O FETICHE DOS QUEPES SEBASTIANISTAS

No limiar entre a filosofia e a poesia, existe uma territorialidade híbrida na qual se operam intercâmbios analógicos e ficções epistemológicas. E é justamente nessa área de contágio que se encontra a escritura de Teixeira Coelho, em História natural da ditadura. Através de uma narrativa filosófica....

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Bibliographic Details
Main Author: Ricardo Barberena
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Feevale 2018-07-01
Series:Prâksis
Online Access:http://periodicos.feevale.br/seer/index.php/revistapraksis/article/view/1655
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spelling doaj-f572a7539ba64f0f86f03021871361052020-11-24T21:46:26ZengUniversidade FeevalePrâksis1807-11122448-19392018-07-012010111810.25112/rpr.v2i0.16551259O FETICHE DOS QUEPES SEBASTIANISTASRicardo Barberena0PUCRSNo limiar entre a filosofia e a poesia, existe uma territorialidade híbrida na qual se operam intercâmbios analógicos e ficções epistemológicas. E é justamente nessa área de contágio que se encontra a escritura de Teixeira Coelho, em História natural da ditadura. Através de uma narrativa filosófica. Ou seria uma filosofia narrativizada? Afinal, como bem ressalta Sartre, em toda filosofia há uma “prosa literária escondida”. No íntimo da filosofia, aloja-se a eterna tentação do poético, quer nos congratulemos com o fato, quer o deploremos. Esse inquietante texto contemporâneo de Teixeira Coelho transita por uma espacialidade em paralaxe no tocante aos diferentes sistemas de opressão e violência. Ao visitar o não-monumento a Walter Benjamin, a obra de León Ferrari ou os cárceres da ditadura brasileira, a obra propõe uma pungente reflexão fragmentada por estilhaços memorialísticos e por epifanias líricas. Como relâmpagos de poesia, a escritura filosófico-poética de Teixeira Coelho tece uma simultaneidade de sentidos: a ditadura como estado natural, a natureza da ditadura, a inacabada e constante crônica da depravação e cumplicidade com a repressão. Palavras-chave: Literatura contemporânea. Ditadura. Identidade. Poesia do pensamento. ABSTRACT At the point where philosophy meets poetry, there is a hybrid territory in which operates analogical exchanges and epistemological fictions. And it is in precisely this area of contagion that Teixeira Coelho’s writing resides in ‘Natural History of Dictatorship’. Via a philosophical narrative. Or perhaps a narrated philosophy? After all, as Sartre points out, in all philosophy there is a “hidden literary prose”. In the depths of philosophy, lies the eternal temptation of the poetic, whether we welcome or deplore it. This disturbing contemporary text by Teixeira Coelho t moves by a spatiality in parallax as to the different systems of oppression and violence. Whether visiting the non-monument to Walter Benjamin, the work of Léon Ferrari, or the prisons of the Brazilian dictatorship, the work proposes a poignant reflection fragmented by shrapnel memoirs and lyrical epiphanies. Like poetic lightning, the philosophical-poetic writing by Teixeira Coelho weaves concurrent senses: the dictatorship as natural state, the nature of the dictatorship, the unfinished and constant chronicle of depravity and complicity with the repression. Keywords: Contemporary literature. Dictatorship. Identity. Poetry of thought.http://periodicos.feevale.br/seer/index.php/revistapraksis/article/view/1655
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