SKEPTICISM IN THE FIELD OF LANGUAGE STUDIES: ON SEXTUS EMPIRICUS AGAINST THE GRAMMARIANS
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO === COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DO PESSOAL DE ENSINO SUPERIOR === CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO === Esta tese é uma análise de Contra os gramáticos, tratado sobre a linguagem escrito quase vinte séculos atrás pelo...
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO
2009
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Summary: | PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO === COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DO PESSOAL DE ENSINO SUPERIOR === CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO === Esta tese é uma análise de Contra os gramáticos, tratado sobre a linguagem
escrito quase vinte séculos atrás pelo cético Sexto Empírico. Dedicando-se a esse
importante capítulo na história das idéias lingüísticas, o estudo tem em seu horizonte
mais amplo contribuir para o entendimento das relações entre ceticismo e linguagem.
Responde, em especial, a um cenário contemporâneo em que as virtudes das palavras
para o entendimento e a comunicação são recorrentemente postas em dúvida – nas artes
em geral, e também em expressiva parcela das reflexões teóricas produzidas no âmbito
das ciências humanas e sociais. Partindo da hipótese de que o exame de uma das mais
remotas manifestações do pensamento cético sobre a linguagem pode nos ajudar a
compreender esse cenário, a pesquisa teve como perguntas norteadoras as seguintes: (i)
que perspectiva(s) de linguagem informa(m) os argumentos de Sexto Empírico em seu
tratado Contra os gramáticos? e (ii) Sob que aspectos da linguagem a dúvida cética
recai nesse tratado? O antigo texto foi assim interrogado por meio de uma abordagem
conscientemente anacrônica: tomamos como balizas de análise perspectivas
contemporâneas de linguagem, a saber, aquelas que inflamaram o debate filosófico no
âmbito da assim chamada virada lingüística, em que se pode discernir a oposição básica
entre uma visão pragmática e uma visão representacionalista da linguagem.
Reconhecendo que a contenda adquire inflexões substantivamente distintas conforme os
autores que se tenha em mente, optamos aqui por tomar como referência mais específica
a manifestação do referido antagonismo na filosofia de L. Wittgenstein – levando em
conta sobretudo os interlocutores que dialogam em suas Investigações filosóficas. Uma
primeira conclusão do estudo é que convivem na trama argumentativa de Contra os
gramáticos duas proto-imagens de linguagem, associáveis respectivamente ao
representacionalismo e ao pragmatismo. Outra conclusão a que chegamos é que, em Contra os gramáticos, a dúvida cética incide sobre a idéia de uma ordem intrínseca à
linguagem, mas não sobre as suas virtudes práticas, cotidianas. Mostraremos ainda que
a noção de linguagem comum, central em Contra os gramáticos, tem ali um status de
solução, contrapondo-se a ambições metalingüísticas vistas como nocivas e fadadas ao
insucesso. Por fim, concluímos que uma análise da mesma noção de linguagem comum
em outras obras de Sexto Empírico desestabiliza esse status: a linguagem comum passa
então a receber cuidados e a despertar escrúpulos sugestivos de que pode ser ao mesmo
tempo solução e problema. === This thesis is an analysis of Sextus Empiricus’ Against the Grammarians – a
skeptical treatise on language written almost twenty centuries ago. In addressing this
important chapter in the history of linguistic ideas, the study aims more broadly at the
understanding of the relationship between language and skepticism. It is thus specially
responsive to a contemporary scenario, where the virtues of language to promote
understanding and communication are systematically placed under suspicion – in the
arts in general, as well as in a significant part of the theoretical reflections in human and
social sciences. Assuming that the examination of one of the remotest manifestations of
skeptical thought about language may help understanding this contemporary scenario,
this research was guided by the following questions: (i) what perspective(s) on language
inform(s) Sextus Empiricus’s arguments in Against the Grammarians?; and (ii) what
aspects of language fall under skeptical doubt in this treatise? The ancient text was thus
interrogated by means of a deliberately anachronic strategy: our analysis took
contemporary perspectives of language as points of reference - views that inflamed
philosophical debate after the so-called linguistic turn, and can roughly be distributed
between a pragmatic and a representationalist perspective. Since the dispute assumes
quite different inflections according to the authors one has in mind, we have opted to
focus on the manifestation of this debate within the philosophy of L. Wittgenstein,
notably by taking as references the opposing voices that come into dialogue in his
Philosophical Investigations. A first conclusion of this study is that two proto-images of
language coexist within the argumentative web of Against he Grammarians, views that
parallel the representationalist and the pragmatic contemporary stances. Another
conclusion is that, in this ancient treatise, skeptical doubt falls over the idea that
language has an intrinsic order, but not over language’s practical and day-to-day virtues. |
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