AFRO-PATRIMÔNIO NO PLURAL: A MISTURA NO CANDOMBLÉ COMO VALOR EXCEPCIONAL
Este artigo propõe uma reflexão sobre o processo de patrimonialização das religiões afro-brasileiras, com foco especial no candomblé. Desde pelo menos a década de 1950, essa religião, quando entendida como um dos elementos que compõem a cultura popular, sobretudo os vinculados aos afrodescendentes,...
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Universidade Federal do Rio Grando do Norte, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
2020-12-01
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Series: | Vivência |
Online Access: | https://periodicos.ufrn.br/vivencia/article/view/23531 |
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doaj-ff09fbb0b0fe498e9400dcec4494eb2f2021-02-24T18:41:16ZengUniversidade Federal do Rio Grando do Norte, Programa de Pós-Graduação em Antropologia SocialVivência2238-60092020-12-0115510.21680/2238-6009.2020v1n55ID2353123531AFRO-PATRIMÔNIO NO PLURAL: A MISTURA NO CANDOMBLÉ COMO VALOR EXCEPCIONALStefania Capone0Mariana Ramos de Morais1Doutora em Etnologia pela Universidade de Paris X-Nanterre. Diretora de pesquisa de primeira classe no Centro Nacional de Pesquisa Cientí- fica da França (CNRS)e membro do Centro de Estudos em Ciências Sociais da Religião (CéSor) da EHESS, ParisDoutora em Ciências Sociais pela PUC Minas. Pesquisadora associada do Centro de Estudos em Ciências Sociais da Religião (CéSor) da EHESS, Paris.Este artigo propõe uma reflexão sobre o processo de patrimonialização das religiões afro-brasileiras, com foco especial no candomblé. Desde pelo menos a década de 1950, essa religião, quando entendida como um dos elementos que compõem a cultura popular, sobretudo os vinculados aos afrodescendentes, tem sido valorizada na construção de uma ideia de nação brasileira. No entanto, tal valorização não ocorre sem conflitos e negociações, evidenciados no tombamento de alguns terreiros de candomblé pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Dentre os poucos terreiros alçados a patrimônio nacional, os de matriz jeje-nagô são predominantes. Associações de adeptos de candomblé que reivindicam uma herança cultural banta questionam essa hegemonia. Para tanto, esforçam-se em cravar à sua representação uma raiz africana “autêntica”, lançando-se na busca de uma África banta, ou tentam fazer da “mistura” sua marca distintiva.https://periodicos.ufrn.br/vivencia/article/view/23531 |
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Este artigo propõe uma reflexão sobre o processo de patrimonialização das religiões afro-brasileiras, com foco especial no candomblé. Desde pelo menos a década de 1950, essa religião, quando entendida como um dos elementos que compõem a cultura popular, sobretudo os vinculados aos afrodescendentes, tem sido valorizada na construção de uma ideia de nação brasileira. No entanto, tal valorização não ocorre sem conflitos e negociações, evidenciados no tombamento de alguns terreiros de candomblé pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Dentre os poucos terreiros alçados a patrimônio nacional, os de matriz jeje-nagô são predominantes. Associações de adeptos de candomblé que reivindicam uma herança cultural banta questionam essa hegemonia. Para tanto, esforçam-se em cravar à sua representação uma raiz africana “autêntica”, lançando-se na busca de uma África banta, ou tentam fazer da “mistura” sua marca distintiva. |
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