultoria tradicional, administração pública; pesquisa sociológica), voltadas para gerar receita adicional, terá uma grande oportunidade de identificar novos desafios históricos, que possibilitem tornar-se mais uma vez extremamente dinâmica na liderança/catalização antecipada, dentro da perspectiva agressivo-inovadora de ‘In search of excellence’ (Mckinsey Co), das novas práticas estratégicas-gerenciais, a serem demandas pelo processo emergente de transformação da sociedade Brasileira na Década de 90. Para isso, torna-se necessário levar às últimas consequências o potencial intrínseco de articulação dialética das perspectivas teóricas diversificadas das suas áreas ‘humanísticas’ e de ‘business administration’, através de uma política docente que estimule/explicite a crítica epistemológica heterodoxa (Desconstrução dos sistemas de conhecimento estabelecidos), que de maneira implícita/subjacente caracterizou seus 35 anos de história de sucesso.