AFRO-PATRIMÔNIO NO PLURAL: A MISTURA NO CANDOMBLÉ COMO VALOR EXCEPCIONAL

Este artigo propõe uma reflexão sobre o processo de patrimonialização das religiões afro-brasileiras, com foco especial no candomblé. Desde pelo menos a década de 1950, essa religião, quando entendida como um dos elementos que compõem a cultura popular, sobretudo os vinculados aos afrodescendentes,...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Stefania Capone, Mariana Ramos de Morais
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal do Rio Grando do Norte, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social 2020-12-01
Series:Vivência
Online Access:https://periodicos.ufrn.br/vivencia/article/view/23531
Description
Summary:Este artigo propõe uma reflexão sobre o processo de patrimonialização das religiões afro-brasileiras, com foco especial no candomblé. Desde pelo menos a década de 1950, essa religião, quando entendida como um dos elementos que compõem a cultura popular, sobretudo os vinculados aos afrodescendentes, tem sido valorizada na construção de uma ideia de nação brasileira. No entanto, tal valorização não ocorre sem conflitos e negociações, evidenciados no tombamento de alguns terreiros de candomblé pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Dentre os poucos terreiros alçados a patrimônio nacional, os de matriz jeje-nagô são predominantes. Associações de adeptos de candomblé que reivindicam uma herança cultural banta questionam essa hegemonia. Para tanto, esforçam-se em cravar à sua representação uma raiz africana “autêntica”, lançando-se na busca de uma África banta, ou tentam fazer da “mistura” sua marca distintiva.
ISSN:2238-6009