Summary: | <p>Este trabalho pretende flagrar, com base nos pressupostos da Teoria Semiolinguística do Discurso desenvolvida por Patrick Charaudeau, diferentes imaginários sociodiscursivos delineados em duas letras de canção produzidas por Chico Buarque de Hollanda entre as décadas de 1960 e 1970, <em>A Rita</em> (1965) e <em>Angélica</em> (1970). Nesta pesquisa, o <em>corpus</em> foi selecionado tendo-se como foco canções cujos títulos são nomes de mulher. Acreditamos que nas duas canções buarqueanas examinadas – circunscritas à temática do feminino – estão timbradas estratégias e manobras linguísticas que apontam para um discurso mais amplo de luta contra a censura no período de 60 a 70. Por isso, propomos, nesta pesquisa, refletir sobre as canções de Chico Buarque, em dimensão micro e macroestrutural, com o objetivo de descortinar os imaginários sociodiscursivos projetados a partir de imagens do feminino em direção a imagens da nação brasileira. Nesta investigação, o <em>corpus</em> foi submetido a uma radiografia metodológica em que foram considerados os aspectos contextuais e formais das canções e o processo de discursivização da língua. Os principais resultados da pesquisa apontam que, em <em>A Rita</em>, a mulher foi flagrada como a representação de um Brasil ditatorial e, em <em>Angélica</em>, como a de um Brasil militante. As enunciações produzidas nas canções do <em>corpus</em> criam entre si uma rede intertextual as quais se reagrupam para falar de um Brasil multifacetado constituindo, em sentido amplo, o imaginário sociodiscursivo da resistência e da militância.</p><p><strong>Palavras-chave:</strong> canções buarqueanas, semiolinguística, imaginários sociodiscursivos.</p>
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