Summary: | Os caminhos do pensamento seguidos por Walter Benjamin e Gilles Deleuze se entrecruzam em Kafka. Nem psicológico, nem teológico, nem filológico, nem senhoril, qual poderia ser então a abordagem positiva desta matéria cujo efeito visível parece impossibilitar toda afirmação? Com o intuito de apresentar um Kafka diferente, pois refratário a qualquer exegese negativa, este texto transforma a assimetria aparentemente fundamental das posições benjaminianas e deleuzianas em um confronto quádruplo que ressalta suas inesperadas afinidades. Assim, por meio da linguagem, das metamorfoses, da vergonha e do humor se realiza uma relação múltipla que desloca a compreensão de Deleuze, de Benjamin e de Kafka. O reverso desta transgressão é uma mobilidade que admite, todavia, as suas próprias regras. A filosofia e a literatura são solicitadas juntas para a redefinição de suas apostas perante um autor rico demais para obedecer aos estereótipos de qualquer interpretação dualista.
|