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Previous issue date: 2016 === A resistência bacteriana a antibióticos tem gerado cada vez mais dificuldades na escolha do tratamento adequado e colocado em risco pacientes portadores de doenças infecciosas que necessitam de terapia antimicrobiana. Relatos de bactérias multirresistentes têm sido cada vez mais frequentes e não restritos a ambientes hospitalares, pois também têm sido encontradas nos ambientes solo e água. Sendo assim, há a possibilidade de adquirir infecção bacteriana com elevado grau de resistência, decorrente da ingestão de água diretamente de nascentes ou outras fontes naturais. Como o município de Itajubá possui características geográficas que favorecem a canalização das águas de nascentes próxima a áreas urbanizadas e é frequente o uso destas águas para consumo sem tratamento prévio, possibilita o risco de agravos à saúde com bactérias multirresistentes decorrentes da ingestão hídrica. Portanto, torna-se de extrema importância o monitoramento destes recursos hídricos quanto ao perfil de resistência bacteriana a antibióticos. O presente estudo teve como objetivo avaliar a qualidade hídrica de fontes potenciais para consumo no município de Itajubá (MG), por meio do perfil de resistência de bactérias heterotróficas. Para isso, foram realizados testes de susceptibilidade de bactérias heterotróficas, em amostras isoladas de onze fontes canalizadas, durante a estação chuvosa, e de nove fontes durante a estação seca, frente a dez agentes antimicrobianos (penicilina, vancomicina, aztreonam, cefalexina, amoxicilina, cefoxitima, cefepime, ciprofloxacino, cloranfenicol e gentamicina), e associados a demais características físicas, químicas e microbiológicas. Os resultados obtidos foram correlacionados por métodos estatísticos incluindo a análise de componentes principais. Os resultados demonstraram elevadas porcentagens de resistência de bactérias heterotróficas das diferentes fontes aos antimicrobianos, atingindo o pico de 61% de resistência em uma delas, durante a estação seca. Não se verificou relação entre resistência bacteriana e densidades elevadas de bactérias heterotróficas e coliformes totais, o que pode levar à falsa ideia de ausência de risco no recurso hídrico. Também não houve relação entre as estações chuvosa e seca e resistência bacteriana ao analisar individualmente a variação ocorrida em cada fonte nos períodos coletados (chuvoso e seco). Tais resultados evidenciam que a qualidade da água está alterada pela presença de bactérias multirresistentes e denotam a necessidade de novas pesquisas que possibilitem estabelecer relação entre resistência bacteriana e outras características físicas, químicas e microbiológicas.
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