SILENCE AND NOISE: AN INTRODUCTION TO MUSIC FROM A FREUDIAN AND LACANIAN PERSPECTIVE

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO === O lugar que o silêncio ocupa, tanto na prática analítica como na música, é central. Buscamos no presente trabalho interrogar esse silêncio, supondo encontrar nele um ponto de interseção possível entre os campos em questão. Na música, o silênc...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: LOURENCO ASTUA DE MORAES
Other Authors: ANA MARIA DE TOLEDO PIZA RUDGE
Language:Portuguese
Published: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO 2008
Online Access:http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/Busca_etds.php?strSecao=resultado&nrSeq=12483@1
http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/Busca_etds.php?strSecao=resultado&nrSeq=12483@2
Description
Summary:PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO === O lugar que o silêncio ocupa, tanto na prática analítica como na música, é central. Buscamos no presente trabalho interrogar esse silêncio, supondo encontrar nele um ponto de interseção possível entre os campos em questão. Na música, o silêncio aparece, primeiramente, como aquilo que, estruturalmente, a nega, permitindo-lhe, assim, existir. É o vazio que confere ao som, sua forma. Por outro lado, o silêncio, por vezes imposto à própria música, aparece também nisso que esta levanta problemas de ordem ética e política. Em psicanálise, o silêncio, além de também ter uma posição estrutural, remete à pulsão. Invenção freudiana, a pulsão, mito que é, é aquilo de onde pode vir a advir um sujeito, isto é, a condição de possibilidade de uma escolha ética por parte do ser de linguagem. Jacques Lacan retoma o circuito pulsional de Freud e seus quatro termos e nos mostra que esse circuito se dá em torno de algo: o objeto a. Objeto causa de desejo e de angústia, o objeto a aparece sob diversas formas nos níveis do desenvolvimento subjetivo, a saber, oral, anal, fálico, escópico e vocal. Com Lacan, vemos que a voz é o mugido bestial do pai morto, grito de um deus sacrificado que assombra a linguagem. Trata-se de uma voz silenciosa mas presente, com efeitos no real. Sendo uma forma de calar essa voz, de abafá-la, a música, paradoxalmente, também veicula de forma privilegiada esse objeto e cria um vazio ao qual propomos, fechando o circuito, dar outro nome: o silêncio. === In music and in the psychoanalytical practice alike, silence occupies a central place. We sought, in the present work, to interrogate this silence, assuming to find in it, a possible intersection between the two fields. In music, silence appears, first of all, as that which structurally denies it, allowing it, thus, to exist. It is the emptiness that confers to sound, its form. On the other hand, silence, sometimes imposed on music itself, also appears in the fact that music raises problems associated with ethics and politics. In psychoanalysis, silence, also having a structural position, leads to the freudian invention called the drive. The drive, being a myth, is a condition to the appearance of a subject and to the possibility of the language being`s ethical choice. Jacques Lacan revisits the drive circuit of Freud and its four terms indicating that it goes around something: the a object. Object cause of anguish and desire, the a object appears under many forms in the levels of subjective development, namely, verbal, anal, phallic, scopic and vocal. With Lacan, we see that the voice is the beastly roar of the dying father, the scream of a sacrificed god who haunts the language. It`s a quiet but present voice, with effect in the Real. Being a way of silencing this voice, of stifling it, music paradoxly also propagates this object in a privileged way creating thus an emptiness which we propose, closing the circuit, to name in another way: silence.