Desigualdades raciais em assentamentos precários : um estudo sobre três favelas em São Bernardo do Campo - SP

• Main Author: Gomes, Aramis Horvath
• Other Authors: Comarú, Franscisco de Assis
• Format: Others
• Language: Portuguese
• Published: 2017
• Subjects: PLANEJAMENTO TERRITORIAL URBANO; HABITAÇÃO POPULAR; DESIGUALDADES SOCIAIS; URBAN PLANNING LEGISLATION; SOCIAL HOUSING; RACIAL INEQUALITIES; PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PLANEJAMENTO E GESTÃO DO TERRITÓRIO - UFABC
• Online Access: http://www.biblioteca.ufabc.edu.brhttp://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=109237

Orientador: Prof. Dr. Leonardo Freire de Mello === Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Gestão do Território, 2017. === O Brasil foi um dos últimos países a abolir a escravatura, tendo este período deixado marcas na formação da sociedade e ocupação do território. Contudo, mais que entender o período após a abolição, é necessário compreender o contexto brasileiro, especialmente o paulista, a partir de meados de século XIX, com a proibição do tráfico de cativos, a promulgação da Lei de Terras e a chegada de trabalhadores europeus. Mesmo com a modernização do país e diversificação da economia paulista, o elemento negro, contrariando as teorias raciais, não se extinguiu. O país atinge a metade do século XX e a entra em cena a região do ABC, escolhida para sediar as empresas automobilísticas no país, sobretudo em São Bernardo do Campo. Em consequência dos baixos salários e a quase inexistente oferta de moradia dentro do mercado formal, o território da cidade vai sendo consolidado na periferia sob o signo da informalidade. Apesar de haver poucos registros no histórico de São Bernardo, com as grandes migrações o contingente de população negra aumenta significativamente. Ao contrário do que se imaginava a industrialização não foi capaz de solucionar as desigualdades raciais na cidade. Os censos do IBGE revelam que em São Bernardo, à medida que deixamos o centro, a população escurece sob as características da cor da pele. Em cima deste fato é que surge a hipótese do presente estudo que argumenta que, mesmo dentro das áreas precárias, as desigualdades raciais tendem a reproduzir o que se observa na cidade formal. A análise foi baseada em três assentamentos precários, consistindo em mapear a densidade dos grupos raciais e sobrepô-las a densidade de características de precariedades físicas, de infraestrutura e socioeconômicas. A conclusão é que há uma relação positiva entre os espaços de maiores índices de precariedade e a concentração da população negra para os assentamentos analisados. === Brazil was one of the last countries to abolish slavery, reason for this period's marks in the formation of society and occupancy of the territory. However, rather than understanding the post-abolition phase, it is necessary to understand the Brazilian context, especially from the mid-nineteenth century São Paulo, with prohibition of captive trafficking, promulgation of the "Law of the Land" and the arrival of European workers. Despite modernization in the country and the economy diversification of São Paulo, the "black element" was not extinguished, unlike racial theories of that time would sustain. Brazil reaches mid-twentieth century and the scene of ABC (in the Metropolitan region of Sao Paulo) emerges, chosen to host the automotive companies in the country, especially in São Bernardo do Campo. Because of low wages and the almost non-existent formal housing market, the city territory is being consolidated in the suburban areas under the sign of informality. Although there are few records in the history of São Bernardo, the number of black population increases significantly due to migrations incoming. Contrary to what was imagined, industrialization was not able to solve racial inequalities in the city. IBGE (The Brazilian Institute of Geography and Statistics) censuses reveal that in São Bernardo, as we leave city downtown, population darkens under the characteristics of skin color. Based on this fact, the hypothesis of the present study argues that, even within the precarious areas, racial inequalities tend to reproduce what is observed in the formal city. The analysis was based on three precarious settlements, consisting of mapping the density of racial groups and overlapping them with density of characteristics of physical, infrastructure and socioeconomic precariousness. The conclusion is that there is a positive relationship between the spaces with highest levels of precariousness and the concentration of black population for the settlements analyzed.