Da metamorfose dos deuses: capitalismo e arquétipo no século XXI

Este artigo examina as fantasias dominantes no mundo ocidentalcontemporâneo, isto é, os “mitos” que nos sustentam. Em outras épocas (ou lugares), atribuiu-se a seres míticos, como as divindades, o poder de criação e de atuação sobre a realidade. Para nós, ocidentais, a ciência tem ocupado o lugar mí...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Henrique de Carvalho Pereira
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) 2009-08-01
Series:Estudos e Pesquisas em Psicologia
Subjects:
Online Access:https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revispsi/article/view/9110
Description
Summary:Este artigo examina as fantasias dominantes no mundo ocidentalcontemporâneo, isto é, os “mitos” que nos sustentam. Em outras épocas (ou lugares), atribuiu-se a seres míticos, como as divindades, o poder de criação e de atuação sobre a realidade. Para nós, ocidentais, a ciência tem ocupado o lugar mítico que cabia aos deuses. Esta é uma hipótese já sugerida por S. Freud e C. G. Jung. Nesse sentido, a tecnociência e a economia capitalista, que lhe é afim, constituemo mito do homem ocidental moderno. Conforme os sociólogos R. Sennett e Z. Bauman, as relações trabalhistas e amorosas no “capitalismo flexível” obedecem ao imperativo de renovação constante, variedade e temporalidade de curto prazo. Estas características, segundo a psicologia junguiana, seriam expressões do pólo juvenil do arquétipo do senex-puer (velho-jovem). Poder-se-ia afirmar que estamos vivendo um processo patológico de inflação do puer merecedor de consideração.
ISSN:1808-4281