Summary: | Orientador: Prof. Dr. José Paulo Guedes Pinto === Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas e Sociais, 2017. === Vivemos em um contexto de capitalismo neoliberal que parece acentuar-se a cada
crise do sistema capitalista. Para manter-se hegemônica, um dos componentes da
racionalidade neoliberal é a criação de um modo de viver e de agir. A denominada
cultura neoliberal produz sujeitos voltados à concorrência e ao mercado, os chamados
"empresários de si mesmos". Na contramão desse projeto de destruição da coesão
social temos a Economia Solidária, um projeto baseado em um outro modo de viver e
agir, uma outra cultura que, a partir da supressão de hierarquias e da instituição da
igualdade e da solidariedade como princípios básicos, surge como alternativa ao
projeto capitalista neoliberal. Assim, agir sobre a cultura parece ser fundamental para
a transformação do sistema. A presente dissertação pretende investigar o modo de
organização de coletivos de cultura e cooperativas culturais a fim de fazer
comparações com o modo de organização preconizado pela Economia Solidária. Para
tanto, o trabalho se inicia com uma análise do contexto neoliberal, caracterizando-o
como uma racionalidade, um sistema de normas e valores que perpassa todo o tecido
social e que afeta de forma particular a cultura. Nesse sentido e lógica de mercado
particular, a área cultura sofre revés especial e é encarada como uma simples
estratégia de marketing, levando grupos que não compactuam com essa dinâmica a
buscar outras soluções de financiamento, seja junto ao Estado ou de formas mais
inovadoras, que podem significar uma superação do sistema capitalista a um nível
micro. Assim, o incentivo à Economia Solidária possui um potencial de proporcionar
emancipação social. O presente trabalho analisa essas possibilidades, partindo de
uma relação do neoliberalismo com a cultura, colocando a Economia Solidária como
uma alternativa a ser seguida. === We live in a context of neoliberal capitalism that seems to accentuate itself at
each and every crisis of the capitalist system. To remain hegemonic, one of the
components of neoliberal rationality is the creation of a way of living and acting, a
neoliberal culture that produces subjects turned to the competition and to the market,
a neoliberal self. Against this project of destruction of social cohesion appears
Solidarity Economy, a project based on another way of living and acting, another
culture that, from the suppression of hierarchies and the institution of equality and
solidarity as basic principles, arises as an alternative to the neoliberal capitalist project.
Thus, acting on culture seems to be fundamental to the transformation of the system.
The present dissertation intends to investigate the way of organization of cultural
collectives and cultural cooperatives in order to make comparisons with the mode of
organization advocated by the Solidarity Economy framework. To do so, the work
begins with an analysis of the neoliberal context, characterizing it as a rationality, a
system of norms and values that permeates the entire social fabric and which affects
culture in particular. The cultural area, in this market logic, suffers a special setback
and is seen as a simple marketing strategy, leading groups that do not cope with this
dynamic to seek other financing solutions, either via State or in more innovative ways,
which may mean an overcoming of the capitalist system at a micro level. In this sense,
we propose that the incentive to the Solidarity Economy has the potential to provide
social emancipation. The present work analyzes these possibilities, starting from a
relation of neoliberalism with the culture, placing Solidary Economy as an alternative
to be followed.
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