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Geilsa Costa Santos Baptista.pdf: 6134492 bytes, checksum: 43a5db3e7e1128bd3edd493f3d3da86a (MD5) === Approved for entry into archive by Fatima Cleômenis Botelho Maria (botelho@ufba.br) on 2014-09-08T13:07:25Z (GMT) No. of bitstreams: 1
Geilsa Costa Santos Baptista.pdf: 6134492 bytes, checksum: 43a5db3e7e1128bd3edd493f3d3da86a (MD5) === Made available in DSpace on 2014-09-08T13:07:25Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Geilsa Costa Santos Baptista.pdf: 6134492 bytes, checksum: 43a5db3e7e1128bd3edd493f3d3da86a (MD5) === Este trabalho apresenta resultados de uma pesquisa que teve por objetivos investigar qual a contribuição da etnobiologia para o ensino e a aprendizagem de ciências e avaliar intervenções pedagógicas baseadas no
diálogo entre o conhecimento tradicional e o científico em salas de aula de biologia de uma escola pública em Coração de Maria, estado de Bahia, Brasil. A pesquisa foi desenvolvida em 2005 e 2006 e envolveu estudantes agricultores que freqüentaram o segundo grau. Inicialmente, realizamos
observações das atividades agrícolas desenvolvidas pelos estudantes. Então,
nós investigamos os seus conhecimentos tradicionais, os quais foram comparados aos conteúdos de ensino da biologia contidos em livros didáticos. O objetivo desta comparação, não foi a hierarquização destas formas de conhecimento, mas buscar oportunidades adequadas para nossas
intervenções pedagógicas. Baseadas nestas comparações e em desenhos feitos pelos estudantes sobre as plantas cultivadas, elaboramos um material didático, que foi empregado em intervenções pedagógicas conduzidas por uma professora de biologia da escola investigada. Este material teve como objetivo orientar o diálogo entre o conhecimento tradicional agrícola e o conhecimento científico escolar no contexto do ensino de biologia, acompanhado da
delimitação dos contextos de aplicação de cada uma destas formas de conhecimento. Nossos resultados indicam que os estudantes agricultores compartilham um corpo significante de conhecimentos e práticas influenciadas por suas tradições culturais, que estão, porém, em um processo de erosão.
Tais conhecimentos apresentam semelhanças e diferenças com relação às idéias científicas apresentadas em livros didáticos de biologia. Nas intervenções pedagógicas, ocorreram discriminações na sala de aula que
poderiam e deveriam ter sido mediadas pela professora, para dar lugar ao diálogo entre aquelas duas formas de conhecimento, mas não o foram. Alguns estudantes perceberam os distintos contextos de aplicação dos conhecimentos, em particular, de seu conhecimento tradicional. Levando em conta a
metodologia utilizada para investigar os conhecimentos tradicionais agrícolas,
concluímos que a etnobiologia pode contribuir para a investigação dos
conhecimentos dos estudantes sobre a natureza. A inclusão dos XII conhecimentos etnobiológicos nas aulas de biologia abriu possibilidades para o diálogo entre os saberes empíricos dos estudantes e os conteúdos do ensino de biologia. Contudo, o diálogo entre saberes nas salas de aula é uma questão complexa, como mostram as dificuldades com as quais a professora se
deparou, e coloca demandas específicas para a formação docente. O presente
estudo aponta, assim, para a continuidade de nossa pesquisa através da elaboração e teste de estratégias que contribuam para a formação docente sensível ao ensino de ciências multicultural.
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