Summary: | As atuais inserções tecnológicas estão proporcionando uma nova forma de enxergar a propriedade agrícola, fazendo com que os produtores busquem informações mais precisas na hora de fazer o plantio. A agricultura de precisão (AP) surgiu, no cenário do setor primário gaúcho, como um sistema de gerenciamento da produção agrícola baseado na variação espacial de propriedades do solo e da planta, visando à otimização do lucro, sustentabilidade e, em especial, à proteção do meio ambiente. No entanto, esse conjunto de técnicas que permite o gerenciamento localizado de culturas ainda encontra grande limitação devido ao elevado custo da aquisição dos equipamentos e implantação do sistema. Na tentativa de elucidar e dar ênfase aos reflexos da utilização desta tecnologia verificou-se o nível de aplicabilidade da AP na Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (RS) e os impactos para o desenvolvimento regional. Metodologicamente, após uma vasta revisão bibliográfica, partiu-se a campo para entrevistar agricultores locais envolvidos diretamente com as técnicas na lavoura e, ainda, analisar dados da prestação de serviços de empresas especializadas no setor, como a Cotrijuí e a Agroplan, atuantes na região estudada. Determinou-se, mesmo que de forma não exaustiva, os efeitos do uso desta tecnologia na agricultura local, mais em específico nos municípios de Augusto Pestana, Catuípe, Coronel Barros, Ijuí, Jóia e Santo Augusto. Como resultado, verificou-se que houve uma expansão das áreas avaliadas com a tecnologia da AP, pelas empresas, nos anos de 2009 a 2011. Em concordância, a análise das entrevistas demonstrou um percentual crescente de agricultores que estão fazendo uso das técnicas de AP na região estudada, influenciados positivamente pelos benefícios que esta tecnologia pode gerar, tanto para a economia pessoal quanto local, demostrando que a AP pode ser um instrumento viável de desenvolvimento a nível econômico e ambiental. No entanto, considera-se que a adoção plena da AP ainda é um paradigma a ser rompido, muito parecido com a história inicial do sistema “plantio direto” que levou anos para se estabelecer como o principal sistema de manejo do solo no Brasil. O motivo preponderante é a forte ligação do modelo da AP à necessidade de conhecimento aplicado e adaptação de técnicas especializadas às situações de campo. Este fator confere um nível elevado de complexidade, a partir da necessidade da implantação de modernas tecnologias, o que faz dela, não apenas um conjunto de ferramentas, mas sim, uma nova forma de gerenciamento da propriedade, havendo a necessidade de grandes investimentos, aumentando os custos do processo de aplicabilidade. Mas, pode-se considerar que a AP tem influenciado positivamente no desenvolvimento regional, pois à medida que esta tecnologia de gestão evolui, as técnicas se adaptam a realidade e a marcha de inserção dos agricultores vai aumentando naturalmente. Assim, concluiu-se que a modernização do agronegócio traz inovações importantes para a agricultura da região, impulsionando o uso de novas tecnologias. Todavia, para uma ideia mais concreta da viabilidade da AP torna-se, no contexto do presente trabalho, necessário desenvolver estudos sobre os ganhos econômicos obtidos com a nova tecnologia, em comparação ao método tradicional, quantificando os resultados em termos de produção, produtividade e geração de renda nas propriedades rurais. === 102 f.
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