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Previous issue date: 2010 === As práticas alimentares são uma expressão da dinâmica existencial e social, sendo significadas em cada momento da vida desde o nascimento até a morte, passando por fases que envolvem a vida acadêmica e profissional. Assim ela está sujeita à adaptação a diversas provocações como a moda, a necessidade de inserção, estabelecendo assim no seu gesto tácito uma capacidade dialógica. Estudos anteriores buscaram compreender a comensalidade entre estudantes universitários moradores em residências universitárias, demonstrando que tanto a comensalidade, entendida como a superação da naturalidade do ato de comer, quanto as práticas alimentares podem se alterar em função deste momento de vida. Este estudo qualitativo se propôs a compreender as práticas alimentares dos estudantes do curso de nutrição da Universidade Federal da Bahia, havendo enfoque no aspecto etnográfico da comensalidade e narrativas produzidas pelas entrevistas realizadas com 8 alunos do curso de nutrição em períodos diferentes da formação. Foram observados diversos aspectos que interferem na comensalidade do estudante como a acepção do estudante acerca de sua própria prática alimentar e seus desdobramentos, que incluem a vigília de si e a vigília do outro, como parte da aprendizagem alimentar do futuro profissional nutricionista, sintetizada na expressão de “dar o exemplo” como uma necessidade. Ressalta-se que a reconstrução das práticas alimentares é também parte construção da identidade profissional. Detectou-se que há uma ausência de tempo e espaço alimentar na vida acadêmica dos estudantes de nutrição envolvendo ainda aspectos como custo de comer fora de casa, a falta de uma organização curricular que contemple os espaços de tempo para o deslocamento e a alimentação dos alunos. Em se tratando de universitários jovens, esta experiência da comensalidade cotidiana no ambiente universitário, fora do lar, passa a ser um marco na história alimentar destes estudantes. Por fim, o estudo demonstra que o esboço curricular do nutricionista não oferta condições de possibilidade para uma prática alimentar saudável conforme preconizada pelos discursos oficiais de saúde e alimentação e nutrição e, consequentemente, pela própria formação, assim como não há espaços no projeto pedagógico do curso para que os alunos reflitam de si e de suas práticas alimentares, elemento considerado de fundamental importância para o processo formativo. === Salvador
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