Educação em espaço insular: o caso das escolas de fazenda de Marajó, no Pará
Este artigo resulta de uma pesquisa empírica, realizada no interior de Soure, Ilha de Marajó, no extremo norte do estado do Pará, Brasil. Ele descreve a constituição de escolas de fazenda na foz do rio Amazonas. Para tanto, se fundamenta, teoricamente, nos escritos de Raymond Williams. Metodologicam...
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Universidade Federal do Rio Grande do Norte
2007-06-01
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Series: | Revista Educação em Questão |
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doaj-f78199049a4a4ecf8563923f8f90cfee2020-11-25T02:32:43ZporUniversidade Federal do Rio Grande do NorteRevista Educação em Questão0102-77351981-18022007-06-0128143850Educação em espaço insular: o caso das escolas de fazenda de Marajó, no ParáSônia Maria da Silva Araújo0Universidade Federal do ParáEste artigo resulta de uma pesquisa empírica, realizada no interior de Soure, Ilha de Marajó, no extremo norte do estado do Pará, Brasil. Ele descreve a constituição de escolas de fazenda na foz do rio Amazonas. Para tanto, se fundamenta, teoricamente, nos escritos de Raymond Williams. Metodologicamente, utilizou-se, para a coleta dos dados, a técnica da entrevista e da observação. Resultante originalmente do sistema de sesmarias, as fazendas de Marajó foram, ao longo desses cinco séculos, desenvolvendo um latifúndio perpetuado pelo privilégio de herança: são terras de família. Nessas terras, onde não há espaço público, se instituiu, nos anos de 1930, a prática da escolarização que, em meio ao sistema de relações sociais estabelecidas pela instituição fazenda, articulou as gentes do lugar a outros sistemas constituídos pela sociedade brasileira como os centros urbanos, as agências formadoras de professores e instituições públicas de gerenciamento da educação. Mas a escola instituída dentro do latifúndio consolidou-se aprisionada a um sistema social de relações desprovido de liberdade pública de participação.https://periodicos.ufrn.br/educacaoemquestao/article/view/4465Escolas-fazenda. Marajó. Latifúndio. |
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Sônia Maria da Silva Araújo |
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Este artigo resulta de uma pesquisa empírica, realizada no interior de Soure, Ilha de Marajó, no extremo norte do estado do Pará, Brasil. Ele descreve a constituição de escolas de fazenda na foz do rio Amazonas. Para tanto, se fundamenta, teoricamente, nos escritos de Raymond Williams. Metodologicamente, utilizou-se, para a coleta dos dados, a técnica da entrevista e da observação. Resultante originalmente do sistema de sesmarias, as fazendas de Marajó foram, ao longo desses cinco séculos, desenvolvendo um latifúndio perpetuado pelo privilégio de herança: são terras de família. Nessas terras, onde não há espaço público, se instituiu, nos anos de 1930, a prática da escolarização que, em meio ao sistema de relações sociais estabelecidas pela instituição fazenda, articulou as gentes do lugar a outros sistemas constituídos pela sociedade brasileira como os centros urbanos, as agências formadoras de professores e instituições públicas de gerenciamento da educação. Mas a escola instituída dentro do latifúndio consolidou-se aprisionada a um sistema social de relações desprovido de liberdade pública de participação. |
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