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Previous issue date: 2015-03 === Esta dissertação teve como objetivo analisar o enredo vivenciado pelos educadores e
gestores no desenvolvimento do projeto de educação patrimonial no município, tendo
como recorte investigar as possibilidades narrativas e redescritivas do uso da literatura
nas ações de sensibilização do projeto, se isto se deu de modo efetivo ou não para as
mudanças de hábitos e ações, bem como compreender o que havia de significativo nas
práticas culturais dos alunos, em especial, nos riscos e rabiscos da escola de ensino
médio. Richard Rorty e Jorge Larrosa contribuem com questões centrais para a elaboração da pesquisa. Os dois autores confrontam o credo dogmático do saber que
toma o mundo como um lugar a ser representado e o ser enquanto aquele que é. Estão
em sintonia também sobre as possibilidades da abertura literária e poética na redescrição e (trans)formação do sujeito por meio da imaginação. Contudo, as defesas que fazem seguem caminhos diferentes, o primeiro tem um cuidado maior com os padrões de formalização e socialização da educação, enquanto o segundo abarca figuras do porvir e da autocriação. O procedimento teórico-metodológico se deu tensionado em consolidar três movimentos interligados e complementares: (I) reavivar as lembranças do que se passou, enquanto uma reflexão da experiência, (II) verificar as possibilidades do uso das narrativas nas práticas pedagógicas como elemento de redescrição e (trans)formação, (III) direcionar estratégias de conversação para as entrevistas com os educadores e gestores, grupos focais com os alunos, além do diálogo com os autores nas leituras e escritos, contemplando a dimensão coletiva desse acontecimento. Buscou-se avaliar os pontos e os contrapontos da educação patrimonial, ao problematizar as produções e mediações do eu nas ações do município. As dimensões discursivas das práticas educacionais, culturais e sociais foram analisadas na medida em que poderiam servir de ferramentas para novas perspectivas de construção e novas formas de convivência e de comportamento frente à violência, enquanto enclausuramento do gesto e da palavra. Por fim, caminhou-se para uma defesa do diálogo, tanto no que diz respeito à avaliação das práticas educacionais quanto às possibilidades narrativas e redescritivas de se elaborar
um sentido para o que se passou.
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