Summary: | A presente pesquisa reflete sobre a ação pedagógica da supervisão escolar, considerando as perspectivas educacionais da contemporaneidade, sob a ótica do paradigma da complexidade, tendo como referência os estudos de Edgar Morin. A relação que ocorre entre o professor que ensina/aprende e o aluno que aprende/ensina é objeto de trabalho da supervisão escolar. O vínculo estabelecido por ambos é resultado de uma conjuntura complexa, que exige a compreensão e o esclarecimento dos profissionais envolvidos no processo. Nesta perspectiva, algumas questões constituem-se base para a investigação: Qual é o perfil da supervisão escolar na contemporaneidade? Quem são os profissionais que fazem parte desta função? Como esses profissionais da educação se veem na função? Como a teoria da complexidade pode colaborar para uma ação supervisora mais integradora, articuladora, efetiva e coerente, na produção dos saberes, tendo em vista as tendências educacionais da contemporaneidade? Para elucidar essas interrogações, buscou-se investigar a ação supervisora escolar no contexto contemporâneo da educação em dois momentos que, ao mesmo tempo distintos, estão interligados, são complementares e recursivos. No primeiro momento, a pesquisa é de natureza básica, de cunho bibliográfico, com a intenção de situar a investigação no contexto planetário da educação, explorando e descrevendo a práxis da supervisão escolar e o paradigma da complexidade. O segundo momento, de cunho qualitativo, utiliza a pesquisa empírica para levantamento e análise de informações produzidas através de questionário semiestruturado, realizado com coordenadoras pedagógicas das escolas públicas estaduais do município de Três de Maio/RS. Os resultados, estruturados a partir da análise textual discursiva, revelam o necessário protagonismo da supervisão escolar, corresponsável pelo processo de ensinar e de aprender. Instiga-se o protagonismo a partir do discernimento de uma postura profissional reflexiva e pesquisadora dos processos escolares, estabelecida pela inquietação e busca da qualidade de ensino, associada à indignação diante das políticas educacionais descontextualizadas de uma realidade emergente que clama por uma educação mais emancipatória. A contribuição dessa pesquisa encontra-se na perspectiva de visualizar a complexidade como paradigma de entendimento, encantamento e possibilidade de construção de novos tempos na função da supervisão escolar, na oportunidade de ensaiar um protagonismo alicerçado na reflexividade e no esclarecimento, no conhecimento e ousadia. Para tanto, faz-se defesa à formação contínua dos professores, elaborada e concretizada no próprio espaço de trabalho dos profissionais da educação, numa formação em contexto como propõe o paradigma da complexidade. === 160 f.
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