A suplementação de glutamina é benéfica em crianças com doenças graves? Glutamine supplementation: is it beneficial to critically ill children?

Embora haja vários estudos clínicos randômicos avaliando os benefícios da suplementação de glutamina em pacientes adultos, há pouca informação em pacientes pediátricos, particularmente naqueles com doenças graves. O objetivo deste estudo foi avaliar criticamente os estudos sobre suplementação de glu...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Stefânia Lucizani Pacífico, Heitor Pons Leite, Werther Brunow de Carvalho
Format: Article
Language:English
Published: Pontifícia Universidade Católica de Campinas 2005-02-01
Series:Revista de Nutrição
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732005000100009
Description
Summary:Embora haja vários estudos clínicos randômicos avaliando os benefícios da suplementação de glutamina em pacientes adultos, há pouca informação em pacientes pediátricos, particularmente naqueles com doenças graves. O objetivo deste estudo foi avaliar criticamente os estudos sobre suplementação de glutamina, para verificar os possíveis benefícios clínicos desta suplementação em crianças gravemente doentes. Levou-se a cabo uma pesquisa dos estudos publicados entre 1992 e 2003, do tipo prospectivo, randômico e controlado, conduzidos em pacientes pediátricos gravemente doentes, divididos em dois grupos: o dos que receberam suplementos de glutamina por via enteral ou parenteral, e o dos que receberam placebo. As variáveis de desfecho foram: tempo para atingir oferta plena de dieta enteral, tempo de hospitalização, complicações e mortalidade. Foram utilizadas as bases de dados Medline, LILACS e Cochrane, com as palavras-chave: glutamine, critically ill, trauma, sepsis, burned, injured, bone marrow transplantation, intensive care, mechanical ventilation. Dos 33 estudos inicialmente identificados, 7 preencheram os critérios de inclusão. A análise dos resultados mostrou que nos pacientes suplementados com glutamina, houve melhor aceitação por via enteral e redução do tempo de nutrição parenteral em recém-nascidos, não havendo efeito sobre o tempo de internação, custos hospitalares e mortalidade. Os estudos controlados na faixa etária pediátrica, não permitem que se adote o uso rotineiro da glutamina em crianças gravemente enfermas. O número reduzido de pacientes e a heterogeneidade quanto ao grupo etário, doenças e via de administração são fatores que limitam a interpretação dos resultados.<br>Although there have been several randomized trials, conducted with critically ill adults, reporting the benefits of glutamine supplementation, there is scarce information on the role of glutamine in the treatment outcome of critically ill children. Our objective was to evaluate existing studies on the effect of glutamine supplementation, aiming at verifying the clinical benefits of such supplementation for critically ill children. A computerized search was conducted to select prospective, randomized, clinical trials of critically ill children, published between 1992 and 2003. Studies were included if, besides presenting the characteristics already mentioned, they evaluated the effects of parenteral and the enteral glutamine supplementing vs. those of standard care. The variables on clinical outcomes were: time to achieve full enteral nutrition, hospital length of stay, complication rates, and mortality. Three bibliographic databases were searched: Medline, LILACS and Cochrane Library. Search terms included: glutamine, critically ill, trauma, sepsis, burned, injured, bone marrow transplantation, intensive care, and mechanic ventilation. Initial screening resulted in 33 original articles; of these potentially eligible articles, only 7 fulfilled the inclusion criteria. Length of hospital stay, mortality rate, and hospital costs were not different for patients receiving glutamine-supplemented nutrition, when compared to those receiving non-supplemented diet. Glutamine was associated with reduction in the time necessary to achieve full enteral feeding and parenteral nutrition. There is no evidence to support the routine use of either parenteral or enteral glutamine supplement when treating critically ill children. The small number of patients, heterogeneity with respect to the studied groups, routes of administration, and confounding effects of concomitant diseases, all limit the inferences we can make from the results.
ISSN:1415-5273
1678-9865