Summary: | A prática regular de exercício físico tem adquirido uma importância crescente na sociedade actual, sendo encarada como um factor promotor de saúde. Muito embora a prática regular de desporto em idade pediátrica seja cada vez mais promovida, a massificação do desporto permite um maior leque de escolha de talentos e a incentiva ao treino precoce. Esta atitude poderá conduzir à aplicação de programas de treino desrespeitadores da imaturidade biológica e psicológica das crianças e adolescentes.
Na ginástica de competição, a maior parte dos atletas iniciam o treino intenso por volta dos cinco anos e treinam, a partir da adolescência, cerca de 24-36 horas por semana. Numa modalidade em que é requerida elevada capacidade de coordenação, flexibilidade e força, a necessidade de, por exigências estéticas, manter um baixo peso, torna-se um paradoxo.
O baixo suprimento energético e a elevada intensidade do treino conduzem a alterações do estado nutricional e da composição corporal. Como consequência última, estes interferem na maturação sexual e no crescimento que é lento e com um pico de velocidade tardio em relação aos pares.
São diversos os factores intrínsecos a esta modalidade tão particular, que podem influenciar o normal desenvolvimento em idade pediátrica. É assim objectivo desta revisão compreender de que forma pode a ginástica de competição influenciar a realidade biológica destes atletas que, ao mesmo tempo, são crianças e adolescentes em crescimento.
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