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Previous issue date: 2010-10-29 === A leishmaniose visceral é uma zoonose típica de áreas tropicais, dependente da tríade:
hospedeiro (homem), vetor (flebotomíneo) e reservatório (cão e animais silvestres). Nos
países do novo mundo o protozoário responsável pela infecção é Leishmania chagasi. No
Brasil, até o presente momento, os surtos da doença estão associados à presença de cães
soropositivos e em várias regiões geográficas a epidemia canina precedeu a humana.
Lutzomya longipalpis é o principal vetor, possui ampla distribuição geográfica no novo
mundo, sendo apontado como o principal responsável pela persistência da doença em várias
áreas tropicais e neotropicais do planeta. O Brasil é responsável por 90% dos casos ocorridos
na América Latina e a região Nordeste do país registra os maiores índices da infecção seguida
pela região Sudeste, Norte, Centro-Oeste e Sul, respectivamente. Era considerada uma
enfermidade de caráter eminentemente rural e, mais recentemente, vem se expandindo para as
áreas urbanas de médio e grande porte. O estado do Tocantins destaca-se como um dos
maiores responsáveis pelo aumento das estatísticas envolvendo a leishmaniose visceral
humana na região Norte do Brasil. Araguaína é responsável por aproximadamente 50% dos
casos de leishmaniose visceral humana notificados anualmente no Tocantins, e ainda detém o
maior número de notificações de leishmaniose visceral canina do Estado. Para o efetivo
controle do reservatório canino é preciso haver acurácia no diagnóstico. O diagnóstico
laboratorial desta enfermidade continua sendo um desafio. Observa-se um amplo espectro
clínico da doença, tanto em humanos, como em animais e segundo alguns autores este fato é
responsabilizado, em parte, por dificuldades no diagnóstico laboratorial. Por esta razão,
propôs-se avaliar o emprego dos métodos: Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI),
Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), Teste Rápido (DPP®), Imunohistoquímica (IH),
Imunoensaio Enzimático (ELISA) e Coloração pela Hematoxilina Eosina (HE) em 20
amostras de soro e de linfonodos de cães, considerados positivos para leishmaniose visceral
canina, que seguiram para eutanásia no Centro de Controle de Zoonoses de Araguaína em
2009. Foram encontrados 100% de positividade através da RIFI, 95% tanto por DPP®, como
por PCR, 90% por ELISA, e 25%, em cada um dos testes IH e HE. Com o objetivo de
realizar um estudo comparativo entre os testes, empregou-se o método Kappa de Cohen.
Melhores resultados de concordância foram observados quando se comparou ELISA com
DPP® obtendo índice Kappa (0,643) considerado bom, conforme parâmetros sugeridos por
Landis & Koch (1977). Os resultados obtidos através do presente trabalho, permitem propor o
emprego do teste rápido DPP® em inquérito soroepidemiológico canino tendo em vista sua
praticidade e facilidade de execução quando se compara com o ELISA.
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