A casa do “velho”: o significado da matéria no candomblé
Submitted by Biblioteca de Arquitetura (bibarq@ufba.br) on 2018-04-26T14:19:40Z No. of bitstreams: 1 DENIS MATOS_A CASA DO VELHO_2017.pdf: 23617365 bytes, checksum: 3efd798266026f7cc47095bc3d40720e (MD5) === Approved for entry into archive by Biblioteca de Arquitetura (bibarq@ufba.br) on 2018-04-26T...
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Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
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Arquitetura e Urbanismo Arquitetura Patrimônio Cultural Afro-brasileiro Candomblé Terreiros do Recôncavo Baiano Cachoeira (BA) São Félix (BA) Templos Matos, Denis Alex Barboza de A casa do “velho”: o significado da matéria no candomblé |
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Terreiro Ilê Axé Oyó Ni Ibecê ou Terreiro do Capivari, situado no município de São Félix, também no Recôncavo Baiano. O seguinte trabalho pretende desvelar e demonstrar, como os terreiros de candomblé, considerados como patrimônios culturais, exercem as suas próprias
dinâmicas de preservação dos seus bens materiais, mesmo sendo regidos pelas legislações,ferramentas jurídicas e administrativas, técnicas e conceitos de preservação das instituições preservacionistas, que constituem os seus critérios de conservação na excepcionalidade
artística e histórica dos objetos materiais, o que fundamenta os seus métodos de preservação,estando estes, estruturados na permanência, imutabilidade e autenticidade da matéria. O que diverge consideravelmente das práticas de conservação e preservação dos bens materiais existentes no candomblé, e que se encontram fundamentadas em processos que envolvem não
somente a impermanência da matéria, mas também, a sua substituição, mutabilidade,
transitoriedade, transformação e restituição. Esses processos estão atrelados de forma indissociável às práticas dos rituais e a cosmovisão afrodescendente reproduzida nos terreiros,
bem como a conceitos que envolvem a ancestralidade, o parentesco, o intercâmbio entre os mundos material e espiritual e, sobretudo, a produção, potencialização e permanência do axé4.
Esta diferença de conceitos e práticas de conservação tem gerado uma série de conflitos, divergências, embates e enfrentamentos entre as comunidades de terreiro e os órgãos de preservação do patrimônio cultural brasileiro. Sendo assim, objetivou-se com o seguinte
trabalho, esclarecer e elucidar os pontos considerados como críticos, no que se refere às dificuldades por parte dos órgãos de preservação em entender os princípios e preceitos que regem a dinâmica de salvaguarda da matéria no candomblé. Buscou-se ainda, compreender os
significados, os sentidos, os conceitos, os propósitos e as práticas de preservação dos principais bens materiais dos terreiros estudados, ou seja, as arquiteturas dos seus templos,
tratadas essencialmente como um produto da cultura e da cosmologia dos grupos humanos, os objetos rituais e os elementos materiais que constituem os seus símbolos religiosos, bem como a relação desses objetos com o espaço, o lugar, os rituais e as comunidades que deles fazem uso, tecendo relações de identidade e pertencimento. |
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