Summary: | Em "A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica", Walter Benjamin elabora uma teoria da reprodução em massa que é considerada como sendo amplamente explicativa, a despeito de detalhes contraditórios que nela se acumulam insistentemente. Com essa constatação, o autor desenvolve uma crítica ao ensaio de Benjamin, partindo desses detalhes insistentes e encontrando o conceito de reprodução mecânica como seu ponto de convergência. Levando em conta o fato de que tais inconsistências são notadas apenas muito raramente, o autor conclui que o próprio ensaio é aurático, o que contradiz a ideia de Benjamin sobre a relação entre a reprodução mecânica e o esvanecimento da aura. A investigação dessa relação leva à conclusão de que uma aura de autenticidade tal como aquela concebida por Benjamin não é capaz de dar conta do fato de que a reprodução é algo inerente à obra de arte, o que é ilustrado, por exemplo, pelo fato de que os livros necessitam de ser reproduzidos para que possam ser lidos. A aura, então, é algo que ultrapassa a materialidade da obra, e sua força não é necessariamente ausente em uma cópia. Surpreendentemente, essa refutação do argumento de Benjamin se encontra em um livro do próprio autor, a Origem do drama trágico alemão, o que expande o foco do texto para a relação entre o conceito de reprodução mecânica e a obra de Benjamin. Por meio da única leitura formal da reprodução técnica em todo o ensaio, o conceito é entendido como sendo a produção de uma imagem que não é um reflexo do eu, e as contradições entre o ensaio em questão e o conjunto da obra de Benjamin são então concebidas como o resultado da reprodução mecânica: "A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica" reproduz mecanicamente os insights anteriores de Benjamin, mas em uma forma vazia de auto-reconhecimento.
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