Do ponto de vista do “crime”: notas de um trabalho de campo com “ladrões”

Resumo Neste artigo trato de negociações que marcaram a minha pesquisa com “ladrões”. Argumento que o plano de relações que as sustentam, denominado “crime” por eles, consiste em três agenciamentos: 1) uma preocupação obstinada com a pergunta “o que é o certo?”; 2) um “movimento” coletivo de conside...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Adalton Marques
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal do Rio Grande do Sul 2016-06-01
Series:Horizontes Antropológicos
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832016000100335&lng=en&tlng=en
id doaj-f57c1544f4a8486f9df6d33bdaa69158
record_format Article
spelling doaj-f57c1544f4a8486f9df6d33bdaa691582020-11-24T22:45:13ZengUniversidade Federal do Rio Grande do SulHorizontes Antropológicos1806-99832016-06-01224533536710.1590/S0104-71832016000100013S0104-71832016000100335Do ponto de vista do “crime”: notas de um trabalho de campo com “ladrões”Adalton MarquesResumo Neste artigo trato de negociações que marcaram a minha pesquisa com “ladrões”. Argumento que o plano de relações que as sustentam, denominado “crime” por eles, consiste em três agenciamentos: 1) uma preocupação obstinada com a pergunta “o que é o certo?”; 2) um “movimento” coletivo de considerações variáveis a respeito de quem “está pelo certo”; 3) um processo ininterrupto de (re)definições de “aliados”/“inimigos”. Sob tal plano de relações, a pesquisa se tornou viável todas as vezes em que fui classificado como alguém dos “direitos humanos”. Indicando um forte ceticismo quanto à possibilidade de a “opressão carcerária” ser combatida pelo “sistema” e absolutamente indiferente a qualquer intenção universalista, essa noção bem pode ser utilizada para classificar “aliados” conjunturais (pesquisadores, Pastoral Carcerária), mas seu aspecto provocativo consiste no fato de que ela também pode ser usada, conforme apresento em dois casos etnográficos, para refletir não a alteridade, mas os próprios esforços dos “comandos” prisionais.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832016000100335&lng=en&tlng=en“comandos” prisionais“direitos humanos”etnografiareversibilidade
collection DOAJ
language English
format Article
sources DOAJ
author Adalton Marques
spellingShingle Adalton Marques
Do ponto de vista do “crime”: notas de um trabalho de campo com “ladrões”
Horizontes Antropológicos
“comandos” prisionais
“direitos humanos”
etnografia
reversibilidade
author_facet Adalton Marques
author_sort Adalton Marques
title Do ponto de vista do “crime”: notas de um trabalho de campo com “ladrões”
title_short Do ponto de vista do “crime”: notas de um trabalho de campo com “ladrões”
title_full Do ponto de vista do “crime”: notas de um trabalho de campo com “ladrões”
title_fullStr Do ponto de vista do “crime”: notas de um trabalho de campo com “ladrões”
title_full_unstemmed Do ponto de vista do “crime”: notas de um trabalho de campo com “ladrões”
title_sort do ponto de vista do “crime”: notas de um trabalho de campo com “ladrões”
publisher Universidade Federal do Rio Grande do Sul
series Horizontes Antropológicos
issn 1806-9983
publishDate 2016-06-01
description Resumo Neste artigo trato de negociações que marcaram a minha pesquisa com “ladrões”. Argumento que o plano de relações que as sustentam, denominado “crime” por eles, consiste em três agenciamentos: 1) uma preocupação obstinada com a pergunta “o que é o certo?”; 2) um “movimento” coletivo de considerações variáveis a respeito de quem “está pelo certo”; 3) um processo ininterrupto de (re)definições de “aliados”/“inimigos”. Sob tal plano de relações, a pesquisa se tornou viável todas as vezes em que fui classificado como alguém dos “direitos humanos”. Indicando um forte ceticismo quanto à possibilidade de a “opressão carcerária” ser combatida pelo “sistema” e absolutamente indiferente a qualquer intenção universalista, essa noção bem pode ser utilizada para classificar “aliados” conjunturais (pesquisadores, Pastoral Carcerária), mas seu aspecto provocativo consiste no fato de que ela também pode ser usada, conforme apresento em dois casos etnográficos, para refletir não a alteridade, mas os próprios esforços dos “comandos” prisionais.
topic “comandos” prisionais
“direitos humanos”
etnografia
reversibilidade
url http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832016000100335&lng=en&tlng=en
work_keys_str_mv AT adaltonmarques dopontodevistadocrimenotasdeumtrabalhodecampocomladroes
_version_ 1725689589839953920