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Dissertação Museologia UFBA Clovis Carvalho Britto.pdf: 4804923 bytes, checksum: e9de30bdb0870a4843fc4bb74946e88a (MD5) === A pesquisa analisa as exposições dos Museus-Casas de Cora Coralina e Maria Bonita tendo como objetivo compreender alguns aspectos da poética oriunda da “narrativa das coisas”. Partindo das categorias “imaginação museal”, de Mario Chagas (2003), “produção da crença”, de Pierre Bourdieu (2002) e “fabricação da imortalidade”, de Regina Abreu (1996), problematiza o modo como as casas e os objetos musealizados se tornam suporte para a musealização da trajetória e do legado do patrono das casas-museus. Reconhecendo a articulação entre o imóvel, os objetos e o anfitrião do espaço, a pesquisa investiga os objetos biográficos, o deslocamento dos acervos pessoais para o espaço público, os trânsitos entre essas duas dimensões e o exercício de dramaturgias de memória a partir da manipulação dos repertórios expográficos. Utilizando um conjunto diverso de fontes (depoimentos, fotografias, documentação museológica, objetos biográficos, produção intelectual etc.), descortina a poética e a política existente na musealização, entendida como uma atitude metapoética. O estudo da trajetória de musealização de determinados objetos e espaços contribui para a visualização das interconexões entre os gêneros (lírico, épico e dramático) fruto das imagens acionadas pela exposição museológica. Entendidas como textos ficcionais, as exposições são analisadas a partir dos conceitos fundamentais de poética estudados por Emil Staiger (1997). A pesquisa sublinha a faceta épica da “imaginação museal” que, ao mesmo tempo, cria uma tensão com a subjetividade lírica. Ao estabelecer uma leitura interessada de determinados fatos do passado, acionando lembranças e esquecimentos coletivos, proporciona à herança lírica um enraizamento épico que, por sua vez, gera uma tensão marcada por uma dramaturgia construída a partir da “linguagem das coisas”. Questões aprofundadas na investigação da poética do espaço nas casas-museus, evidenciadas na musealização (concebida enquanto linguagem) da linguagem (literária) nos museus-casas de literatura; ou na instituição de um epilírico associado à fabricação do heroísmo poético nas trajetórias dos anfitriões das casasmuseus, com destaque para a musealização de objetos e personagens relacionados à saga do cangaço. Esses exemplos pretendem demonstrar as plurissignificações da poética nos museuscasas, especialmente as confluências entre a herança lírica, a expressão do épico e a tensão dramática, acentuadas no viés do trágico (mas que em outras experiências também podem ser marcadas pela comicidade). === The research analyzes the exhibits of House Museums of Cora Coralina and Maria Bonita, from the examination of the "poetic language of things". Starting of the "museum imagination", Mario Chagas (2003), "production of belief" by Pierre Bourdieu (2002) and 'manufacture of immortality" by Regina Abreu (1996), discusses how the houses and objects musealized become support for musealization trajectory and legacy of the patron. Recognizing the link between the property, objects and the host space, the research discusses the biographical objects, the displacement of personal collections to the public space, the transits between these two dimensions and the exercise of memory dramaturgy in the manipulation of the expography. Using a diverse set of sources (testimony, photographs, museum documentation, biographical objects, intellectual production etc.), reveals the poetic and the politics of musealization, understood as a meta-poetic attitude. The study of trajectory's musealization of certain objects and spaces helps to visualize the interconnections between genres (lyrical, epic and dramatic) fruit of the images triggered by the museum exhibition. Understood as fictional texts, exposures are analyzed from the basic concepts of poetic studied by Emil Staiger (1997). This research stresses the epic facet in the "museum imagination" at the same time creates a tension with the lyric subjectivity. By establishing an interested reading of certain facts from the past, memories and collective forgetfulness, provides the lyrical heritage an epic roots which, in turn, triggers a tension marked by a drama constructed from the "language of things". These questions on the poetics of space in the house museums, are evidenced in the musealization (conceived as a language) of the language (literary) in the literature houses museum; or in establishing a epic and lyric associated with the manufacture of poetic heroism in the trajectories of the personages of the house museums, especially the musealization of the objects and characters related to cangaço. These examples are intended to demonstrate the plurissignificação of the poetic in house museums, especially the confluences between the lyrical heritage, the expression of the epic and the dramatic tension, marked for the tragic bias (but in other experiences can also be marked by humor).
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