Summary: | Um relato de caso de tratamento em terapia cognitivo-comportamental de dois adolescentes que apresentavam enurese noturna é descrito. Um padrão usual de intervenção clínica cognitivo-comportamental foi empregado tendo o aparelho de alarme de urina brasileiro como adjunto terapêutico. Primeiro, uma avaliação comportamental foi desenvolvida através de entrevista com o adolescente e com os familiares, aplicação de inventários e automonitoria das molhadas noturnas para construção de uma linha de base do controle urinário. Depois, foram processadas sessões individuais com os adolescentes e seus familiares. As sessões terapêuticas foram semanais, para o participante e seus pais, separadamente. Os questionários aplicados ao início e final do trabalho foram: o CBCL (Child Behavior Checklist, Achenbach, 1991), a Escala de Intolerância (Morgan & Young, 1975), o Formulário de Avaliação de Enurese (Blackwell, 1989), a Entrevista Semi-Estruturada de Butler (1987). O registro de freqüência de molhadas foi obtido durante todo o tratamento. Utilizou-se o treino familiar em resolução de problemas, do modelo triádico de atendimento comportamental, considerando-se diversas variáveis cognitivas além das dificuldades específicas do adolescente. A freqüência inicial de “molhadas à noite” caiu de 3-4 vezes por semana para zero, ao cabo de oito semanas. O critério de alta de oito semanas consecutivas sem molhadas noturnas foi alcançado para os dois adolescentes. Os resultados indicam a utilidade desta metodologia como um potente instrumento para atender adolescentes com essa queixa.
Palavra-chave: aparelho de alarme; enurese; adolescência.
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