EROSÃO DE DUNAS SOB AÇÃO DE UM EVENTO EXTREMO DE ALTA ENERGIA DE ONDAS NA COSTA CENTRAL E SUL DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL
Na costa oceânica do Rio Grande do Sul, muitos dos segmentos costeiros que estão em processo de erosão vem sendo urbanizados. O estudo do impacto de eventos de alta energia de onda em segmentos que apresentam dunas defrontantes a áreas urbanas é importante visando consolidar o estado da arte em rela...
Main Authors: | , , , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
União da Geomorfologia Brasileira
2019-01-01
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Series: | Revista Brasileira de Geomorfologia |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.lsie.unb.br/rbg/index.php/rbg/article/view/1352 |
Summary: | Na costa oceânica do Rio Grande do Sul, muitos dos segmentos costeiros que estão em processo de erosão vem sendo urbanizados. O estudo do impacto de eventos de alta energia de onda em segmentos que apresentam dunas defrontantes a áreas urbanas é importante visando consolidar o estado da arte em relação a erosão costeira, e ao mesmo tempo para alertar sobre os problemas que podem ser ocasionados decorrentes da ocupação muito próxima do oceano. Este trabalho visou caracterizar a retração das dunas frontais como resultado da ação de um evento extremo de energia de onda ocorrido em outubro de 2016 na costa central e sul do Estado do Rio Grande do Sul, especificamente nos balneários Mostardense, Praia do Farol, balneário Praia do Mar Grosso, balneário Cassino, balneário Hermenegildo e Praia das Maravilhas. Para isto, foram analisadas fotografias aéreas verticais e oblíquas de alta resolução obtidas com auxílio de uma aeronave remotamente pilotada (drone), coletadas antes e após o evento, bem como dados meteo-oceanográficos. O evento ocorrido pode ser considerado como evento extremo de alta energia de onda. A altura significativa de onda (Hs) superou os 5 m próximo à costa e, em águas mais profundas, a altura significativa superou 6 m, com altura máxima (Hm) acima de 10 m, valores não descritos nos últimos 40 anos nesta costa oceânica. O período das ondas (Ts) foi de 15 s. O referido evento gerou uma retração média das dunas frontais entre 4 e 21,8 m em média nos segmentos analisados e em certos locais houve mais de 40 m de retração da linha de costa. No entanto, houve variações nas taxas encontradas nos seis segmentos analisados. As maiores taxas ocorreram nas duas áreas mais ao norte (13,8 m em média em Mostardense e 21,8 m na Praia do Farol). As características naturais do local, com costa voltada para sul, barreira com tendência retrogradante e dunas preservadas, favoreceram a ação da alta energia de onda na costa. Nas áreas com barreira progradante e influência estuarina (Mar Grosso e Cassino), também houve retração das dunas frontais, tendo taxas de retração menores que Mostardense e Praia do Farol (9,6 m em Mar grosso e 4m na praia do Cassino). Especula-se que nos balneários mais ao sul, as taxas (9,9 m no Hermenegildo e 8,8 m em Maravilhas) não tenham sido maiores pela presença de estruturas de contenção à erosão no Hermenegildo e turfas em Maravilhas, o que provavelmente contribuiu na redução da taxa de recuo das dunas frontais nestas áreas. A descrição deste processo erosivo intenso é importante para o planejamento da ocupação costeira no sentido de identificar que a variação da linha de costa, neste caso a retração do limite entre a praia e a duna frontal, não é um processo linear, mas sim em muitos casos uma resposta a eventos de alta energia de onda, sobretudo os chamados eventos extremos. |
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ISSN: | 1519-1540 2236-5664 |