A territorialidade e os processos de identificação territorial na sociedade indígena Pankararé-BA

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Bibliographic Details
Main Author: SILVA, Lívia Moura da
Other Authors: PROST, Catherine
Language:Portuguese
Published: Instituto de Geociências,Universidade Federal da Bahia 2016
Subjects:
Online Access:http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/19836
Description
Summary:Submitted by Edileide Reis (leyde-landy@hotmail.com) on 2014-10-14T14:34:48Z No. of bitstreams: 1 Lívia Moura da Silva.pdf: 4251378 bytes, checksum: 32ff4b26d37c595d3530cdbe76c9db6b (MD5) === Approved for entry into archive by Jose Neves (neves@ufba.br) on 2016-07-27T14:24:08Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Lívia Moura da Silva.pdf: 4251378 bytes, checksum: 32ff4b26d37c595d3530cdbe76c9db6b (MD5) === Made available in DSpace on 2016-07-27T14:24:08Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Lívia Moura da Silva.pdf: 4251378 bytes, checksum: 32ff4b26d37c595d3530cdbe76c9db6b (MD5) === O principal objetivo deste estudo é verificar a relação entre Território e Identidade territorial gerados a partir dos usos e da conservação dos recursos naturais no Território Indígena Pankararé-BA. A população indígena Pankararé encontra-se no interior da região Nordeste brasileira, numa área denominada Raso da Catarina. As duas Terras indígenas Brejo do Burgo e Pankararé abriga uma população de aproximadamente 1500 habitantes dividida em quatro aldeias: Brejo do Burgo, Serrota, Chico e Ponta D’água. De forma geral, a maior parte da população sobrevive de atividades agrícolas, caça e extrativismo de frutos e plantas medicinais, criação de animais dentre outros. Esse processo revela a articulação entre o uso dos espaços e evidencia a importância da pluriatividade existente nas atividades cotidianas. Os Pankararé, assim como outros povos indígenas do Nordeste, representam o tipo de índio que enfrentou todos os gêneros de compulsões: culturais e socioeconômicas mas conseguiu sobreviver às mesmas, ocupando terras que apresentavam-se como economicamente inviáveis para os interesses da época pela sociedade não indígena. Os índios Panakararé viveram nas últimas três décadas um movimento de recriação e revitalização de rituais, reforçando sua identidade étnica. O estudo do processo histórico-espacial possuiu extrema importância para as análises acerca da construção identitária territorial em que se verificaram os movimentos de reivindicação e de luta pela demarcação do território como imprescindíveis no processo da construção identitária Pankararé. Nos últimos cem anos de contato com seus vizinhos regionais, observou-se que, além do movimento de resistência, ocorreram trocas entre a cultura sertaneja e indígena, manifestas sobretudo através dos casamentos interétnicos que estreitaram os vínculos entre etnias. Dessa maneira, a identidade foi construída e reconstruída a partir das diversas contribuições de distintas matrizes culturais. Nesse sentido, as múltiplas territorialidades no território indígena Pankararé são delineadas espacialmente de acordo com as especificidades e necessidades do grupo social e aparecem em distintos momentos no cotidiano do grupo. Vale ressaltar que estes vínculos identitários Pankararé possuem lógicas e concepções distintas contrárias ao caráter romântico típico da visão urbana-industrial que apresenta uma preocupação “excessiva” com o uso dos recursos naturais. Com isso, verificou-se que, assim como outras identidades, a identidade Pankararé apresenta-se imersa nas ações cotidianas da etnia, ora mais simbólicas ora mais concretas, num contínuo processo de construção, afirmação, reajuste e reafirmação. === ABSTRACT The main intent of this research is to study the relashionship between Territory and territorial Identity created by uses and natural resources conservation at Pankararé - Bahia indigene territory. Pankararés can be found at Brazilians northeast country region, in an area named “Raso da Catarina”. The two indigene lands in this area, Brejo do Burgo and Pankararé, hold a population of approximately 1500 inhabitants and there are four Indian settlement in there: Brejo do Burgo, Serrota, Chico and Ponta D’água. In a general way, most of people live doing agricultural activities, hunting or extraction of fruit and medicinal plants, breeding and others. This process reveals the articulation between the use of the spaces and evidence the importance of plurality activities on their everyday lives. The Pankararé, like other indigenous peoples of the Northeast, represent the kind of Indian who faced all sorts of compulsions: cultural and socioeconomic but managed to survive the same, occupying land that they presented as economically unviable for the interests of non indigenous society. The Indians Panakararé lived for three decades a movement of rebirth and revitalization of rituals, reinforcing their ethnic identity. The study of the historical and spatial process had an extreme importance for the analysis about the construction of territorial identity where were verified movements of claims and fights for the demarcation of the territory as essential in the process of identity construction Pankararé. Over the past century of contact with its regional neighbors, it was observed that besides the resistance movement, there were exchanges with the country culture and indigenous, mainly manifested through intermarriage that narrowed the links between ethnic groups. Thus, identity was constructed and reconstructed from the various contributions of different cultural matrices. In this sense, multiple territoriality in Indian territory are spatially delineated respecting Pankararé peculiarities and needs of the social group and appear at different moments in the daily group. It’s important to mention that these Pankararé identity links have logical and distinct views contrary to the romantic character of the typical urban-industrial vision that presents an "excessive" concern with the use of natural resources. Thus, it was found that, like other identities, identity Pankararé presents itself immersed in the everyday actions of the ethnic group, sometimes more symbolic sometimes more concrete, in a continuous process of building, affirmation, reassurance and readjustment. Key-words: Territory, Territorial Identity, Indians Panakararé