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Tese de Gessé de Souza Silva.pdf: 2297152 bytes, checksum: 5787b0b93213b9cf2f9cafe807ad31ba (MD5) === Approved for entry into archive by Oliveira Santos Dilzaná (dilznana@yahoo.com.br) on 2016-07-25T15:20:04Z (GMT) No. of bitstreams: 1
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Tese de Gessé de Souza Silva.pdf: 2297152 bytes, checksum: 5787b0b93213b9cf2f9cafe807ad31ba (MD5) === Esta pesquisa visou dois objetivos. O primeiro deles foi descrever compreensivamente a
experiência da agressão sexual envolvendo mulheres adultas fora do espaço doméstico. O
segundo, decorrente do anterior, foi analisar os processos de paralisação e/ou recomposição
existencial que podem se constituir. A consecução destes objetivos exigiu a discussão em
maior relevo das seguintes temáticas: a temporalidade, o corpo, a culpabilidade e o trauma. As
análises são guiadas pela fenomenologia. Em especial, realizou-se uma revisão do conceito de
trauma, veiculado em quatro interpretações: a psicanalítica, a psiquiátrica, a auto-terapêutica,
difundida nos livros de auto-ajuda, e a do senso comum. Buscou-se apontar os limites de tais
perspectivas na compreensão dos chamados “efeitos” da agressão sexual. A descrição
detalhada da experiência de 14 (quatorze) mulheres violentadas na cidade de São Salvador –
Bahia – e entrevistadas ao longo de três anos (2004-2006), permitiu questionar as concepções
usuais do trauma. Pois estas se caracterizam: 1. pela pouca relevância dada à pesquisa dos
contextos de interação social após a violência como elementos essenciais da construção de
sentidos para a experiência; 2. por apresentarem uma concepção de causalidade linear, ora
focada no poder traumático da violência em si mesma, ora destacando as fragilidades
psicológicas dos indivíduos afetados. Ao longo da apresentação dos resultados, é definida a
noção de construção social do trauma, para se referir às diversas dinâmicas sociais que
dificultam ou obstaculizam a retomada do cotidiano após as agressões. Em tais processos,
enfatiza-se o lugar da dimensão macrossocial ligada a questões como: a estigmatização, a
radicalização do mundo da interioridade; o discurso social culpabilizante e o conseqüente
bloqueio do partilhar narrativo de experiências aflitivas. Através da história de vida de três
mulheres, tenta-se descrever a complexa dinâmica da normalização que envolve: o
engajamento corporal em novos projetos, a construção de sentidos a partir da situação
biográfica e a criatividade nas reformulações do cotidiano. This research aimed two goals: first, comprehensively describe the sexual aggression
experience involving adult women out of domestic space, and second, resulting from the
former, analyze the existential paralysis and/or recomposing processes that may happen in
such cases. The accomplishment of both objectives required a discussion that gave emphasis
to the subjects as follows: the temporality, the body, the feelings of guilty, and the trauma. The
analyses were guided by the phenomenology. Primarily, a review of the trauma concept,
broached in four interpretations, was carried out: the psychoanalytical, the psychiatric, the
self-therapeutic (mainstream in self-help books), and the common sense. One tried to indicate
the limits of such perspectives in an attempt to understand the so-called “sexual aggression
effects”. The detailed description of fourteen cases of raped women living in Salvador, Bahia,
Brazil, result of interviews carried out for three years (2004-2006), allowed the questioning of
the usual concepts of trauma. Such concepts characterize themselves by 1) give little
importance to the research of contexts of social interaction after the violence as essential
elements to the “making” of senses for the experience and 2) present a linear causality concept
sometimes focused on the traumatic power of the violence itself, sometimes emphasizing the
psychological weakness of the affected individual. Through the presentation of the results the
idea of social construction of the trauma was defined in order to refer to the various social
complex dynamics that impair or create obstacles to starting over their routine after the
aggression. Under such circumstances, one should think of the macro-social dimension as
having a relevant connection with subjects like stigmatization, inner world radicalization,
guilty social speech and the consequent blockage of the afflictive experiences narrative
sharing. Through three raped women’s stories one tries to describe the complex dynamics of
normalization that involves “the bodily” engagement in new existential projects, the
“building” of meaningfulness from the biographical situation and the creativity on
reformulating the day-by-day.
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