Avaliação dos efeitos tóxicos e identificação de substâncias presentes em bastões de luz química utilizados em pesca comercial na costa da Bahia

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Full description

Bibliographic Details
Main Author: Araujo, Milena Maria Sampaio de
Other Authors: Pereira, Pedro Afonso de Paula
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica 2016
Subjects:
Online Access:http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/19592
Description
Summary:Submitted by LIVIA FREITAS (livia.freitas@ufba.br) on 2016-06-29T16:40:55Z No. of bitstreams: 1 TESE versão final revisada Milena.pdf: 3169354 bytes, checksum: 555c7286b985337912d7ce6a096ab2f0 (MD5) === Approved for entry into archive by LIVIA FREITAS (livia.freitas@ufba.br) on 2016-06-29T16:41:38Z (GMT) No. of bitstreams: 1 TESE versão final revisada Milena.pdf: 3169354 bytes, checksum: 555c7286b985337912d7ce6a096ab2f0 (MD5) === Made available in DSpace on 2016-06-29T16:41:38Z (GMT). No. of bitstreams: 1 TESE versão final revisada Milena.pdf: 3169354 bytes, checksum: 555c7286b985337912d7ce6a096ab2f0 (MD5) === Os bastões de luz química são dispositivos usados na pesca comercial para atrair peixes, por meio da técnica conhecida como espinhel de superfície. Nesses dispositivos, a luz é produzida por uma reação de quimiluminescência, que ocorre quando os conteúdos dos compartimentos se misturam,por quebra da ampola de vidro interna. Apesar do uso excessivo e indevido destes dispositivos, os riscos de contaminação ao ambiente costeiro ainda não foram devidamente pesquisados e avaliados. Por exemplo, existem registros de mais de 5.500 bastões terem sido recolhidos em 2004 nos 172 km de praias da Costa dos Coqueiros na Bahia. Este trabalho teve por objetivo identificar, por cromatografia a gás acoplada a espectrometria de massas (GC-MS), as principais substâncias presentes na fração solúvel em água do mar (FSA) do conteúdo de bastões de luz comercializados e descartados na costa da Bahia, assim como avaliar os efeitos do tempo,temperatura e exposição à luz solar na estabilidade das suas FSA e os seus possíveis efeitos ambientais adversos por meio de testes de toxicidade de curta duração com embriões da ostra Crassostrea rhizophorae. Bastões novos foram adquiridos em lojas de artigos de pesca de Salvador, BA. Além destes, dispositivos descartados foram coletados em praias da Costa dos Coqueiros, na Bahia. O conteúdo dos bastões foi diluído na proporção 1/9 em água esterilizada com salinidade 28 e mantido durante 20 horas sob agitação, obtendo-se assim a FSA. Dentre os métodos de extração testados e otimizados o de Headspace, acoplado com a análise por GC-MS foi o mais eficiente permitindo a identificação de dezenove substâncias. A identificação dos compostos foi realizada através da comparação de seus espectros de massas aos existentes na biblioteca eletrônica NIST 147. Quanto ao dimetil ftalato (DMP) e dibutil ftalato (DBP), compostos predominantes no conteúdo dos bastões e nas FSA, foram identificados por comparação a padrões. Os valores de concentração efetiva das FSA que causam alterações em 50% dos organismos (CE50) foram obtidos pelo método Trimmed Spearman-Karber. No conteúdo da ampola interna, além do DBP predominante na composição, foram identificados outros ésteres de ácido ftálico, registrando-se também o ácido 3,5,6-triclorosalicílico, 1[3H]Isobenzofuranona e 2,4,6-triclorofenol. Na solução que circunda a ampola, além do DMP, foi possível identificar o 2-etil nitrofenilacetato. As FSA testadas demonstraram alta toxicidade. Para os bastões novos, a CE50 média foi de 0,35±0,06% e mesmo para FSA preparadas a partir de bastões após um ano de sua ativação, a toxicidade se manteve alta, com CE50 igual a 0,65%. As FSA, tanto do conteúdo que circunda a ampola, como o de dentro da ampola, demonstraram persistência na toxicidade após seis meses, apresentando CE50 = 0,54% e CE50 = 1,45%, respectivamente. Apesar dos testes isolados com o DBP e o DMP, compostos predominantes no conteúdo dos bastões, terem também demonstrado efeito tóxico, as demais substâncias presentes nos bastões potencializaram a sua toxicidade e persistência no ambiente. Estudos adicionais demonstraram que alterações de temperatura e exposição ao sol num período de seis meses não causaram mudanças significativas na toxicidade das FSA. Os resultados deste trabalho apontam para a importância de se estudar com maior detalhe a composição dos bastões de luz e os seus efeitos tóxicos sobre organismos, já que demonstraram efeitos tóxicos nos testes realizados no laboratório, tendo as substâncias contidas nos bastões apresentado elevada persistência no ambiente.