Educação e políticas do corpo na modernidade líquida: Desafios sociais da educação física
Esta pesquisa tem como objetivo principal compreender de que modo a constituição social e histórica da modernidade líquida, conforme prefigura Zygmunt Bauman, influencia na educação corporal e nas políticas do corpo, analisando os possíveis desafios sociais da Educação Física neste contexto. Para ta...
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2018
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Ciências humanas Educação nas ciências Educação Física Políticas do corpo Modernidade sólida Modernidade líquida Educação Durks, Daniel Bardini Educação e políticas do corpo na modernidade líquida: Desafios sociais da educação física |
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Esta pesquisa tem como objetivo principal compreender de que modo a constituição social e
histórica da modernidade líquida, conforme prefigura Zygmunt Bauman, influencia na
educação corporal e nas políticas do corpo, analisando os possíveis desafios sociais da
Educação Física neste contexto. Para tanto, parte da conceituação da Educação Física como
uma prática social de intervenção pedagógica que, com base em conceitos científicos de
diferentes áreas e disciplinas, tematiza a cultura corporal de movimento. Ao compreender a
Educação Física sob uma perspectiva sócio-cultural, que necessita permanentemente
ressignificar sua identidade epistemológica e a sua legitimidade social, entende-se a
pertinência de fomentar o diálogo referente à constituição das estruturas e dimensões que
determinam o imaginário social em diferentes momentos sociais e históricos. Dessa forma,
este estudo utiliza as elaborações do sociólogo Zygmunt Bauman para discutir as
metamorfoses do campo epistemológico da Educação Física neste movimento de
transformações sociais, denominadas pelo autor como a transição da modernidade de um
estado sólido para um estado líquido. O diálogo com Bauman se ocupa em analisar,
especialmente, os conceitos de educação e de políticas do corpo, os quais são considerados
essenciais para pensar as práticas sociais da intervenção pedagógica em Educação Física.
Neste viés, inicialmente, compreende-se alguns dos elementos do processo de constituição da
identidade epistemológica da Educação Física brasileira ao longo do movimento socialhistórico
do século XX e início do século XXI. Posteriormente, a análise procura dialogar em
relação aos desdobramentos da dinâmica sócio-cultural da modernidade líquida, marcada pela
efemeridade e volatilidade de suas estruturas e instituições, com a edificação do imaginário
relacionado à educação e às políticas do corpo. Ao pensar a educação, compreende-se, a partir
da leitura de Bauman, que a dinâmica macrossocial líquido-moderna acelerada, volátil e
incerta, desencadeia metamorfoses na edificação do conhecimento e na estruturação das
instituições educacionais, ocasionando desafios na tarefa educacional de apresentar e inserir
as novas gerações no convívio social. Ao pensar as políticas do corpo, Bauman interpreta que
na modernidade sólida as políticas de “administração social” direcionavam a edificação de
uma “sociedade de produtores”, o que em consequência, marcava a constituição identitária
dos sujeitos, salientando a conformidade com as representações e imaginários de corpo
proeminentes nos diferentes contextos. Já na modernidade líquida, as políticas marcadas pelo
advento da globalização, potencializam a permanente busca pelas diferentes sensações e
prazeres. Em outras palavras, o elemento que marca a organização social líquido-moderna é a
“estética do consumo”. É importante salientar que constantemente a discussão das temáticas
expostas é entrelaçada com os elementos específicos da intervenção pedagógica da Educação
Física. Por conseguinte, destaca-se a necessidade da Educação Física manter a criticidade e a
reflexividade, ressaltando a complexidade do conhecimento em um ambiente marcado pela
ambivalência em suas dimensões sociais. Outrossim, salienta-se o desafio do campo de
intervenção da Educação Física em ser um intérprete das diferentes possibilidades que
emergem na cultura corporal de movimento, evitando “vender ilusões”, mas fortalecendo a
capacidade reflexiva para os sujeitos tornarem-se instituintes de suas práticas corporais e
cuidados de si, bem como preocuparem-se com a participação na construção coletiva dos
rumos da sociedade, ou seja, com a política. === 92 f. |
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