Ficção e subjetividade no documentário de Eduardo Coutinho
A literatura e o cinema sempre mantiveram abertas as fronteiras que os separam, cultivando, ao longo de suas histórias, o exercício semiótico. Considerando essa perspectiva de influência mútua, este ensaio analisa a construção da narrativa fílmica no documentário de Eduardo Coutinho e levanta quest...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade Federal de Santa Catarina
2012-05-01
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Series: | Anuário de Literatura |
Subjects: | |
Online Access: | https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/23583 |
Summary: | A literatura e o cinema sempre mantiveram abertas as fronteiras que os separam, cultivando, ao longo de suas histórias, o exercício semiótico. Considerando essa perspectiva de influência mútua, este ensaio analisa a construção da narrativa fílmica no documentário de Eduardo Coutinho e levanta questões que também são pertinentes ao âmbito da teoria da literatura. Embora o documentário tenha, em sua acepção mais comum, o caráter de objetividade, o trabalho de Coutinho subverte essa perspectiva e faz emergir desse gênero a subjetividade. O cineasta é bastante sensível ao fato de que algo, diante de uma câmara, não é mais algo em si mesmo; esse algo diante de uma câmera, diante do outro já é linguagem e, portanto, é representação daquela coisa. Em Coutinho, a construção do real se mostra a partir de uma construção ficcional. Isso nos aproxima da construção narrativa literária e, também, de uma noção de sujeito da Psicanálise, cuja constituição se dá pela linguagem e na linguagem e a partir de uma estrutura de ficção.
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ISSN: | 1414-5235 2175-7917 |