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Previous issue date: 2007-05-05 === A tuberculose é uma doença milenar conhecida mundialmente. Endêmica no Brasil, sua persistência em escala internacional deve-se, segundo a OMS, às desigualdades sociais, envelhecimento da população, movimentos migratórios e advento da Aids. Apesar dos novos adventos tecnológicos em relação à profilaxia e terapêutica, o risco de transmissão intra-hospitalar de tuberculose para profissionais de saúde é fato comprovadamente importante e preocupante.
O município de Santos conta atualmente com cinco cursos de graduação em enfermagem. A cada semestre da graduação, em decorrência dos estágios curriculares, os acadêmicos passam a exercer atividades de treinamento em unidades de saúde, expondo-se cada vez mais ao risco de infecção nosocomial da tuberculose.
Este é um estudo transversal que avaliou dois grupos de alunos da Universidade Católica de Santos/UniSantos, através da reatividade ao teste tuberculínico em relação à prevalência e fatores de risco para infecção pelo M. tuberculosis. Os grupos estudados foram divididos em grupo enfermagem, acadêmicos do curso de graduação em enfermagem, e grupo outros cursos, formado por acadêmicos dos cursos de exatas, ciências jurídicas e outros da área de saúde.
Duzentos e setenta e sete alunos realizaram a primeira aplicação do teste tuberculínico no período de 20/09/2004 a 25/10/2004. Os resultados mostram que o teste tuberculínico foi positivo, PPD reator forte (≥ 10mm), em 66/277 (23,8%) alunos. Obtiveram teste negativo, PPD não reator (< 10 mm), 211/277 (76, 2%) alunos. Os acadêmicos que apresentaram negatividade ao teste na primeira aplicação 223/277 (80,5%), foram orientados a realizar novo teste tuberculínico, uma a três semanas depois da primeira aplicação, para avaliação do efeito booster. O total de alunos dispensados da segunda aplicação foram 54/277 (19,5%), visto que se apresentaram fortemente reatores na primeira aplicação. Não retornaram para a segunda aplicação do teste 112/223 (50,2%) alunos. Retornaram para aplicação do segundo teste 111/223 (49,8%), e destes acadêmicos 99/111 (89,9%) mantiveram PPD < 10mm. Apresentaram PPD ≥ 10mm, após a segunda aplicação do teste, 12/111 (10,8%) alunos efeito booster.
Na análise das características sócio demográficas da população estudada, 76/277 (27,4%) eram do sexo masculino e 201/277 (72,6%) do sexo feminino, a faixa etária de maior freqüência foi entre 18 e 19 anos de idade 145/277 (52,3%). Quanto à renda familiar, 156/277 (56,3%) estudantes, referiram renda familiar mensal entre 5 a 10 salários mínimos.
Quando analisadas as características sócio demográficas da população estudada, segundo cursos de graduação, observa-se a confirmação dos dados anteriores com maior freqüência dos alunos do sexo feminino, entre 18 a 19 anos e renda familiar entre 5 a 10 salários.
A estratificação dos grupos enfermagem e outros cursos (exatas, ciências jurídicas e outros cursos da área da saúde), em relação às características sócio demográficas, apresenta resultados diferentes. Em relação a variável sexo, o grupo enfermagem apresenta maior freqüência do sexo feminino 56/201 (27,9%) e o grupo outros cursos do sexo masculino 64/76 (84,2%). Quanto a variável faixa etária, a maior freqüência encontrada no grupo enfermagem foi entre 25 a 29 anos 17/28 (60,7%) e no grupo outros cursos entre 18 e 19 anos 124/145 (85,5%). No que se refere a variável renda familiar, 32,1% dos acadêmicos do grupo enfermagem referiram renda menor que cinco salários (9/28), enquanto os outros cursos apresentaram maior freqüência na variável renda familiar igual ou acima de 20 salários 16/19 (84,2%).
Na distribuição dos alunos por curso e reação ao teste tuberculínico, verifica-se que o curso com maior número de reatores ao teste é sistema de informação, com 3/9 (33,3%), seguido do curso de direito, com 14/43 (32,5%) e enfermagem, com 21/68 (30,9%).
Na distribuição dos alunos por grupos, segundo o resultado do teste tuberculínico, o grupo enfermagem apresentou maior prevalência de reatores, 47/68 30,9%, porém este resultado não é estatisticamente significativo OR 0,61; IC 95%: 0,33 -1,13.
A análise univariada das características sócio demográficas da população estudada estratificada, segundo grupos e PPD reatores, mostrou que o sexo não interferiu na reatividade ao teste tuberculínico, OR 0,62, IC 95%: 0,29 - 1,31; em relação à idade, a faixa etária entre 20 e 24 anos mostrou-se com maior resposta de positividade ao teste, todavia não é estatisticamente significativa, OR 1,30; IC 95%: 0,37 4,51. O mesmo ocorreu com a variável renda familiar entre 10 a 20 salários, porém sem importância estatística, OR 2,37; IC 95%: 0,47 -11,7.
Outras variáveis analisadas como atividade laborativa na área da saúde, tempo de trabalho na área da saúde, diagnóstico de tuberculose, diagnóstico de diabetes e outras doenças imunodepressoras e cicatriz da vacina BCG não interferiram na positividade do teste.
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