Summary: | Este texto integra parte dos resultados de uma pesquisa qualitativa de caráter multicêntrico realizada entre os anos de 2014 e 2016 no Brasil sobre redes temáticas do Sistema Único de Saúde. Neste material, trabalhamos com um caso de “desobediência civil” e a construção de rede de cuidado para uma jovem mãe de 24 anos de idade, usuária de drogas e que por este motivo perderia a guarda da filha recém-nascida após o parto, não fosse a intervenção de alguns profissionais que conseguiram construir com e para mãe possibilidades no enfrentamento às drogas e sustentação da vida. A partir de narrativa construída junto com profissionais da atenção básica, foi possível acessarmos a complexidade da elaboração e manutenção do cuidado singular, principalmente em situações de vulnerabilidade, que pede amplas articulações, pactuações intersetoriais, acompanhamento e construção de estratégias para quem decide enfrentar e/ou interromper o uso de drogas na cotidianidade da vida diária. Por fim, destacamos a imensa relevância do olhar atento dos profissionais que apostam que toda a vida vale a pena e do quanto uma “aposta” no fortalecimento do vínculo afetivo mãe-filha no caso de usuárias de drogas grávidas pode impactar e produzir novos territórios existenciais, na reorganização das relações familiares e na autonomia da pessoa.
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