Distúrbios de conduta com predomínio de agressividade, irritabilidade, impulsividade e instabilidade: estudo clínico-eletrencefalográfico de 100 casos Behaviour disorders with predominancy of agressiveness, irritability, impulsiveness and instability: clinical-electroencephalografic study of 100 cases

Este trabalho destinou-se a verificar a freqüência dos fatores etiológicos que podem atuar em casos de distúrbios de conduta quando os sintomas básicos são irritabilidade, agressividade, impulsividade e instabilidade psico-motora. Foram revistas 100 observações de pacientes menores, de ambos os sexo...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: J. Carvalhal Ribas, Eneida Baptistete, Carlos A. Vieira Fonseca, Içami Tlba, Horácio S. Coutinho Filho
Format: Article
Language:English
Published: Academia Brasileira de Neurologia (ABNEURO) 1974-09-01
Series:Arquivos de Neuro-Psiquiatria
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1974000300002
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Arquivos de Neuro-Psiquiatria
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1678-4227
publishDate 1974-09-01
description Este trabalho destinou-se a verificar a freqüência dos fatores etiológicos que podem atuar em casos de distúrbios de conduta quando os sintomas básicos são irritabilidade, agressividade, impulsividade e instabilidade psico-motora. Foram revistas 100 observações de pacientes menores, de ambos os sexos, com idade variando entre 5 a 16 anos, atendidos no Ambulatório do Serviço de Psiquiatria Infantil do Hospital de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Em 15 pacientes não foi possível evidenciar circunstâncias ou fatores orgânicos que pudessem estar diretamente relacionados à etiologia dos citados distúrbios. Nos demais, foram encontrados fatores etiológicos provavelmente relacionados com o quadro clínico, na seguinte freqüência: disritmia cerebral, em 69 casos; condições ambientais desfavoráveis, em 37 casos; oligofrenia, em 35 casos; sofrimento cerebral, em 3 casos. A importância dos fatores ambientais e da oligofrenia na gênese dos distúrbios de conduta já é plenamente conhecida e por isso não surpreende a freqüência com que foram encontrados. Inesperada, no entanto, foi a alta incidência de disritmia cerebral nesta casuística: 68% contra mais ou menos 10% encontrados na população em geral, segundo os estudos de eletrencefalografia e epilepsia. Diferença tão grande dispensa análise estatística e indica um fator de extrema importância na origem dos distúrbios de conduta que, entretanto, não costuma ser valorizado e nem mesmo citado nos estudos sobre esse tema. As conclusões deste trabalho sugerem uma revisão na terapêutica dos distúrbios de conduta. Ao lado dos métodos pedagógicos e psicoterápicos, únicos habitualmente recomendados, deve ser incluído o tratamento antiepilético, uma vez que, em nossa experiência esta pode dar ótimos resultados sobre a irritabilidade, a agressividade, a impulsividade e a instabilidade manifestadas em pacientes com disritmia cerebral.<br>This work was developed in order to verify the rate of occurance of the etiological factors which may actuate in cases of behaviour disturbs, when the basic symptoms are irritability, agressiveness, impulsiveness and psycho-motor instability; 100 observations were reviewed, of patients of both sexes, whose ages varied withing the range of 5 to 16 years old and who were assisted at the Child Psychiatry Service, University of São Paulo School of Medicine. In 15 of these patients it was not possible to make clear the organic circumstances or psychological factors which might be directly related to the etiology of such above mentioned disturbs. As to the remaining patients, etiological factors were found which are probably related to the clinical chart in the following rate of occurance: cerebral disrythmia, in 69 cases; unfavourable environment conditions, in 37 cases; oligophrenia, in 35 cases; cerebral damage, in 3 cases. The importance of the environment factors and oligophrenia in the genesis of behaviour disturbs is already well known and, therefore, their rate of occurance does not cause any surprise. It was unexpected, however, the high incidence of cerebral disrythmia in this work: 68% against approximately 10% found among the population in general, according to the monographs about epilepsy and electroencepholography. So great a difference exempts any statistic analysis and indicates an extremely important factor in the origin of behaviour disturbs which, however, is not usually valuated and not even mentioned in the studies about that subject. The final conclusions of this work suggest a reviewal in the therapeutics of behaviour disturbs. Together with the pedagogic and psychotherapic methods, the sole ones usually recommended, also the anti-epileptic treatment must be included, once in our experiments this treatment can provide good results over irritability, agressiveness, impulsiveness and instability shown by patients with cerebral disrythmia.
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