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Previous issue date: 2005-09-01 === Formal education, which historically was aimed at agricultural workers, was noteworthy for
the exclusive attitude of the ruling class, reducing education to mere schooling, and
established the notion that the rural worker needed no more than basic literacy. This belief
has led, over the years, to the precarious situation of rural schools, both in their physical
structure and in the inadequate preparation of teachers. Consisting essentially of a mixed level
or one-teacher class, this school is defined as having one class and a single teacher who
teaches the first four levels of primary education in the same place at the same time. This is
the context of our research theme and the teachers of mixed level classes in rural areas were
the focus of our study. Often overlooked in educational research, the teacher of mixed level
classes tends to be represented as a juggler dividing herself between the various roles imposed
on her, and a teacher who manages to facilitate the learning of up to eighteen children at the
same time. by giving these teachers a voice, a dialogue was established. We could then reveal
the social inequality and the contradictions of the rural and non-rural school. For theoretical
support, we took as a basis the studies of Sérgio Leite (1999); Jadir Pessoa (1997); Carlos
Brandão (1990); Julieta Calazans (1993); Márcia Regina Andrade and Maria Clara Di Pierro
([20--]); Edgar Kolling, Nery and Mônica Molina (1999) in relation to research on rural
education. The foundation for the arguments was found in Marx and Engels (1977); Marilena
Chauí (2003); Gaudêncio Frigotto (1995); Miguel Arroyo (1995); Iria Brzezinski, Maria
Esperança Carneiro and Wanderley Brito (2004); Acácia Kuenzer (1987); Osmar Fávero
(2001); Carlos Jamil Cury (2001) and others. An effort was made to understand the
movement, the process, the contradictions (dialectic method) in historical materialism
(methodology) which seek the basis of societies in the socio-historical formation and in
relation to production. Taking dialectic materialism as its starting point, this study took a
cross-section to get to know and to show the reality of the mixed-level teachers, of the
students and of the parents. Qualitative research was used in this study. Descriptive/analytical
study was also decided upon, using the following techniques: open interviews, free
observation, filed trip notes and closed questionnaires in order to collect socio-economic data.
The criterion for the selection of teachers was that the school in which they work should be
situated on the farms. Understanding of the thin line separating the urban from the rural shows
itself when many of the inhabitants of the poor suburbs, which are characterised more as a
product of the deterioration of the cities than of urban development, have a tense relationship
with urban culture. As they worked in the rural areas, they maintain the rural culture of their origin. It is apparent, moreover, that the rural school arises as a result of interests linked to
industrialisation and urban growth, that rural education receives marginal treatment in official
documents, and that the rural school is distinguished by its link to the work and culture of the
rural area. We have tried to show that education in the rural area at the beginning of the 21st
century is going through a process of change, demanded by social movements, bringing
together the forgotten voices of groups socially repressed, but at the same time generators of
knowledge and means of survival. The jugglers . i.e. the rural teachers, students and
parents, who in their statements show a quite different reality from that described by
municipal authorities. === O ensino formal, que historicamente se destinou aos trabalhadores do campo, foi marcado
pelo consenso de exclusão por parte da classe dominante, reduzindo a educação à
escolarização e estabeleceu, ideologicamente, que ao homem do campo era suficiente o
domínio das primeiras letras. Essa realidade tem gerado, ao longo dos anos, a situação de
precariedade em que viveu e ainda vive a escola do campo, seja em relação à estrutura física,
seja pelo insuficiente grau de formação do professor. Constituída essencialmente por sala
multisseriada ou unidocente, essa escola se caracteriza por possuir uma sala e ter um só
professor que ministra aulas para as quatro séries iniciais do Ensino Fundamental, no mesmo
local e ao mesmo tempo. Nesse contexto recaiu o tema da pesquisa e o professor da zona rural
de sala multisseriada constituiu o nosso objeto de estudo. Pouco lembrado nas pesquisas sobre
educação, o professor de sala multisseriada acabou por apresentar-se como um malabarista no
sentido de desdobrar-se entre as variadas atribuições que lhe foram impingidas e o professor
que consegue mediar aprendizagem para até dezoito crianças, simultaneamente. Ao dar voz
a esses professores, estabeleceu-se um diálogo. Pudemos, então, desvendar a desigualdade
social e as contradições da escola no campo e não do campo. Para o apoio teórico tomamos
por base os estudos de Sérgio Leite (1999); Jadir Pessoa (1997); Carlos Brandão (1990);
Julieta Calazans (1993); Márcia Regina Andrade e Maria Clara Di Pierro ([20--]); Edgar
Kolling, Nery e Mônica Molina (1999) em relação ao estudo da pesquisa no sentido da
educação no campo. O fundamento para as discussões foi encontrado em Marx e Engels
(1977); Marilena Chauí (2003); Gaudêncio Frigotto (1995); Miguel Arroyo (1995); Iria
Brzezinski, Maria Esperança Carneiro e Wanderley Brito (2004); Acácia Kuenzer (1987);
Osmar Fávero (2001); Carlos Jamil Cury (2001) e outros. Procurou-se apreender o
movimento, o processo, as contradições (método dialético) no materialismo histórico
(metodologia) que buscam os fundamentos das sociedades nas formações sócio-históricas e na
relação de produção. Tomando por fundamentação o materialismo dialético, esta pesquisa fez
um recorte para conhecer e tornar evidente a realidade dos professores de sala multisseriada,
dos alunos e pais. A pesquisa qualitativa foi utilizada para este estudo. Optou-se, também,
pelo estudo descritivo/analítico, utilizando as seguintes técnicas: entrevistas abertas,
observação livre, anotações de campo e questionário fechado para o levantamento de dados
sócio-econômicos. O critério para a seleção dos professores foi que a escola, em que eles
trabalham, estivesse situada nas fazendas. O entendimento da tênue linha que separa o urbano
do rural apresenta-se quando muitos moradores nas periferias pobres, que se caracterizam mais como produto da degradação da cidade do que, propriamente, do desenvolvimento
urbano, acabam tendo uma relação tensa com a cultura urbana. Como trabalhavam no campo,
reafirmam sua cultura rural de origem. Explicita, ainda, que a escola rural surge em função de
interesses ligados à industrialização e urbanização, recebendo a educação rural tratamento
periférico nos textos oficiais, e a Escola do Campo que se distingue pelo vínculo com o
trabalho e a cultura do campo. Buscou-se mostrar que o ensino na zona rural passa, no início
do século XXI, por um processo de mudança, reivindicada pelos movimentos sociais,
acolhendo as vozes esquecidas de grupos sociais subalternos, mas produtores de saberes e
formas de sobrevivência. Pertencem a esse grupo os malabaristas , ou seja, os professores da
roça , alunos e pais, que em seus depoimentos mostraram uma realidade diversa do discurso
das autoridades municipais.
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