Gnosticismo e modernidade no pensamento de Eric Voegelin (1901-1985)
A proposta deste estudo é abordar de forma teórica o pensamento do filósofo e cientista político, germano-americano, Eric Voegelin (1901-1985), buscando compreender a relação que promove entre o gnosticismo e a modernidade, tendo como foco sua afirmação de que o gnosticismo é o fundamento da moderni...
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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
2018-08-01
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doaj-fc31b70d483b4e3a936d5a50bc28ea6f2021-01-02T16:26:12ZengPontifícia Universidade Católica de Minas GeraisHorizonte2175-58412018-08-0193894018149Gnosticismo e modernidade no pensamento de Eric Voegelin (1901-1985)Adelaide de Faria Pimenta0PUC MinasA proposta deste estudo é abordar de forma teórica o pensamento do filósofo e cientista político, germano-americano, Eric Voegelin (1901-1985), buscando compreender a relação que promove entre o gnosticismo e a modernidade, tendo como foco sua afirmação de que o gnosticismo é o fundamento da modernidade. Para esta pesquisa, são utilizados como base teórica fundamental dois conceitos de sua teoria: religiões políticas e gnosticismo. Divide-se o trabalho em uma introdução ao tema e três capítulos, seguidos da conclusão. Na introdução, se aborda o contexto histórico-político que fornece o estofo para o surgimento da modernidade e movimentos totalitários; com a biografia do autor, buscam-se elementos essenciais para a compreensão de sua posição de combate irrestrito às ideologias, principalmente ao nacional-socialismo alemão e socialismo stalinista. A partir da crítica ao movimento positivista, que considera a ciência natural e seus métodos o modo por excelência de apreensão da realidade, Voegelin demonstra que a dimensão simbólica, espiritual e transcendente do ser fica relegada a uma posição inferior, inexistente ou banalizada, causando uma deformação da verdade, que pode se manifestar em dogmas ou doutrinas ideológicas. No segundo capítulo, introduz-se sua noção de que o gnosticismo é o fundamento da sociedade moderna, na medida em que a insatisfação com a ordem corrente, a crença e desejo de mudança do indivíduo por meio do conhecimento, se firmam como contrários ao desenvolvimento do ser, apontando uma tendência nos movimentos ideológicos modernos à imanentização da escatologia cristã. No terceiro capítulo, apresentam-se as principais discussões a respeito dos limites e alcances de sua teoria, sua aproximação com uma filosofia da consciência e as possibilidades de utilizá-la para a compreensão dos fenômenos totalitários na atualidade, vistos como uma doença pneumopatológica. Concluiu-se que Voegelin, categórico ao apontar para a necessidade de uma nova abordagem para a ciência social e política, evidenciou uma estrutura religiosa nos movimentos modernos, ditos seculares; o conceito de gnosticismo como fundamento da modernidade, apesar de revisto pelo próprio autor e ainda fomentar controvérsias, pode ser um ponto de partida para estudos complementares, uma vez que enfatiza a necessidade de ampliação da consciência para a restauração da ordem social e política, e de incluir o aspecto transcendente do ser, que se expressa em seus símbolos e em suas experiências religiosas ao longo da história, para a compreensão da modernidade.http://periodicos.pucminas.br/index.php/horizonte/article/view/18149eric voegelin. modernidade. gnosticismo. totalitarismo. transcendência. |
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A proposta deste estudo é abordar de forma teórica o pensamento do filósofo e cientista político, germano-americano, Eric Voegelin (1901-1985), buscando compreender a relação que promove entre o gnosticismo e a modernidade, tendo como foco sua afirmação de que o gnosticismo é o fundamento da modernidade. Para esta pesquisa, são utilizados como base teórica fundamental dois conceitos de sua teoria: religiões políticas e gnosticismo. Divide-se o trabalho em uma introdução ao tema e três capítulos, seguidos da conclusão. Na introdução, se aborda o contexto histórico-político que fornece o estofo para o surgimento da modernidade e movimentos totalitários; com a biografia do autor, buscam-se elementos essenciais para a compreensão de sua posição de combate irrestrito às ideologias, principalmente ao nacional-socialismo alemão e socialismo stalinista. A partir da crítica ao movimento positivista, que considera a ciência natural e seus métodos o modo por excelência de apreensão da realidade, Voegelin demonstra que a dimensão simbólica, espiritual e transcendente do ser fica relegada a uma posição inferior, inexistente ou banalizada, causando uma deformação da verdade, que pode se manifestar em dogmas ou doutrinas ideológicas. No segundo capítulo, introduz-se sua noção de que o gnosticismo é o fundamento da sociedade moderna, na medida em que a insatisfação com a ordem corrente, a crença e desejo de mudança do indivíduo por meio do conhecimento, se firmam como contrários ao desenvolvimento do ser, apontando uma tendência nos movimentos ideológicos modernos à imanentização da escatologia cristã. No terceiro capítulo, apresentam-se as principais discussões a respeito dos limites e alcances de sua teoria, sua aproximação com uma filosofia da consciência e as possibilidades de utilizá-la para a compreensão dos fenômenos totalitários na atualidade, vistos como uma doença pneumopatológica. Concluiu-se que Voegelin, categórico ao apontar para a necessidade de uma nova abordagem para a ciência social e política, evidenciou uma estrutura religiosa nos movimentos modernos, ditos seculares; o conceito de gnosticismo como fundamento da modernidade, apesar de revisto pelo próprio autor e ainda fomentar controvérsias, pode ser um ponto de partida para estudos complementares, uma vez que enfatiza a necessidade de ampliação da consciência para a restauração da ordem social e política, e de incluir o aspecto transcendente do ser, que se expressa em seus símbolos e em suas experiências religiosas ao longo da história, para a compreensão da modernidade. |
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