Estigma e resistência entre travestis e mulheres transexuais em Salvador, Bahia, Brasil

Resumo: Trata-se de um estudo qualitativo, com base na análise de narrativas produzidas por travestis e mulheres transexuais em Salvador, Bahia, Brasil, com o objetivo de analisar suas experiências de estigmatização, descrevendo acontecimentos, atores e contextos que marcam as suas trajetórias de vi...

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Main Authors: Laio Magno, Inês Dourado, Luis Augusto Vasconcelos da Silva
Format: Article
Language:English
Published: Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz 2018-05-01
Series:Cadernos de Saúde Pública
Subjects:
Online Access:http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2018000505018&lng=en&tlng=en
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spelling doaj-fbb9282584944976abb0af50e23dc1c42020-11-25T00:40:38ZengEscola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo CruzCadernos de Saúde Pública1678-44642018-05-0134510.1590/0102-311x00135917S0102-311X2018000505018Estigma e resistência entre travestis e mulheres transexuais em Salvador, Bahia, BrasilLaio MagnoInês DouradoLuis Augusto Vasconcelos da SilvaResumo: Trata-se de um estudo qualitativo, com base na análise de narrativas produzidas por travestis e mulheres transexuais em Salvador, Bahia, Brasil, com o objetivo de analisar suas experiências de estigmatização, descrevendo acontecimentos, atores e contextos que marcam as suas trajetórias de vida, e também compreender a relação entre o estigma e suas performances femininas. As narrativas são provenientes de 19 entrevistas em profundidade realizadas ao longo de um inquérito epidemiológico. Foram orientadas por um roteiro prévio que explorou a produção de narrativas sobre as experiências e modos de vida das travestis e mulheres transexuais na cidade de Salvador. As histórias de vida que emergiram do campo foram transcritas e analisadas sob uma perspectiva teórico-narrativa. Observou-se que muitas travestis e mulheres transexuais apresentaram em suas narrativas a descrição de uma performance de gênero “afeminada”, que é identificada desde à infância por membros da família e da comunidade. Essa performance é apresentada como uma insubordinação ao poder estabelecido pelo sistema jurídico da sociedade heteronormativa. O processo de estigmatização começa a operar quando as expectativas sociais sobre a coerência entre “sexo biológico” e “performance de gênero” são frustradas nas interações sociais, submetendo as pessoas à discriminação e violência. Desse modo, o processo de estigmatização é operado por meio do poder exercido pelas leis da heterossexualidade compulsória sobre os corpos. Entretanto, durante as trajetórias de vida das travestis e mulheres transexuais, estratégias de resistência contra o estigma são produzidas com o potencial de transformação dos quadros estabelecidos.http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2018000505018&lng=en&tlng=enExposição à ViolênciaEstigma SocialIdentidade de GêneroPessoas Transgênero
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